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14/03/2006 - 21h02

Via Campesina invade instalações da Syngenta no Paraná

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RENATA BAPTISTA
da Agência Folha

Militantes de movimentos ligados à Via Campesina invadiram, na manhã de hoje, o campo experimental da empresa multinacional de sementes Syngenta Seeds, em Santa Teresa do Oeste (536 km de Curitiba), no Paraná.

Segundo o coordenador estadual do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) Roberto Baggio, que também está a frente da mobilização, os manifestantes não vão sair cedo da área.

De acordo com a Via Campesina, estão sendo realizados experimentos ilegais com transgênicos na área --o que a empresa nega-- e os manifestantes só deixarão o local após o governo federal tomar um posicionamento sobre o caso.

Segundo a Via Campesina, a invasão foi realizada por cerca de mil trabalhadores, e 600 deles permaneceram no local. A Polícia Militar estimou, no entanto, que 300 pessoas invadiram a propriedade após quebrarem o portão que dá acesso à unidade.

Na semana passada, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) do Paraná embargou 12 hectares de plantio de soja transgênica da Syngenta Seeds por eles estarem localizados na "zona de amortecimento" do Parque Nacional do Iguaçu.

Segundo o superintendente do Ibama-PR, Marino Gonçalves, a área de pesquisa da Syngenta Seeds localiza-se a 6 km do parque, quando a lei prevê uma distância mínima de 10 km para plantio de soja transgênica das áreas de unidade de conservação.

O Ibama deu um prazo até amanhã para que a Syngenta Seeds apresente as licenças para plantio. Caso a documentação não seja apresentada, a empresa corre o risco de ter o embargo total de suas atividades no Brasil, ser multada em um valor que pode variar de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão, e responder na Justiça por crime contra a biossegurança.

A Syngenta Seeds, por meio de assessoria de imprensa, confirmou o embargo acontecido na última semana em uma área de pesquisa com soja tolerante a herbicida. A empresa declarou ainda que as atividades de pesquisa na estação experimental atendem a todas as exigências legais.

A Syngenta atua na área de agrobusiness e é uma das líderes em proteção de cultivos e sementes de alto valor agregado. A empresa possui 1,2 mil funcionários no Brasil e emprega cerca de 20 mil pessoas em mais de 90 países.

O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), disse que o Estado cumprirá a reintegração de posse, se a Justiça determinar. Ele fez um apelo ao MST e à Via Campesina para que não queimem a produção. Segundo ele, a tarefa de destruir a plantação pode ficar com a polícia do Paraná, se o governo federal confirmar a ilegalidade e a Justiça autorizar a destruição.

O presidente nacional da UDR (União Democrática Ruralista), Luiz Antonio Nabhan Garcia, solicitou na sexta-feira uma audiência com o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, para discutir a onda de invasões de terras no país.

"[A Via Campesina] É uma organização internacional que vem ao Brasil participar de invasões com danos e prejuízos e que coloca em risco a ordem pública nacional", disse Nabhan Garcia.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não quis comentar o ato da Via Campesina na fazenda da Syngenta. Depois de ser homenageada por representantes dos movimentos sociais, incluindo o MST, no fórum paralelo à reunião da ONU sobre biossegurança, em Curitiba, ela disse que estava atrasada para um vôo e não tinha informações aprofundadas.

Colaboraram DIMITRI DO VALLE, SÍLVIA FREIRE e MARI TORTATO, da Agência Folha

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