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02/07/2005
-
12h12
da Folha Online
Documentos oficiais do Banco Central reproduzidos na revista "Veja" hoje mostram que o PT fez um empréstimo de R$ 2,4 milhões em 2003 e que esse empréstimo foi avalizado e ainda teve parcelas em atraso pagas por Marcos Valério Fernandes de Souza --cujas empresas de propaganda atuam junto a estatais e que já faturaram mais de R$ 140 milhões de reais em contratos de prestação de serviço.
De uma só vez, os documentos publicados pela "Veja" neste sábado desmentem categoricamente todas as declarações que o empresário Valério deu nas últimas semanas --a de que ele não teria vínculos comerciais com o Partido dos Trabalhadores, mas só de amizade com seu tesoureiro, Delúbio Soares.
Isso não é verdade, segundo a revista. Valério tem, sim, relação "comercial" com o PT, é avalista e ainda paga dívidas do partido. A revelação se torna mais um componente gravíssimo na crise e mantém o governo como um todo em xeque, na medida em que o hoje milionário Valério é também o principal suspeito de operar uma enorme de rede de corrupção política, o chamado "mensalão" --pagamento de mesadas a deputados federais dispostos a "ajudar" o governo Luiz Inácio Lula da Silva a aprovar seus projetos na Câmara federal.
O empréstimo
O empréstimo feito pelo PT ocorreu em 2003, no banco mineiro BMG. Além de Valério, o presidente do PT, José Genoino, e o tesoureiro do partido, Delúbio Soares, assumiram a condição de avalistas. Mas quem teve de socorrer o partido e pagar uma parcela de R$ 350 mil dessa dívida foi Valério, por meio da SMP&B, uma das agências de comunicação que trabalham para o governo.
Na semana passada, a "Veja" já havia questionado Valério se ele era avalista de algum empréstimo do PT. E ele declarou que não. Mais grave, teria declarado o mesmo em depoimento à Polícia Federal.
Origens do escândalo
A crise política e de credibilidade que atinge o governo federal se agravou no dia 6 de junho, quando a Folha de S.Paulo publicou uma entrevista exclusiva com o deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson. Na entrevista ele denunciou que deputados recebiam cerca de R$ 30 mil por mês para aprovar projetos de interesse do governo. Disse ainda ter denunciado o caso ao presidente Lula, que teria chorado ao saber.
Vale lembrar que Roberto Jefferson também é suspeito de comandar um esquema de corrupção nos Correios. Na semana seguinte à primeira entrevista (dia 6 de junho), em nova declaração exclusiva à editora do Painel da Folha, a jornalista Renata Lo Prete, o petebista declarou que o dinheiro do "mensalão" vinha de estatais de empresas privadas e que chegava a Brasília "em malas" para ser distribuído aos "aliados".
Quem comandava o pagamento da mesada, disse, eram o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, com a ajuda dos 'operadores' Marcos Valério e o líder do PP na Câmara, José Janene (PR). Todos sempre negaram isso.
Outro lado
Em entrevista à rádio 'CBN', neste sábado, Genoino negou que a matéria da "Veja" seja de fato "uma denúncia".
"Quero deixar claro que essas transações fazem parte das regras comerciais. Esse empréstimo existe e foi feito de acordo com a legislação", disse o presidente do PT.
Apesar disso, o petista evitou fazer comentários sobre o pagamento de R$ 350 mil, feito pela agência de comunicação de Valério. Durante a entrevista, ele afirmou diversas vezes que o tesoureiro do partido divulgará uma nota ainda neste sábado, explicando o caso.
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Documentos oficiais do Banco Central reproduzidos na revista "Veja" hoje mostram que o PT fez um empréstimo de R$ 2,4 milhões em 2003 e que esse empréstimo foi avalizado e ainda teve parcelas em atraso pagas por Marcos Valério Fernandes de Souza --cujas empresas de propaganda atuam junto a estatais e que já faturaram mais de R$ 140 milhões de reais em contratos de prestação de serviço.
Folha Imagem |
Marcos Valério seria avalista e teria pago dívidas do PT |
De uma só vez, os documentos publicados pela "Veja" neste sábado desmentem categoricamente todas as declarações que o empresário Valério deu nas últimas semanas --a de que ele não teria vínculos comerciais com o Partido dos Trabalhadores, mas só de amizade com seu tesoureiro, Delúbio Soares.
Isso não é verdade, segundo a revista. Valério tem, sim, relação "comercial" com o PT, é avalista e ainda paga dívidas do partido. A revelação se torna mais um componente gravíssimo na crise e mantém o governo como um todo em xeque, na medida em que o hoje milionário Valério é também o principal suspeito de operar uma enorme de rede de corrupção política, o chamado "mensalão" --pagamento de mesadas a deputados federais dispostos a "ajudar" o governo Luiz Inácio Lula da Silva a aprovar seus projetos na Câmara federal.
O empréstimo
O empréstimo feito pelo PT ocorreu em 2003, no banco mineiro BMG. Além de Valério, o presidente do PT, José Genoino, e o tesoureiro do partido, Delúbio Soares, assumiram a condição de avalistas. Mas quem teve de socorrer o partido e pagar uma parcela de R$ 350 mil dessa dívida foi Valério, por meio da SMP&B, uma das agências de comunicação que trabalham para o governo.
Na semana passada, a "Veja" já havia questionado Valério se ele era avalista de algum empréstimo do PT. E ele declarou que não. Mais grave, teria declarado o mesmo em depoimento à Polícia Federal.
Origens do escândalo
A crise política e de credibilidade que atinge o governo federal se agravou no dia 6 de junho, quando a Folha de S.Paulo publicou uma entrevista exclusiva com o deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson. Na entrevista ele denunciou que deputados recebiam cerca de R$ 30 mil por mês para aprovar projetos de interesse do governo. Disse ainda ter denunciado o caso ao presidente Lula, que teria chorado ao saber.
Vale lembrar que Roberto Jefferson também é suspeito de comandar um esquema de corrupção nos Correios. Na semana seguinte à primeira entrevista (dia 6 de junho), em nova declaração exclusiva à editora do Painel da Folha, a jornalista Renata Lo Prete, o petebista declarou que o dinheiro do "mensalão" vinha de estatais de empresas privadas e que chegava a Brasília "em malas" para ser distribuído aos "aliados".
Quem comandava o pagamento da mesada, disse, eram o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, com a ajuda dos 'operadores' Marcos Valério e o líder do PP na Câmara, José Janene (PR). Todos sempre negaram isso.
Outro lado
Em entrevista à rádio 'CBN', neste sábado, Genoino negou que a matéria da "Veja" seja de fato "uma denúncia".
"Quero deixar claro que essas transações fazem parte das regras comerciais. Esse empréstimo existe e foi feito de acordo com a legislação", disse o presidente do PT.
Apesar disso, o petista evitou fazer comentários sobre o pagamento de R$ 350 mil, feito pela agência de comunicação de Valério. Durante a entrevista, ele afirmou diversas vezes que o tesoureiro do partido divulgará uma nota ainda neste sábado, explicando o caso.
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