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09/01/2007
-
20h57
da Folha Online
Os fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Sônia Haddad Moraes Hernandes e Estevam Hernandes Filho, tiveram que pagar, nesta terça-feira, uma fiança no valor de US$ 100 mil --US$ 50 mil cada-- para serem liberados. Os dois foram presos pelo FBI (Federal Bureau of Investigation) em Miami, sob a acusação de lavagem de dinheiro.
Segundo o Departamento de Imigração dos EUA, mesmo depois de pagarem a fiança, eles não podem voltar para o Brasil. O casal deverá aguardar na Flórida a conclusão do processo.
O casal havia embarcado para os Estados Unidos na noite desta segunda-feira, em Guarulhos (SP). Sônia e Estevam --que estavam sendo monitorados pelo Ministério Público e pela Polícia Federal-- foram presos porque declararam falsamente para a alfândega norte-americana que não carregavam mais de US$ 10 mil cada. Os dois portavam, juntos, US$ 56 mil (em espécie).
Um relatório produzido pela própria alfândega norte-americana revela que o casal transportava os dólares em diversos compartimentos, como bolsas, um porta-CDs e até dentro de uma bíblia, que estava na bagagem de Sônia.
Equívoco
O advogado dos fundadores da Renascer, Luiz Flávio Borges D'Urso, negou a prisão do casal. Ele sustentou que Estevam e Sônia foram somente detidos pela polícia americana porque teriam cometido o que chama de equívoco na declaração de valores à alfândega.
"Por um equívoco no preenchimento da declaração aduaneira quanto aos valores transportados pela família, foram chamados a prestar esclarecimentos perante as autoridades locais", afirma o advogado, que fez as declarações em nome do casal.
No Brasil
Sônia e Estevam conseguiram embarcar para os Estados Unidos porque obtiveram no final de dezembro uma liminar no STJ (Superior Tribunal de Justiça) revogando o pedido de prisão preventiva que havia contra eles. Até então, eles eram considerados foragidos.
No Brasil, Sônia e Estevam são acusados de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, evasão de divisas e estelionato. Os crimes envolveriam as doações feitas pelos fiéis e a abertura de "empresas fantasmas". (Saiba quais são as acusações que existem contra os fundadores da Igreja Renascer)
Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado), o Ministério Público Estadual de São Paulo irá pedir para o casal também ser investigado nos Estados Unidos pelo crime de lavagem de dinheiro.
No Brasil, a Justiça já havia bloqueado alguns bens do casal, como um haras na região de Atibaia (SP). Apesar de o casal possuir uma fortuna estimada em R$ 19 milhões, como uma mansão na Flórida, a igreja acumula dívidas de R$ 12 milhões --como os aluguéis dos vários templos da Renascer.
Para os promotores do Gaeco, a prisão deles com o dinheiro não declarado nos EUA confirma as práticas cometidas no Brasil.
Segundo eles, o Gaeco pediu a cooperação da polícia norte-americana para efetivar a prisão dos fundadores da Renascer.
Os promotores do Gaeco informaram ainda que irão entrar com novo pedido de prisão preventiva contra o casal Hernandes. Eles irão alegar que, ao retornar ao Brasil, Sônia e Estevam podem voltar à condição de foragidos, o que atrapalharia as investigações. (Saiba quem são os famosos que frequentam a Renascer)
Acusações
Reportagem publicada pela Folha no dia 25 de outubro informava que um ex-funcionário da Renascer, que se identificou como "J", disse que o dinheiro arrecadado entre os fiéis era usado para pagar funcionários de empresas dos Hernandes. Assim, sobravam mais recursos para que as empresas do grupo comprassem bens.
Numa outra denúncia, o Ministério Público de São Paulo acusou os Hernandes e o bispo primaz Jorge Luiz Bruno de falsidade ideológica. Eles teriam montado uma igreja "laranja", chamada Internacional Renovação Evangélica, para livrar a Renascer de processos.
Segundo a denúncia, a igreja Internacional Renovação Evangélica, criada em 2004 por Jorge Luiz Bruno, não existe fisicamente. No endereço indicado na ata de fundação --rua Maria Carlota, 879, na zona leste de São Paulo-- funciona um templo da Renascer.
