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27/04/2005 - 15h06

Brasil não é garoto de recado de Chávez nem de Bush, diz assessor de Lula

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PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

O assessor especial para assuntos externos da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, disse hoje que o Brasil não é "garoto de recado" nem do presidente da Venezuela Hugo Chávez nem do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.

A declaração de Garcia foi feita em resposta aos jornalistas sobre uma possível mediação do governo brasileiro entre os dois países. As informações sobre a mediação surgiram com a viagem do ministro da Casa Civil, José Dirceu, para a Venezuela na véspera da visita oficial da secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, ao Brasil.

Ontem, Dirceu recebeu pessoalmente a secretária no Palácio do Planalto, antes do encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"O ministro conversou sobre problemas gerais da região, e é possível que esse tema [EUA] tenha entrado. Mas eu quero insistir uma vez mais: nós não somos garotos de recado de ninguém: nem do presidente Chávez nem do presidente Bush. Até porque, acho que os dois não necessitam. Se houver a necessidade de aprofundar o diálogo entre a Venezuela e os EUA, as duas partes podem fazê-lo com muita facilidade. Se nós podemos ajudar, nós ajudamos", afirmou.

Viagem programada

Segundo Garcia, a viagem de Dirceu à Venezuela, da qual ele também participaria, estava programada para ocorrer um mês atrás, e acabou sendo adiada por problemas de agenda. Ele negou a mediação e também a existência de qualquer pedido da secretária norte-americana nesse sentido.

O assessor informou que o objetivo do encontro de Dirceu com Chávez foi a troca de opiniões sobre problemas políticos e também acertos sobre 26 acordos bilaterais que o Brasil tem com a Venezuela, já que muitos passam pela Casa Civil.

Equador

Sobre a crise política no Equador, que acabou com a destituição do presidente, Lucio Gutiérrez, que encontra-se asilado no Brasil, Garcia disse que a situação está "sob controle".

Ele evitou se posicionar, no entanto, sobre o possível pedido de extradição de Gutiérrez. Segundo Garcia, essa questão ainda está "muito distante", e por enquanto tem "caráter puramente especulativo".

"Processo de extradição é muito demorado, tem que ser formado no Equador. Será encaminhado e a competência para examinar essa questão não é propriamente do governo, é do Supremo Tribunal Federal", disse.

Entre os desafios do novo governo do Equador, ele apontou como principal a necessidade de levar adiante as reformas institucionais da corte suprema e tribunais, inclusive responsável pelas eleições, que "por serem mal encaminhadas, precipitaram os acontecimentos dos últimos dias".

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