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23/08/2005
-
15h16
da Folha Online
O presidente do PT, Tarso Genro, 58, participou hoje do ciclo de sabatinas da Folha. Durante duas horas, ele foi questionado pelos colunistas da Folha Josias de Souza, Demétrio Magnoli e Barbara Gancia, e Kennedy Alencar, repórter especial da Folha em Brasília.
Tarso falou sobre os rumos de seu partido, comentou as responsabilidades políticas e legais na atual crise política e debateu sobre novos projetos para a esquerda brasileira, além de responder críticas ao PT e ao próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Leia abaixo algumas de suas principais declarações ao longo da sabatina.
Presidente Lula
"O presidente Lula não é bobo. Bobo não chega à presidente da República".
"Eu acredito que o presidente da República, sinceramente, não soubesse o que estava acontecendo. O presidente realmente se afastou do partido quando assumiu".
"Eu acredito que ele não sabia do que estava acontecendo tal qual foi revelado, isto é, um processo paralelo dentro do partido e um tipo de relacionamento financeiro com as bancadas, que em última instância dava sustentação política ao governo".
"Eu acredito na palavra do presidente".
"Eu acho que hoje é difícil responder, sinceramente, é uma avaliacao política eleitoral que estou fazendo. Eu digo que hoje não sei se ele teria condições de se reeleger. Ela [a avaliação política eleitoral] pode ser mudada tanto para melhor como para pior".
Impeachment
"E acho que quem não acredita na palavra do presidente deve encaminhar um processo político de impedimento, que é que pensam alguns parlamentares, mas não têm coragem de fazê-lo porque não tem provas contra o presidente, não têm nenhuma sustentação política e moral".
PT
"O PT começou exatamente como o PSOL, com os mesmos instrumentais teóricos e políticos. Tomara que não ocorra com o PSOL o que ocorreu com o PT".
"O PT tem que assumir publicamente [sobre os erros de campanha] para que as pessoas possam mostrar suas estrelas. Agora, eu quero saber qual o partido que vai fazer isso que o PT está fazendo. qual o partido que vai ter a coragem de fazer [isso] publicamente".
"É difícil compreender e eu sei que é difícil compreender, mas é verdadeiro, mas eu por exemplo, que não sou da Executiva [nacional do PT], mas era do diretório nacional, que sou um quadro dirigente do partido e tenho uma certa circulação nacional, eu por exemplo, nunca tinha ouvido falar do Marcos Valério [Fernandes de Souza, apontado como o operador financeiro do mensalão]".
"O PT vai se recompor e voltar a ser um grande partido".
"Se o PT se fosse uma empresa, teria que fechar, no mínimo, abrir uma concordata".
Razões da crise
"Para mim, são duas as causas fundamentais desse erro [caixa 2]. Em primeiro lugar, uma certa soberba, um equívoco sobre o conceito do que é o poder. Para mim, as pessoas podem ter pensado de que chegaram ao poder. (...) em segunda lugar, houve uma simbiose profundamente equivocada do partido com o governo. Uma relação que não permitiu uma identidade entre partido e governo, entre partido e Estado, porque essa relação não se dava nas instâncias formais, credenciadas para isso, mas sim, através de pessoas, de frações dirigentes".
Projetos e impasses
"Houve uma mudança estrutural, radical e profunda, na sociedade capitalista, para a organização e até a destruição, de sujeitos sociais importantes, de uma parte. E de outra parte, o segundo fundamento, não houve a construção de um novo paradigma da esquerda republicana, revolucionária, reformista ou social-democrata que vem da origem do capitalismo moderno".
"Hoje, a insegurança na vida cotidiana das pessoas, em função da financeirização da vida pública mundial, que é controlada por esse processo, a insegurança passa a ser a categoria mundial da política. Como consequência, a classe trabalhadora industrial, na minha opinião, tem que se preservar, torna-se mais para dentro, mais corporativa".
"A inclusão, na sociedade de classes, é a verdadeira transformação revolucionária democrática que pode fazer hoje, porque isso vai restaurar a esfera da política com sujeitos sociais organizados".
