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08/01/2007
-
16h27
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) vai encaminhar esta semana ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, um relatório com base em dados levantados pela CPI dos Sanguessugas que apontam o envolvimento do presidente do PT, Ricardo Berzoini, com a compra do dossiê antitucano.
Na opinião de Sampaio, a Polícia Federal desprezou as informações contra o presidente do PT no relatório final sobre a compra do dossiê, no qual não houve pedido de indiciamento do petista.
"Se ele não teve participação direta na compra do dossiê, tinha a ciência de todos os atos da negociação. Ele era informado de todos os passos do dossiê e tudo isso foi ignorado pelo Diógenes Curado [delegado da PF do Mato Grosso que conduziu as investigações sobre o dossiegate]", afirmou o deputado à Folha Online.
Sampaio acredita que a PF agiu de forma política para preservar lideranças do PT envolvidas no dossiegate. O deputado também questiona o fato de a PF não ter solicitado o indiciamento de Jorge Lorenzetti --ex-integrante da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à reeleição-- que era subordinado a Berzoini, então coordenador da campanha do petista.
Para o tucano, a PF preservou Lorenzetti porque não poderia indiciar o subordinado sem envolver seu superior na operação. "O próprio Diógenes disse que o Lorenzetti era o cérebro da operação. Como ele não indicia o cérebro? Me parece um relatório direcionado com a intenção de afastar pessoas do presidente Lula desse episódio", afirmou.
O deputado tem em mãos uma série de cruzamentos telefônicos realizados por técnicos da CPI que apontam ligações de Osvaldo Bargas --que também trabalhou na campanha de Lula-- para Berzoini. As ligações ocorriam, segundo Sampaio, sempre depois de Bargas falar ao telefone com Lorenzetti.
"A cada passo da negociação, o Berzoini era imediatamente avisado. Mas se o delegado fosse indiciar o Lorenzetti, teria que indiciar o Berzoini. Por isso optou por não indiciar nenhum dos dois", criticou.
Ao decidir encaminhar as denúncias contra Berzoini ao Ministério Público, Sampaio disse acreditar que o procurador-geral da República possa solicitar novas diligências para apurar o envolvimento do presidente do PT no episódio.
"As informações que subsidiam o processo não precisam estar embasadas somente no inquérito. Os elementos, se não permitem de pronto a denúncia [contra Berzoini], podem gerar novas diligências", afirmou Sampaio.
Berzoini reassumiu na semana passada a presidência do PT depois de se afastar do cargo a pedido do presidente Lula, em outubro deste ano. Na época, Berzoini também deixou a coordenação de campanha do presidente depois de ter subordinados envolvidos nas denúncias de compra do dossiê.
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Tucano encaminha denúncias contra Berzoini ao Ministério Público
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da Folha Online, em Brasília
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) vai encaminhar esta semana ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, um relatório com base em dados levantados pela CPI dos Sanguessugas que apontam o envolvimento do presidente do PT, Ricardo Berzoini, com a compra do dossiê antitucano.
Na opinião de Sampaio, a Polícia Federal desprezou as informações contra o presidente do PT no relatório final sobre a compra do dossiê, no qual não houve pedido de indiciamento do petista.
"Se ele não teve participação direta na compra do dossiê, tinha a ciência de todos os atos da negociação. Ele era informado de todos os passos do dossiê e tudo isso foi ignorado pelo Diógenes Curado [delegado da PF do Mato Grosso que conduziu as investigações sobre o dossiegate]", afirmou o deputado à Folha Online.
Sampaio acredita que a PF agiu de forma política para preservar lideranças do PT envolvidas no dossiegate. O deputado também questiona o fato de a PF não ter solicitado o indiciamento de Jorge Lorenzetti --ex-integrante da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à reeleição-- que era subordinado a Berzoini, então coordenador da campanha do petista.
Para o tucano, a PF preservou Lorenzetti porque não poderia indiciar o subordinado sem envolver seu superior na operação. "O próprio Diógenes disse que o Lorenzetti era o cérebro da operação. Como ele não indicia o cérebro? Me parece um relatório direcionado com a intenção de afastar pessoas do presidente Lula desse episódio", afirmou.
O deputado tem em mãos uma série de cruzamentos telefônicos realizados por técnicos da CPI que apontam ligações de Osvaldo Bargas --que também trabalhou na campanha de Lula-- para Berzoini. As ligações ocorriam, segundo Sampaio, sempre depois de Bargas falar ao telefone com Lorenzetti.
"A cada passo da negociação, o Berzoini era imediatamente avisado. Mas se o delegado fosse indiciar o Lorenzetti, teria que indiciar o Berzoini. Por isso optou por não indiciar nenhum dos dois", criticou.
Ao decidir encaminhar as denúncias contra Berzoini ao Ministério Público, Sampaio disse acreditar que o procurador-geral da República possa solicitar novas diligências para apurar o envolvimento do presidente do PT no episódio.
"As informações que subsidiam o processo não precisam estar embasadas somente no inquérito. Os elementos, se não permitem de pronto a denúncia [contra Berzoini], podem gerar novas diligências", afirmou Sampaio.
Berzoini reassumiu na semana passada a presidência do PT depois de se afastar do cargo a pedido do presidente Lula, em outubro deste ano. Na época, Berzoini também deixou a coordenação de campanha do presidente depois de ter subordinados envolvidos nas denúncias de compra do dossiê.
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