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31/05/2006
-
18h29
KENNEDY ALENCAR
Colunista da Folha Online
Os ilustres ausentes foram destaque na solenidade desta quarta-feira em Brasília na qual o PSDB e o PFL anunciaram que serão aliados na eleição presidencial. Sinal ruim para o candidato tucano ao Palácio do Planalto, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin.
A parte mais expressiva da cúpula tucana simplesmente não apareceu no evento, feito sob encomenda para tentar pôr fim aos desentendimentos públicos entre caciques do PSDB e do PFL.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não estava lá. José Serra, candidato do PSDB ao governo paulista e líder disparado nas pesquisas no Estado, não apareceu. Aécio Neves, franco favorito à reeleição ao governo de Minas, também não deu o ar de sua graça.
Na semana passada, FHC previu em encontro com ex-colaboradores que Alckmin dificilmente derrotaria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Serra, que perdeu a indicação tucana à Presidência numa disputa dura com Alckmin, é nome forte para disputar o Planalto em 2010. Aécio também pensa em concorrer à Presidência daqui a quatro anos.
Ausências tão ilustres só reforçam a idéia de que Alckmin seria candidato à "cristianização". Em política, "cristianização" é uma expressão que nasceu na eleição presidencial de 1950. Naquele ano, o PSD lançou o mineiro Cristiano Machado à Presidência. No entanto, a grande maioria do partido apoiou o candidato do PTB, Getúlio Vargas, que retornaria ao poder pela segunda vez.
Ou seja, Alckmin poderá viver situação parecida, apesar de ser muito cedo para decretar sua derrota eleitoral. O discurso contundente contra Lula na cerimônia em Brasília é uma evidência de que o figurino "bom moço" não será o único que ele vestirá na campanha.
Em política, porém, imagem conta muito. E a fotografia da aliança tucano-pefelista desta quarta-feira não terá a presença de três grandes caciques do PSDB. Dois deles, Serra e Aécio, não estariam nem um pouco interessados em ver Alckmin ocupar o Palácio do Planalto a partir de 2007 com possibilidade de reeleição em 2010.
Daqui a quatro anos, se reeleito, Lula não poderá concorrer a um novo mandato. E a tradicional fadiga de material de oito anos de poder aumentaria, na visão de serristas e aecistas, a chance de o PSDB voltar ao poder central contra um PT que não poderá mais contar com o carisma de uma figura como Lula.
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A parte mais expressiva da cúpula tucana simplesmente não apareceu no evento, feito sob encomenda para tentar pôr fim aos desentendimentos públicos entre caciques do PSDB e do PFL.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não estava lá. José Serra, candidato do PSDB ao governo paulista e líder disparado nas pesquisas no Estado, não apareceu. Aécio Neves, franco favorito à reeleição ao governo de Minas, também não deu o ar de sua graça.
Na semana passada, FHC previu em encontro com ex-colaboradores que Alckmin dificilmente derrotaria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Serra, que perdeu a indicação tucana à Presidência numa disputa dura com Alckmin, é nome forte para disputar o Planalto em 2010. Aécio também pensa em concorrer à Presidência daqui a quatro anos.
Ausências tão ilustres só reforçam a idéia de que Alckmin seria candidato à "cristianização". Em política, "cristianização" é uma expressão que nasceu na eleição presidencial de 1950. Naquele ano, o PSD lançou o mineiro Cristiano Machado à Presidência. No entanto, a grande maioria do partido apoiou o candidato do PTB, Getúlio Vargas, que retornaria ao poder pela segunda vez.
Ou seja, Alckmin poderá viver situação parecida, apesar de ser muito cedo para decretar sua derrota eleitoral. O discurso contundente contra Lula na cerimônia em Brasília é uma evidência de que o figurino "bom moço" não será o único que ele vestirá na campanha.
Em política, porém, imagem conta muito. E a fotografia da aliança tucano-pefelista desta quarta-feira não terá a presença de três grandes caciques do PSDB. Dois deles, Serra e Aécio, não estariam nem um pouco interessados em ver Alckmin ocupar o Palácio do Planalto a partir de 2007 com possibilidade de reeleição em 2010.
Daqui a quatro anos, se reeleito, Lula não poderá concorrer a um novo mandato. E a tradicional fadiga de material de oito anos de poder aumentaria, na visão de serristas e aecistas, a chance de o PSDB voltar ao poder central contra um PT que não poderá mais contar com o carisma de uma figura como Lula.
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