"Não só aqui no Brasil, mas em qualquer país do mundo, quando a esquerda chegou no poder, não conseguiu propor um projeto alternativo".
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O presidente do PT, Tarso Genro, 58, participou hoje do ciclo de sabatinas da Folha. Durante duas horas, ele foi questionado pelos colunistas da Folha Josias de Souza, Demétrio Magnoli e Barbara Gancia, e Kennedy Alencar, repórter especial da Folha em Brasília.
Tarso falou sobre os rumos de seu partido, comentou as responsabilidades políticas e legais na atual crise política e debateu sobre novos projetos para a esquerda brasileira, além de responder críticas ao PT e ao próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Leia abaixo algumas de suas principais declarações ao longo da sabatina.
Presidente Lula
"O presidente Lula não é bobo. Bobo não chega à presidente da República".
"Eu acredito que o presidente da República, sinceramente, não soubesse o que estava acontecendo. O presidente realmente se afastou do partido quando assumiu".
"Eu acredito que ele não sabia do que estava acontecendo tal qual foi revelado, isto é, um processo paralelo dentro do partido e um tipo de relacionamento financeiro com as bancadas, que em última instância dava sustentação política ao governo".
"Eu acredito na palavra do presidente".
"Eu acho que hoje é difícil responder, sinceramente, é uma avaliacao política eleitoral que estou fazendo. Eu digo que hoje não sei se ele teria condições de se reeleger. Ela [a avaliação política eleitoral] pode ser mudada tanto para melhor como para pior".
Impeachment
"E acho que quem não acredita na palavra do presidente deve encaminhar um processo político de impedimento, que é que pensam alguns parlamentares, mas não têm coragem de fazê-lo porque não tem provas contra o presidente, não têm nenhuma sustentação política e moral".
PT
"O PT começou exatamente como o PSOL, com os mesmos instrumentais teóricos e políticos. Tomara que não ocorra com o PSOL o que ocorreu com o PT".
"O PT tem que assumir publicamente [sobre os erros de campanha] para que as pessoas possam mostrar suas estrelas. Agora, eu quero saber qual o partido que vai fazer isso que o PT está fazendo. qual o partido que vai ter a coragem de fazer [isso] publicamente".
"É difícil compreender e eu sei que é difícil compreender, mas é verdadeiro, mas eu por exemplo, que não sou da Executiva [nacional do PT], mas era do diretório nacional, que sou um quadro dirigente do partido e tenho uma certa circulação nacional, eu por exemplo, nunca tinha ouvido falar do Marcos Valério [Fernandes de Souza, apontado como o operador financeiro do mensalão]".
"O PT vai se recompor e voltar a ser um grande partido".
"Se o PT se fosse uma empresa, teria que fechar, no mínimo, abrir uma concordata".
Razões da crise
"Para mim, são duas as causas fundamentais desse erro [caixa 2]. Em primeiro lugar, uma certa soberba, um equívoco sobre o conceito do que é o poder. Para mim, as pessoas podem ter pensado de que chegaram ao poder. (...) em segunda lugar, houve uma simbiose profundamente equivocada do partido com o governo. Uma relação que não permitiu uma identidade entre partido e governo, entre partido e Estado, porque essa relação não se dava nas instâncias formais, credenciadas para isso, mas sim, através de pessoas, de frações dirigentes".
Projetos e impasses
"Houve uma mudança estrutural, radical e profunda, na sociedade capitalista, para a organização e até a destruição, de sujeitos sociais importantes, de uma parte. E de outra parte, o segundo fundamento, não houve a construção de um novo paradigma da esquerda republicana, revolucionária, reformista ou social-democrata que vem da origem do capitalismo moderno".
"Hoje, a insegurança na vida cotidiana das pessoas, em função da financeirização da vida pública mundial, que é controlada por esse processo, a insegurança passa a ser a categoria mundial da política. Como consequência, a classe trabalhadora industrial, na minha opinião, tem que se preservar, torna-se mais para dentro, mais corporativa".
"A inclusão, na sociedade de classes, é a verdadeira transformação revolucionária democrática que pode fazer hoje, porque isso vai restaurar a esfera da política com sujeitos sociais organizados".
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