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18/05/2005 - 21h15

Governador de Rondônia acusa PT de envolvimento nas manifestações

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SILVIO NAVARRO
da Agência Folha, em Porto Velho

Em meio a uma crise política com a Assembléia Legislativa de Rondônia e uma onda de protestos na capital do Estado, o governador de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB), acusou o PT de capitanear as manifestações, mirando as eleições de 2006.

Cassol afirmou que o PT "colocou pessoas à frente" das manifestações ocorridas anteontem no Estado, que culminaram na depredação da Assembléia Legislativa e do Palácio do Governo. Referiu-se a essas pessoas como "membros do PT" e "pessoas que foram candidatas", mas se recusou a apontar nomes.

"Desde o momento que o PT assinou um documento para que eu fosse investigado e não fez o mesmo com a Assembléia, isso prova que anteciparam as eleições", disse Cassol. "Foi o PT que fomentou para que a Assembléia ficasse tão forte", completou o governador, que tem apoio de somente 3 dos 24 deputados estaduais.

"São interesses estaduais que tumultuam. São pessoas do Estado que têm ganância de conseguir o governo a qualquer custo, já antecipando as eleições."

Ao responder a críticas da senadora Fátima Cleide (PT-RO) feitas no Congresso Nacional, Cassol disse que desafiava os senadores do Estado --Valdir Raupp (PMDB), Amir Lando (PMDB) e Cleide-- a um pacto de renúncia.

"Faço um desafio: se os políticos de Rondônia fizerem um termo de renúncia, eu renuncio junto para fazer a limpo o que tem de se fazer no Estado. Mas tem de entrar os senadores junto, todo mundo que foi eleito no último mandato. Se eles fizerem isso eu assino."

Hoje, Cassol também disse aprovar o envio de uma comissão de senadores ao Estado, desde que "nenhum deles fosse de Rondônia".

Ontem, ao solicitar o envio de uma comissão de senadores para Rondônia, Fátima Cleide disse que "se as pessoas tivessem honra e vergonha na cara, renunciariam".

A senadora foi o principal alvo das críticas de Cassol ontem. "O que ela deveria fazer era renunciar. Ela tem de parar de fazer discurso demagogo e de infiltrar gente no meio dessa situação toda."

Ele também criticou Raupp, afirmando que o senador "não tem moral para falar nada".

Cassol disse ainda vislumbrar "interesses políticos" na esteira das manifestações deflagradas no Estado. Os protestos começaram após ele divulgar gravações nas quais um grupo de deputados estaduais aparece negociando propina em troca de apoio no Legislativo. Nenhum desses deputados, entretanto, é filiado ao PT.

Cassol também chamou o governo federal de "incompetente" ao responder a uma pergunta sobre as denúncias contra ele de envolvimento em extração ilegal de diamantes da reserva indígena Roosevelt, onde vive a tribo dos cintas-largas.

"Alguém plantou na mídia nacional a questão da Roosevelt, que fui eu quem denunciou. Se tem alguém que foi incompetente naquela questão foi o governo federal, porque eu denunciei que ia ocorrer a chacina e que havia contrabando e extração ilegal. Mas, depois, quem foi citado na denúncia? O governador."

Fitas

Afirmando que o Estado de Rondônia poderá "sentir o gostinho da vitória" ao término das investigações sobre o grupo de deputados estaduais, Cassol passou o dia gravando sucessivas entrevistas em rádios e emissoras de televisão locais. Na maioria delas, repetia que gravou as fitas "para ver até onde os deputados iriam chegar" e que o Ministério Público Federal já havia recebido cópia do material no início do ano.

Sobre as imagens divulgadas, Cassol afirmou que o material bruto das gravações relaciona outros deputados estaduais.

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