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19/09/2005 - 16h24

Gabeira afirma que daqui a 4 meses será possível avaliar impeachment

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da Folha Online

O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) afirmou que no final das investigações, entre 3 e 4 meses, será possível avaliar se existem condições para o "impeachment" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele negou, no entanto, que seja necessária a manifestação popular para conduzir esse processo.

Há 1 mês, quando se avolumaram as conversas entre os partidos sobre a possibilidade de um impedimento do presidente Lula, a principal "variável" observada pelas lideranças políticas foi a justamente a ausência de um "apoio popular" para levar adiante o processo.

"Somente no final das investigações, nós vamos avaliar, daqui a uns 4 meses no máximo, se é o caso do presidente precisar de um processo de impeachment", afirmou. Ele acrescentou: "não é um preciso um grande desejo popular. Não acho que essa variável seja decisiva". Para o parlamentar, será uma questão constitucional "chegar à conclusão que o presidente cometeu um crime com punição de impeachment".

O parlamentar, que participou hoje de uma sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo, fez críticas à classe política, tanto de direita quanto de esquerda, e ao governo Lula, principalmente quanto a política ambiental e das drogas.

O deputado, que apoiou a candidatura Lula em 2002, iniciou suas críticas ao responder porque esteve "ao lado" de alguns representantes da direita quando entregou a representação contra o presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE). "Nesse momento, era uma questão de luta nacional", disse e questionou: "Se não com eles, então com quem?" Gabeira afirmou que parte da esquerda, citando os partidos PT e PC do B, não participou do movimento para derrubar o presidente da Casa, que ele chamou de "humilhação nacional".

O parlamentar afirmou que a eleição de Severino foi resultado de uma "estupidez coletiva" de seus colegas e do governo, que apoiou um candidato "sem trânsito" na Casa. A oposição, por sua vez, votou em um candidato somente para enfraquecer a situação. "Quando os dois erram juntos, aí nós estamos perdidos", disse.

Sobre os partidos de esquerda, afirmou que a classe política vive "um pesadelo", porque as atuais legendas somente atuam em nome da manutenção de poder. Em relação à direita, disse: "há setores da direita com quem você pode conversar, porque existe um padrão ético que você avançar, mas há setores da direita que você não pode conversar, porque não há conversa que não seja a troca aberta de favores".

Gabeira avaliou que as próximas eleições serão caracterizadas por campanhas eleitorais mais baratas e por mais "pragmatismo". "A tendência é para o pragmatismo, [da eleição de] de pessoas que não serão grandes líderes, mas que serão capazes de responder a grandes desafios que não foram respondidos pelo PT. Mas nós estamos no campo da imaginação. Eu não sei qual será o desfecho de todo esse processo".

Ele afirmou que não tornaria a votar no atual presidente nas eleições de 2006.

Drogas, desarmamento e ambiente

A sabatina não ficou restrita à crise política atual. Questionado sobre o "que se salvaria" do governo petista, primeiro, Gabeira afirmou que não conseguia se lembrar de aspectos positivos e depois, concentrou suas críticas ao tratamento do meio ambiente e da política nacional das drogas.

"Um dos testes vitais foi na prevenção do desmatamento, que fracassaram, pois tivemos 126 mil quilômetros destruídos naquele período. Teve [a questão] os transgênicos, a importação dos pneus usados, a questão da Amazônia", disse ele.

Em relação às drogas, o parlamentar reclamou que "não há verba para o desenvolvimento de uma política de drogas no Brasil", que estaria baseada, "por inércia" na repressão. "Há poucos trabalhos estruturados nas escolas. Minha política não é defender uma droga ou outra. A pior droga que existe é a ignorância", disse ele.

Questionado como votaria no plebiscito sobre o desarmamento, ele afirmou que vai votar pelo "sim". No dia 23 de outubro, a população brasileira vai decidir, em referendo, sobre a ilegalidade ou legalidade da venda de armas de fogo e munição no país. "Você vai desarmando aqueles que compram armas legais e favorece os bandidos. A minha proposta com o [movimento] Viva Rio é fazer uma campanha de desarmamento que continue depois do plebiscito", afirmou.

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