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09/08/2005
-
15h56
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza leu para os parlamentares da CPI do "Mensalão" duas listas de pagamentos feitas pelas suas empresas. A primeira lista contém os nomes das pessoas que sacaram recursos das suas contas em 2003 e 2004.
A lista de 2004 confirma os nomes de Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL, que teria recebido o valor de R$ 10,837 milhões; o publicitário Duda Mendonça e sua sócia Zilmar Fernandes, R$ 15,5 milhões; o ex-líder do PT Paulo Rocha, um total de R$ 920 mil; Márcio Lacerda, secretário-executivo do ministro Ciro Gomes (Integração Nacional), R$ 457 mil (Lacerda pediu afastamento do cargo).
Apesar do nome de Lacerda aparecer na lista, Valério afirmou que ele não recebeu dinheiro e que o nome dele aparece entre os sacadores porque ele fez um "contato telefônico".
A lista de 1998 consta 79 saques no valor total de R$ 1,805 milhão. Entre os principais sacadores da lista estão: a ex-senadora Junia Marise (1991-1999), do PDT de MG, no total de R$ 200 mil, e Murilo Borges, com um saque no valor de R$ 125 mil. Outro sacador importante é o deputado Romel Anízio (PP-MG), com uma retirada de R$ 100 mil.
A segunda lista, segundo ele, se refere ao empréstimo feito para bancar a campanha tucana em Minas Gerais em 1998. Nesta lista constam 79 saques. O total do empréstimo feito por Marcos Valério para a campanha de Minas Gerais é de R$ 9 milhões. Para o PT, o publicitário alega que o valor total do empréstimo é de R$ 55,217 milhões.
Para o vice-presidente da CPI do "Mensalão", Paulo Pimenta (PT-RS), a lista de saques e os detalhes da operação feita em 1998 foi a grande novidade introduzida por Marcos Valério até o momento, em seu depoimento.
"O fato foi a demonstração de que a operação de 2004/2004 é exatamente igual à de 1998. todas as características são as mesmas de agora", disse ele.
Marcos Valério confirmou a ajuda na campanha do ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), quando ele foi eleito em 2003. Ele confirmou que forneceu peças de publicidade para o deputado petista. Segundo Marcos Valério, na eleição anterior a de João Paulo para o cargo, foi usado um esquema semelhante.
"Não fiz nada que eu me envergonhasse na eleição de João Paulo Cunha. O mar de lama não sou só eu. Não existe mar de lama em tudo que eu faço. Eu errei nos empréstimos, sim, mas o resto da minha empresa é saudável", disse o empresário.
Sem confirmação
O relator da CPI do "Mensalão", deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), avaliou que até o momento o depoimento do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza não contribuiu para confirmar o pagamento de uma mesada a integrantes do Congresso.
Segundo Abi-Ackel, tudo o que Marcos Valério comprovou foi a entrega de dinheiro de "caixa dois" a integrantes de várias legendas para o pagamento de contas de campanha. "Ainda falta a confirmação do mensalão", afirmou.
"Mensalão" foi o nome dado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) ao esquema de pagamento de mesada por parte do governo a deputados da base aliada para que estes votassem de acordo com as orientações do Planalto. "Eu, Marcos Valério, não acredito em mensalão", afirmou o publicitário.
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Marcos Valério lista sacadores de suas contas de 1998 e 2003
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da Folha Online, em Brasília
O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza leu para os parlamentares da CPI do "Mensalão" duas listas de pagamentos feitas pelas suas empresas. A primeira lista contém os nomes das pessoas que sacaram recursos das suas contas em 2003 e 2004.
A lista de 2004 confirma os nomes de Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL, que teria recebido o valor de R$ 10,837 milhões; o publicitário Duda Mendonça e sua sócia Zilmar Fernandes, R$ 15,5 milhões; o ex-líder do PT Paulo Rocha, um total de R$ 920 mil; Márcio Lacerda, secretário-executivo do ministro Ciro Gomes (Integração Nacional), R$ 457 mil (Lacerda pediu afastamento do cargo).
Apesar do nome de Lacerda aparecer na lista, Valério afirmou que ele não recebeu dinheiro e que o nome dele aparece entre os sacadores porque ele fez um "contato telefônico".
Lula Marques/Folha Imagem |
Marcos Valério em depoimento à CPI do "Mensalão" |
A segunda lista, segundo ele, se refere ao empréstimo feito para bancar a campanha tucana em Minas Gerais em 1998. Nesta lista constam 79 saques. O total do empréstimo feito por Marcos Valério para a campanha de Minas Gerais é de R$ 9 milhões. Para o PT, o publicitário alega que o valor total do empréstimo é de R$ 55,217 milhões.
Para o vice-presidente da CPI do "Mensalão", Paulo Pimenta (PT-RS), a lista de saques e os detalhes da operação feita em 1998 foi a grande novidade introduzida por Marcos Valério até o momento, em seu depoimento.
"O fato foi a demonstração de que a operação de 2004/2004 é exatamente igual à de 1998. todas as características são as mesmas de agora", disse ele.
Marcos Valério confirmou a ajuda na campanha do ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), quando ele foi eleito em 2003. Ele confirmou que forneceu peças de publicidade para o deputado petista. Segundo Marcos Valério, na eleição anterior a de João Paulo para o cargo, foi usado um esquema semelhante.
"Não fiz nada que eu me envergonhasse na eleição de João Paulo Cunha. O mar de lama não sou só eu. Não existe mar de lama em tudo que eu faço. Eu errei nos empréstimos, sim, mas o resto da minha empresa é saudável", disse o empresário.
Sem confirmação
O relator da CPI do "Mensalão", deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), avaliou que até o momento o depoimento do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza não contribuiu para confirmar o pagamento de uma mesada a integrantes do Congresso.
Segundo Abi-Ackel, tudo o que Marcos Valério comprovou foi a entrega de dinheiro de "caixa dois" a integrantes de várias legendas para o pagamento de contas de campanha. "Ainda falta a confirmação do mensalão", afirmou.
"Mensalão" foi o nome dado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) ao esquema de pagamento de mesada por parte do governo a deputados da base aliada para que estes votassem de acordo com as orientações do Planalto. "Eu, Marcos Valério, não acredito em mensalão", afirmou o publicitário.
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