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12/12/2006 - 13h46

Deputado que faz greve de fome pede colchão para dormir no plenário

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ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

O deputado João Correia (PMDB-AC) pediu à direção da Câmara que providencie um colchão para que ele possa descansar à noite enquanto mantém a greve de fome que deflagrou ontem em protesto pela demora no julgamento do seu processo.

Acusado pela CPI dos Sanguessugas de envolvimento com a máfia das ambulâncias, o deputado está desde ontem no plenário ingerindo apenas água. Ele disse que irá manter a greve até que o Conselho de Ética julgue o seu caso.

O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), foi ao plenário hoje "visitar" Correia. "Ele tem direito a um julgamento justo. É uma questão de justiça que este caso tenha um desfecho", afirmou.

Aldo ressaltou que o Conselho teve muitos processos para julgar neste ano, o que deve ter atrasado na análise das denúncias contra os sanguessugas. "Mas já conversei com o presidente do Conselho para que ele agilize a votação", afirmou.

Cadeiras do Plenário

Correia disse que resolveu pedir o colchonete porque quase não conseguiu dormir esta madrugada, onde se acomodou nas cadeiras do plenário. Metade da luz do local teve que ficar acesa por causa da presença do parlamentar. "Dormi muito mal, por isso requisitei uns colchonetes", disse à Folha Online.

O filho do deputado o acompanhou na madrugada. Hoje, parentes de Correia, além da mulher dele, estiveram na Câmara para tentar dissuadi-lo do processo. "Se eu vim até aqui não vou voltar atrás. O processo tem que ser julgado", disse.

Ontem, o deputado teve um dos seus pedidos atendido: conseguiu tomar banho nas dependências da Câmara. "É um lugar meio subterrâneo, onde ficam os bombeiros, mas foi bom para me dar ânimo", disse. Além do desconforto durante a noite, o deputado fez outra queixa: "Estou com fome!", disse.

Processo

João Correia foi acusado pelo empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin de ter recebido R$ 12 mil, em espécie, no seu gabinete, em troca de emendas apresentadas para a compra de ambulâncias.

Ele admite que destinou três emendas para ambulâncias, que uma contemplou a Planam, mas nega que tenha recebido propina. Segundo apurou a reportagem, o Conselho de Ética não encontrou provas da corrupção. Um dirigente do órgão disse que hoje o que se tem é apenas a palavra de um contra a do outro, o que não deve resultar em cassação.

João Correia não foi reeleito, mas disse que quer ter seu processo julgado porque quer retomar sua carreira de professor na Universidade Federal do Acre. "Quando eu era gente dava aula de teoria econômica", disse.

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