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11/11/2005
-
15h05
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
O governo ainda tenta barrar a prorrogação até abril dos trabalhos da CPI dos Correios, que deve ter seus trabalhos ampliados até o período de disputa eleitoral, fato que o governo queria evitar a todo custo.
Mas a derrota, uma das maiores já sofrida pelo governo no Congresso, está cada vez mais difícil de ser evitada. Agora, caberá às Mesas Diretoras da Câmara e do Senado a decisão sobre a continuidade da comissão.
A batalha envolve um complexo jogo de inclusão e de retirada de assinaturas favoráveis ao adiamento da CPI. O Congresso tinha até meia-noite de ontem para receber as 171 assinaturas necessárias para prorrogar a CPI até o ano que vem.
Os governistas, no entanto, conseguiram retirar 67 nomes do requerimento de prorrogação e, com isso, conseguiram --ontem à noite-- inviabilizar a prorrogação da CPI. Com isso, derrubaram para 170 as assinaturas favoráveis à prorrogação da CPI, exatamente com uma assinatura de folga.
O governo, no entanto, teve pouco tempo para comemorar. Na manhã desta sexta-feira, durante a recontagem dos nomes, a Mesa Diretora da Câmara desconsiderou a assinatura do deputado Francisco Dornelles (PP-RJ) porque não conferia com a original. Com isso, as assinaturas favoráveis voltaram a 171 e, tecnicamente, a CPI fora prorrogada.
A recontagem é praxe porque na primeira verificação, quando o documento é protocolado na Mesa, os nomes são apenas contados. Somente na segunda verificação é que as assinaturas dos parlamentares são conferidas com as originais.
Mais complicados foram os casos de Wladimir Costa (PMDB-PA) e Carlos Willian (PMDB-MG). Ambos haviam assinado o requerimento de apoio à prorrogação. No entanto, já fora do Congresso Nacional, enviaram pedidos digitalizados para a exclusão de seus nomes. Um técnico da Mesa da Câmara, responsável por receber os pedidos, não aceitou o documento digitalizado num primeiro momento.
A decisão da Mesa repercutiu diretamente nos govenistas, que tentaram apelar ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Queriam que o senador interpretasse o processo. Calheiros preferiu não interferir. Disse que a decisão seria regimental e não política.
Acordo
Os petistas pediram à Mesa que o pedido fosse aceito sob a condição de que os deputados assinariam pessoalmente os documentos no prazo de cinco dias. O técnico da Mesa aceitou a proposta, mas teria cometido um erro ao determinar a hora de entrada dos requerimentos.
Com isso, o pedido de exclusão da assinatura foi registrado às 23h37, antes que o apoio fosse verificado pela Mesa, às 23h59. Ou seja, Carlos Willian e Wladimir Costa teriam retirado uma assinatura que ainda não existia. "Queremos que seja considerada a intenção dos deputados", afirmou o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Os secretários das duas Mesas consideram que não houve irregularidade nos procedimentos e erro por parte do técnico encarregado de receber os requerimentos e entendem que a CPI será prorrogada. Na contabilidade oficial, houve apoio de 35 senadores e 171 deputados, suficientes para levar a CPI até abril de 2006.
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O governo ainda tenta barrar a prorrogação até abril dos trabalhos da CPI dos Correios, que deve ter seus trabalhos ampliados até o período de disputa eleitoral, fato que o governo queria evitar a todo custo.
Mas a derrota, uma das maiores já sofrida pelo governo no Congresso, está cada vez mais difícil de ser evitada. Agora, caberá às Mesas Diretoras da Câmara e do Senado a decisão sobre a continuidade da comissão.
A batalha envolve um complexo jogo de inclusão e de retirada de assinaturas favoráveis ao adiamento da CPI. O Congresso tinha até meia-noite de ontem para receber as 171 assinaturas necessárias para prorrogar a CPI até o ano que vem.
Os governistas, no entanto, conseguiram retirar 67 nomes do requerimento de prorrogação e, com isso, conseguiram --ontem à noite-- inviabilizar a prorrogação da CPI. Com isso, derrubaram para 170 as assinaturas favoráveis à prorrogação da CPI, exatamente com uma assinatura de folga.
O governo, no entanto, teve pouco tempo para comemorar. Na manhã desta sexta-feira, durante a recontagem dos nomes, a Mesa Diretora da Câmara desconsiderou a assinatura do deputado Francisco Dornelles (PP-RJ) porque não conferia com a original. Com isso, as assinaturas favoráveis voltaram a 171 e, tecnicamente, a CPI fora prorrogada.
A recontagem é praxe porque na primeira verificação, quando o documento é protocolado na Mesa, os nomes são apenas contados. Somente na segunda verificação é que as assinaturas dos parlamentares são conferidas com as originais.
Mais complicados foram os casos de Wladimir Costa (PMDB-PA) e Carlos Willian (PMDB-MG). Ambos haviam assinado o requerimento de apoio à prorrogação. No entanto, já fora do Congresso Nacional, enviaram pedidos digitalizados para a exclusão de seus nomes. Um técnico da Mesa da Câmara, responsável por receber os pedidos, não aceitou o documento digitalizado num primeiro momento.
A decisão da Mesa repercutiu diretamente nos govenistas, que tentaram apelar ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Queriam que o senador interpretasse o processo. Calheiros preferiu não interferir. Disse que a decisão seria regimental e não política.
Acordo
Os petistas pediram à Mesa que o pedido fosse aceito sob a condição de que os deputados assinariam pessoalmente os documentos no prazo de cinco dias. O técnico da Mesa aceitou a proposta, mas teria cometido um erro ao determinar a hora de entrada dos requerimentos.
Com isso, o pedido de exclusão da assinatura foi registrado às 23h37, antes que o apoio fosse verificado pela Mesa, às 23h59. Ou seja, Carlos Willian e Wladimir Costa teriam retirado uma assinatura que ainda não existia. "Queremos que seja considerada a intenção dos deputados", afirmou o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Os secretários das duas Mesas consideram que não houve irregularidade nos procedimentos e erro por parte do técnico encarregado de receber os requerimentos e entendem que a CPI será prorrogada. Na contabilidade oficial, houve apoio de 35 senadores e 171 deputados, suficientes para levar a CPI até abril de 2006.
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