Os promotores do Gaeco Arthur Lemos, Eder Segura, Roberto Porto e José Reinaldo Carneiro não quiseram se manifestar publicamente, pois o processo está sob segredo de Justiça.
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Os fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Sônia Haddad Moraes Hernandes e Estevam Hernandes Filho, tiveram que pagar, nesta terça-feira, uma fiança no valor de US$ 100 mil --US$ 50 mil cada-- para serem liberados. Os dois foram presos pelo FBI (Federal Bureau of Investigation) em Miami, sob a acusação de lavagem de dinheiro.
Segundo o Departamento de Imigração dos EUA, mesmo depois de pagarem a fiança, eles não podem voltar para o Brasil. O casal deverá aguardar na Flórida a conclusão do processo.
O casal havia embarcado para os Estados Unidos na noite desta segunda-feira, em Guarulhos (SP). Sônia e Estevam --que estavam sendo monitorados pelo Ministério Público e pela Polícia Federal-- foram presos porque declararam falsamente para a alfândega norte-americana que não carregavam mais de US$ 10 mil cada. Os dois portavam, juntos, US$ 56 mil (em espécie).
Um relatório produzido pela própria alfândega norte-americana revela que o casal transportava os dólares em diversos compartimentos, como bolsas, um porta-CDs e até dentro de uma bíblia, que estava na bagagem de Sônia.
Equívoco
O advogado dos fundadores da Renascer, Luiz Flávio Borges D'Urso, negou a prisão do casal. Ele sustentou que Estevam e Sônia foram somente detidos pela polícia americana porque teriam cometido o que chama de equívoco na declaração de valores à alfândega.
"Por um equívoco no preenchimento da declaração aduaneira quanto aos valores transportados pela família, foram chamados a prestar esclarecimentos perante as autoridades locais", afirma o advogado, que fez as declarações em nome do casal.
No Brasil
Divulgação |
Apóstolo Estevam Hernandes |
No Brasil, Sônia e Estevam são acusados de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, evasão de divisas e estelionato. Os crimes envolveriam as doações feitas pelos fiéis e a abertura de "empresas fantasmas". (Saiba quais são as acusações que existem contra os fundadores da Igreja Renascer)
Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado), o Ministério Público Estadual de São Paulo irá pedir para o casal também ser investigado nos Estados Unidos pelo crime de lavagem de dinheiro.
No Brasil, a Justiça já havia bloqueado alguns bens do casal, como um haras na região de Atibaia (SP). Apesar de o casal possuir uma fortuna estimada em R$ 19 milhões, como uma mansão na Flórida, a igreja acumula dívidas de R$ 12 milhões --como os aluguéis dos vários templos da Renascer.
Para os promotores do Gaeco, a prisão deles com o dinheiro não declarado nos EUA confirma as práticas cometidas no Brasil.
Segundo eles, o Gaeco pediu a cooperação da polícia norte-americana para efetivar a prisão dos fundadores da Renascer.
Divulgação |
Bispa Sônia, da Renascer |
Acusações
Reportagem publicada pela Folha no dia 25 de outubro informava que um ex-funcionário da Renascer, que se identificou como "J", disse que o dinheiro arrecadado entre os fiéis era usado para pagar funcionários de empresas dos Hernandes. Assim, sobravam mais recursos para que as empresas do grupo comprassem bens.
Numa outra denúncia, o Ministério Público de São Paulo acusou os Hernandes e o bispo primaz Jorge Luiz Bruno de falsidade ideológica. Eles teriam montado uma igreja "laranja", chamada Internacional Renovação Evangélica, para livrar a Renascer de processos.
Segundo a denúncia, a igreja Internacional Renovação Evangélica, criada em 2004 por Jorge Luiz Bruno, não existe fisicamente. No endereço indicado na ata de fundação --rua Maria Carlota, 879, na zona leste de São Paulo-- funciona um templo da Renascer.
Os promotores do Gaeco Arthur Lemos, Eder Segura, Roberto Porto e José Reinaldo Carneiro não quiseram se manifestar publicamente, pois o processo está sob segredo de Justiça.
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