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14/06/2005 - 19h30

Mabel acusa Jefferson de pedir para PL retirar representação

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ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

Em um dos momentos mais tensos da sessão do Conselho de Ética da Câmara, o presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), e o líder do PL na Câmara, deputado Sandro Mabel (GO), trocaram ofensas por mais de 20 minutos e quebraram alguns dos protocolos da Casa.

Ao contrário dos colegas, Mabel fez sua intervenção de pé. "Meu pai me ensinou a não abaixar diante de um homem como esse", provocou. Aos gritos, o líder do PL também afirmou que era "mais homem" e "mais macho" do que Jefferson.

Mabel, visivelmente alterado, chamou Jefferson de "mentiroso" e "debochado" e acusou Jefferson de ter enviado um emissário para negociar com o presidente do PL, deputado Valdemar Costa Neto (SP), a retirada do requerimento do Conselho de Ética. Em troca, de acordo com Mabel, Jefferson teria prometido "aliviar" seu depoimento.

"O senhor é um mentiroso. Um debochado. Mandou um emissário nesta semana ao presidente do meu partido, deputado Valdemar Costa Neto (PL-SP), pedindo que ele retirasse a representação no Conselho de Ética que o senhor iria aliviar suas declarações. 'Não retiro', disse o deputado Valdemar e agora senhor ataca com mentiras", criticou Mabel.

Mabel classificou todas as denúncias de Jefferson como "conversa fiada". "O senhor é um teatrólogo. Merecia um Oscar. Um Oscar da mentira e da desfaçatez."

O deputado do PL apontou o que ele classifica de contradições entre as atuais declarações de Jefferson e afirmações feitas no passado. Mabel acusou o deputado do PTB de ter mentido aos integrantes do seu partido ao ter afirmado no site do partido que a denúncia de que o PTB recebeu dinheiro do PT nas eleições do ano passado era falsa.

Segundo o líder do PL, Jefferson mentiu antes e mente agora. Disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva era blindado. Ao apresentar uma relação de todas as vezes em que o presidente do PTB esteve com Lula, Mabel questionou o motivo pelo qual não avisou o Lula sobre o "mensalão".

"O senhor esteve com o presidente várias vezes. Em 14 de outubro do ano passado, deu um jantar em sua residência para o presidente que durou mais de quatro horas. Não podia falar sobre o 'mensalão' então? Ou só podia cantar para o presidente?"

Ainda de acordo com Mabel, já que Jefferson confirma a existência do "mensalão", o PTB deve ter feito parte do recebimento dos recursos, já que a votação da sua bancada é exatamente igual a das bancadas do PL e do PP. "Estava no mensalão também. Deve ser isto. Todo mundo votou igualzinho", avaliou Mabel.

"O senhor crie vergonha. Lugar de debochado é fora daqui", encerrou.

Resposta

Ao responder as indagações, Jefferson lembrou as acusações feitas pela deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO), que confirmou ter recebido proposta de uma legenda da base aliada para mudar de partido. "A deputada Raquel Teixeira disse que foi o senhor que lhe propôs o pagamento de R$ 1 milhão, mais luvas de R$ 30 mil por mês para ir para o PL. Isto a CPI vai dizer. O governador Marconi Perillo vem aí."

Jefferson negou ter enviado um emissário para pedir a retirada da representação no Conselho de Ética e confirmou que durante todo o período do governo Lula, e nos governos anteriores, negociou com o governo a colocação de apadrinhados em vários postos da administração pública.

"Eu assumo que fiz. Faça o mesmo, deputado", provocou Jefferson, que acusou o PL de deter o controle do DNIT --órgão que substituiu o DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) --e dos demais órgãos do Ministério dos Transportes. "Vocês detêm o poder de ministérios poderosos. Agora assuma deputado, quanto o PL recebeu do PT?", indagou Jefferson.

"Nenhum um centavo", rebateu Mabel. Irônico, Jefferson respondeu: "Depois o debochado sou eu."

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