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20/12/2006
-
21h06
CRISTIANO MACHADO
Colaboração para a Agência Folha, em Presidente Prudente
A Polícia Civil investiga suposto ataque a um acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) numa área invadida da fazenda São Camilo, em Presidente Venceslau (620 km a oeste de SP), no Pontal do Paranapanema.
O coordenador do movimento Wesley Mauch, 30, registrou boletim de ocorrência acusando membros do Mast (Movimento dos Agricultores Sem Terra) de, na madrugada desta quarta-feira, terem atirado contra as famílias acampadas na propriedade.
Segundo a polícia, não houve feridos. "Eles chegaram em quatro carros e, da porteira, já desceram atirando. Foi uma correria e muitos trabalhadores sofreram escoriações na hora da fuga", disse Mauch.
MST e Mast disputam a preferência pelo assentamento de famílias nesta e numa fazenda vizinha (Nossa Senhora das Graças, na cidade de Caiuá). Essas e outras duas áreas estão prestes a serem compradas pelo governo do Estado para fins de reforma agrária. No último dia 24, os dois grupos invadiram a São Camilo num intervalo de duas horas.
Alvo constante do MST e Mast, a São Camilo sofreu oito invasões nos últimos dois anos.
O dirigente estadual do Mast, Milton José da Silva, negou as acusações. "É mentira, isso não existe. Se houve alguma coisa, foi uma briga entre eles, já que esse não é o procedimento adotado pelo Mast", afirmou.
À polícia, Mauch disse ainda que ele e José Rainha Jr. foram ameaçados pelo grupo. "Eles chegaram dizendo que só sairíamos mortos dali, que iam acertar as contas comigo", afirmou Rainha.
Nesta quarta, ele procurou o comando da Polícia Militar da cidade para pedir providências. "A gente já sofre com a perseguição do latifúndio e agora está sofrendo por causa de meia-dúzia de delinqüentes", disse.
Apesar de estar proibido pela direção do MST de liderar as ações do movimento, ele comanda os sem-terra que invadiram a fazenda. Rainha disse que o MST vai "reivindicar a área". "Vamos reivindicar a área para assentar nossas famílias, mas faremos dentro da legalidade, respeitando todos os movimentos sociais até porque quem escolhe as famílias é a comissão de seleção", disse.
Milton José da Silva, do Mast, afirmou que seu movimento "não abrirá mão" de se manter na fazenda Nossa Senhora das Graças, também disputado pelo MST. "Não vamos permitir que outro grupo lá. Estamos há dez anos na área lutando por ela", disse.
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MST acusa Mast de ataque a acampamento no Pontal
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Colaboração para a Agência Folha, em Presidente Prudente
A Polícia Civil investiga suposto ataque a um acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) numa área invadida da fazenda São Camilo, em Presidente Venceslau (620 km a oeste de SP), no Pontal do Paranapanema.
O coordenador do movimento Wesley Mauch, 30, registrou boletim de ocorrência acusando membros do Mast (Movimento dos Agricultores Sem Terra) de, na madrugada desta quarta-feira, terem atirado contra as famílias acampadas na propriedade.
Segundo a polícia, não houve feridos. "Eles chegaram em quatro carros e, da porteira, já desceram atirando. Foi uma correria e muitos trabalhadores sofreram escoriações na hora da fuga", disse Mauch.
MST e Mast disputam a preferência pelo assentamento de famílias nesta e numa fazenda vizinha (Nossa Senhora das Graças, na cidade de Caiuá). Essas e outras duas áreas estão prestes a serem compradas pelo governo do Estado para fins de reforma agrária. No último dia 24, os dois grupos invadiram a São Camilo num intervalo de duas horas.
Alvo constante do MST e Mast, a São Camilo sofreu oito invasões nos últimos dois anos.
O dirigente estadual do Mast, Milton José da Silva, negou as acusações. "É mentira, isso não existe. Se houve alguma coisa, foi uma briga entre eles, já que esse não é o procedimento adotado pelo Mast", afirmou.
À polícia, Mauch disse ainda que ele e José Rainha Jr. foram ameaçados pelo grupo. "Eles chegaram dizendo que só sairíamos mortos dali, que iam acertar as contas comigo", afirmou Rainha.
Nesta quarta, ele procurou o comando da Polícia Militar da cidade para pedir providências. "A gente já sofre com a perseguição do latifúndio e agora está sofrendo por causa de meia-dúzia de delinqüentes", disse.
Apesar de estar proibido pela direção do MST de liderar as ações do movimento, ele comanda os sem-terra que invadiram a fazenda. Rainha disse que o MST vai "reivindicar a área". "Vamos reivindicar a área para assentar nossas famílias, mas faremos dentro da legalidade, respeitando todos os movimentos sociais até porque quem escolhe as famílias é a comissão de seleção", disse.
Milton José da Silva, do Mast, afirmou que seu movimento "não abrirá mão" de se manter na fazenda Nossa Senhora das Graças, também disputado pelo MST. "Não vamos permitir que outro grupo lá. Estamos há dez anos na área lutando por ela", disse.
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