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06/02/2007
-
09h55
KENNEDY ALENCAR
VALDO CRUZ
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em reunião ontem da cúpula do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu atuar a favor da tese do ministro da Tarso Genro (Relações Institucionais) e de governadores do partido que criticam a forma como o Campo Majoritário, tendência mais poderosa do PT, conduziu o partido nos últimos anos.
Além de atuar nos bastidores a favor dos que pedem "refundação" e "reconstrução" do PT, Lula pretende fazer um discurso duro no jantar de sexta-feira em Salvador no qual o partido comemorará os seus 27 anos.
Na reunião da Coordenação de Governo, grupo integrado pelos ministros que discutem semanalmente com Lula as diretrizes do governo, o presidente fez uma análise da guerra interna já em curso para a reunião do Diretório Nacional, no sábado, e para o 3º Congresso Nacional do PT, em julho.
De acordo com um ministro, Lula disse que não dá para o PT fazer de conta que nada aconteceu. Ele pretende cobrar do partido uma autocrítica sobre seus erros nas crises do mensalão e do dossiegate.
Nos bastidores, Lula atuará para que sejam antecipadas as eleições para a nova direção do partido, o que encurtaria o mandato do presidente do partido, Ricardo Berzoini.
No discurso, Lula deverá adotar um tom com "menor octanagem" do que o documento que vem sendo elaborado por Tarso em conjunto com outros dirigentes que criticam o Campo Majoritário --tendência à qual o próprio Lula pertence.
Hoje, o Campo Majoritário tem entre os seus principais líderes Berzoini, o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy e o assessor especial de Lula Marco Aurélio Garcia.
Apesar de ser do Movimento PT, Arlindo Chinaglia (SP) foi eleito presidente da Câmara na semana passada com apoio fundamental do Campo Majoritário. A vitória revigorou os dirigentes da seção paulista.
Ontem, em almoço com Chinaglia, Lula pediu apoio para evitar uma guerra interna no PT que prejudique o governo. Há temor no Palácio do Planalto de que o Campo Majoritário use a vitória de Chinaglia para reclamar espaços no partido.
Governador de Sergipe, Marcelo Déda disse que ainda não decidiu se vai assinar o documento elaborado por Tarso. No entanto, ele afirmou que o PT precisa ser "revitalizado". "Devemos sair do 3º Congresso como um partido que enfrentou seus erros, superou-os e se tornou mais contemporâneo", diz.
Defensor da refundação do PT, o governador Wellington Dias (Piauí) disse que o objetivo é "buscar reduzir o poder das tendências dentro do partido". Segundo ele, as tendências se transformaram em "partidos dentro do partido".
Dias defende o fim da regra que distribui os cargos nas direções partidárias de acordo com o tamanho das tendências. "Como o presidente é hoje eleito diretamente pelos filiados, nem sempre ele consegue imprimir sua liderança."
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VALDO CRUZ
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em reunião ontem da cúpula do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu atuar a favor da tese do ministro da Tarso Genro (Relações Institucionais) e de governadores do partido que criticam a forma como o Campo Majoritário, tendência mais poderosa do PT, conduziu o partido nos últimos anos.
Além de atuar nos bastidores a favor dos que pedem "refundação" e "reconstrução" do PT, Lula pretende fazer um discurso duro no jantar de sexta-feira em Salvador no qual o partido comemorará os seus 27 anos.
Na reunião da Coordenação de Governo, grupo integrado pelos ministros que discutem semanalmente com Lula as diretrizes do governo, o presidente fez uma análise da guerra interna já em curso para a reunião do Diretório Nacional, no sábado, e para o 3º Congresso Nacional do PT, em julho.
De acordo com um ministro, Lula disse que não dá para o PT fazer de conta que nada aconteceu. Ele pretende cobrar do partido uma autocrítica sobre seus erros nas crises do mensalão e do dossiegate.
Nos bastidores, Lula atuará para que sejam antecipadas as eleições para a nova direção do partido, o que encurtaria o mandato do presidente do partido, Ricardo Berzoini.
No discurso, Lula deverá adotar um tom com "menor octanagem" do que o documento que vem sendo elaborado por Tarso em conjunto com outros dirigentes que criticam o Campo Majoritário --tendência à qual o próprio Lula pertence.
Hoje, o Campo Majoritário tem entre os seus principais líderes Berzoini, o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy e o assessor especial de Lula Marco Aurélio Garcia.
Apesar de ser do Movimento PT, Arlindo Chinaglia (SP) foi eleito presidente da Câmara na semana passada com apoio fundamental do Campo Majoritário. A vitória revigorou os dirigentes da seção paulista.
Ontem, em almoço com Chinaglia, Lula pediu apoio para evitar uma guerra interna no PT que prejudique o governo. Há temor no Palácio do Planalto de que o Campo Majoritário use a vitória de Chinaglia para reclamar espaços no partido.
Governador de Sergipe, Marcelo Déda disse que ainda não decidiu se vai assinar o documento elaborado por Tarso. No entanto, ele afirmou que o PT precisa ser "revitalizado". "Devemos sair do 3º Congresso como um partido que enfrentou seus erros, superou-os e se tornou mais contemporâneo", diz.
Defensor da refundação do PT, o governador Wellington Dias (Piauí) disse que o objetivo é "buscar reduzir o poder das tendências dentro do partido". Segundo ele, as tendências se transformaram em "partidos dentro do partido".
Dias defende o fim da regra que distribui os cargos nas direções partidárias de acordo com o tamanho das tendências. "Como o presidente é hoje eleito diretamente pelos filiados, nem sempre ele consegue imprimir sua liderança."
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