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28/06/2005
-
21h22
da Folha Online
Fernanda Karina Somaggio, a ex-secretária do suposto operador do esquema de "mensalão", Marcos Valério de Souza, contradisse informações prestadas pelo seu antigo chefe e indicou nomes de funcionários da agência SMPB que teriam mais dados sobre as movimentações financeiras feitas na empresa.
A ex-secretária prestou um concorrido depoimento nesta terça-feira ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Em seu depoimento, ela desmentiu algumas de suas declarações já feitas à imprensa, entre elas, de que sabia com certeza a origem do dinheiro que teria visto sendo transportado em "malas de dinheiro" na SMPB.
Em uma fala repleta de negativas, a ex-secretária não soube informar detalhes das movimentações financeiras da empresa onde trabalhou de abril de 2003 a janeiro de 2004.
Gado
A ex-secretária não sustentou um dos argumentos chave da defesa de Marcos Valério, a respeito de um detalhe polêmico do escândalo: saques de R$ 20,9 milhões das contas das agências de publicidade SMPB e DNA (das quais Valério é sócio), detectadas pela Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), feitas de uma agência do Banco Rural.
Em entrevista à revista "Veja", Marcos Valério confirmou ter feitos saques em dinheiro, com o objetivo de comprar gado. "Reconheço que já fiz vultosas movimentações financeiras no Banco Rural. Tenho fazendas, compro animais. Lido com gado. Há fazendeiros que simplesmente não aceitam cheque", afirmou o empresário.
Essa declaração foi objeto de uma longa pergunta de Itapuã Messias, o advogado do deputado Roberto Jefferson. O advogado fez um cálculo para introduzir sua questão: ele considerou o novilho de 1 ano custa aproximadamente R$ 400 e que, se todo o dinheiro sacado fosse dirigido para comprar gado, o empresário teria adquirido em torno de 52 mil "cabeças".
Questionada se tinha conhecimento dos endereços das fazendas do ex-patrão, Somaggio respondeu: "Não. Enquanto eu estive lá, eu não tive conhecimento de nenhuma fazenda, mesmo porque eu tomava conta dos negócios dele [Marcos Valério], fazia os pagamentos.
Movimentações
Os parlamentares procuraram saber de que forma a ex-secretária baseou suas denúncias de supostas negociatas e contratos ilícitos da agência de publicidade onde trabalhou com estatais. Ela indicou que somente ouviu de terceiros várias das informações que citou em suas entrevistas à imprensa, como as quantias de dinheiro que teriam sido transportadas na agência.
A ex-secretária foi sistematicamente indagada sobre as movimentações financeiras da agência de publicidade, principalmente pelo advogado do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que usou cerca de 20 minutos da sessão para realizar perguntas.
Foram nesses 20 minutos que a ex-secretária mencionou que boa parte das supostas informações que trouxe a público teve origem na gerente do departamento financeiro da agência Simone Vasconcelos bem como office-boys que seriam os responsáveis pelo transportes de vultosas quantias de dinheiro da agência.
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Fernanda Karina Somaggio, a ex-secretária do suposto operador do esquema de "mensalão", Marcos Valério de Souza, contradisse informações prestadas pelo seu antigo chefe e indicou nomes de funcionários da agência SMPB que teriam mais dados sobre as movimentações financeiras feitas na empresa.
A ex-secretária prestou um concorrido depoimento nesta terça-feira ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Em seu depoimento, ela desmentiu algumas de suas declarações já feitas à imprensa, entre elas, de que sabia com certeza a origem do dinheiro que teria visto sendo transportado em "malas de dinheiro" na SMPB.
Em uma fala repleta de negativas, a ex-secretária não soube informar detalhes das movimentações financeiras da empresa onde trabalhou de abril de 2003 a janeiro de 2004.
Gado
A ex-secretária não sustentou um dos argumentos chave da defesa de Marcos Valério, a respeito de um detalhe polêmico do escândalo: saques de R$ 20,9 milhões das contas das agências de publicidade SMPB e DNA (das quais Valério é sócio), detectadas pela Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), feitas de uma agência do Banco Rural.
Em entrevista à revista "Veja", Marcos Valério confirmou ter feitos saques em dinheiro, com o objetivo de comprar gado. "Reconheço que já fiz vultosas movimentações financeiras no Banco Rural. Tenho fazendas, compro animais. Lido com gado. Há fazendeiros que simplesmente não aceitam cheque", afirmou o empresário.
Essa declaração foi objeto de uma longa pergunta de Itapuã Messias, o advogado do deputado Roberto Jefferson. O advogado fez um cálculo para introduzir sua questão: ele considerou o novilho de 1 ano custa aproximadamente R$ 400 e que, se todo o dinheiro sacado fosse dirigido para comprar gado, o empresário teria adquirido em torno de 52 mil "cabeças".
Questionada se tinha conhecimento dos endereços das fazendas do ex-patrão, Somaggio respondeu: "Não. Enquanto eu estive lá, eu não tive conhecimento de nenhuma fazenda, mesmo porque eu tomava conta dos negócios dele [Marcos Valério], fazia os pagamentos.
Movimentações
Os parlamentares procuraram saber de que forma a ex-secretária baseou suas denúncias de supostas negociatas e contratos ilícitos da agência de publicidade onde trabalhou com estatais. Ela indicou que somente ouviu de terceiros várias das informações que citou em suas entrevistas à imprensa, como as quantias de dinheiro que teriam sido transportadas na agência.
A ex-secretária foi sistematicamente indagada sobre as movimentações financeiras da agência de publicidade, principalmente pelo advogado do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que usou cerca de 20 minutos da sessão para realizar perguntas.
Foram nesses 20 minutos que a ex-secretária mencionou que boa parte das supostas informações que trouxe a público teve origem na gerente do departamento financeiro da agência Simone Vasconcelos bem como office-boys que seriam os responsáveis pelo transportes de vultosas quantias de dinheiro da agência.
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