01/03/2005 - 17h49

Maguito diz ter recebido oferta de propina para "enterrar" CPIs

ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

O senador Maguito Vilela (PMDB-GO) denunciou nesta terça-feira, na tribuna do Senado, ter recebido ofertas de propina para "enterrar" várias CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Maguito afirmou também que sabe de vários outros senadores que teriam recebido a mesma proposta para evitar a instalações de CPIs. As ofertas de propina, de acordo com ele, vieram de "grandes empreiteiras".

"Eu assinei todas as propostas de abertura de CPI no governo anterior e fui pressionado por empreiteiros a retirar minhas assinaturas" disse.

Indignado com as declarações de Maguito, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), encaminhou à Mesa diretora da Casa e ao Conselho de Ética uma representação contra o senador goiano. O objetivo é fazer com que ele esclareça aos seus pares as denúncias feitas na tribuna.

Virgílio chegou a propor uma acareação entre Maguito Vilela e os empreiteiros. "Nunca ninguém teve a ousadia de chegar perto de mim com uma proposta desse tipo", rebateu o líder tucano.

Críticas

As declarações de Maguito foram motivadas pelas constantes críticas feitas pela oposição ao discurso feito na quinta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, Lula afirmou que preferiu ocultar informações de supostos casos de corrupção em privatizações realizadas no governo FHC.

Segundo Maguito, ninguém do governo ou da base aliada tenta evitar que as fraudes existentes sejam investigadas. O senador goiano afirmou que inúmeras CPIs foram frustradas durante o governo Fernando Henrique. "Não conseguimos instalar a CPI do Sistema Financeiro, nem a CPI das Privatizações", citou.

Leia mais

Virgílio propõe criação de CPIs para investigar privatizações e caso Waldomiro

Câmara pode começar a votar hoje Lei de Biossegurança

Deputados retiram apoio a projeto do aumento salarial na Câmara

Especial

Leia o que já foi publicado sobre Arthur Virgílio