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22/03/2007
-
16h31
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) condenou nesta quinta-feira a decisão dos deputados de reajustar os próprios salários em 26,49%. O aumento --também concedido aos senadores, presidente da República, vice-presidente e ministros do governo-- ainda precisa ser analisado pelos plenários das duas Casas Legislativas, mas já foi aprovado pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.
O presidente da CNBB, d. Geraldo Majella, disse que os deputados demonstraram "insensibilidade" quanto ao uso do dinheiro público. "É bom que se compare o reajuste que os deputados se concederam ao que deram para o salário dos trabalhadores", disse. E ironizou: "Abaixaram um pouco".
No final do ano passado, os parlamentares tentaram elevar os seus salários em 90%, equiparando o valor aos proventos dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), mas recuaram diante da repercussão negativa.
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), reagiu às críticas da CNBB. "Não admite que tachem o conjunto da Câmara como não tendo um comportamento ético. Se eles têm essa opinião, que façam uma nota para podermos responder".
Para o vice-presidente da CNBB, d. Antonio Celso de Queirós, a decisão de reajustar os próprios salários demonstra falta de ética dos parlamentares. "Não tem ética aumentar os próprios salários desse jeito. Passa para a sociedade a impressão de que os que podem ganhar mais ganham", disse.
Dom Odílio Scherer, secretário-geral da CNBB e agora arcebispo de São Paulo, também condenou o fato de os deputados "poderem decidir em causa própria" e parafraseou o presidente Lula que considerou seus ministros heróis por receberem salários no valor de R$ 8.362,80. "Heróis são os que sobrevivem com o salário mínimo", afirmou.
Pelo projeto aprovado hoje, o salário do presidente Lula sobe de R$ 8.885,48 para R$ 11.239,24. O vice-presidente e os ministros passarão a receber R$ 10.578,11 contra R$ 8.362,80. Para os parlamentares, o subsídio mensal sobe de R$ 12.847,20 para R$ 16.250,42.
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CNBB diz que aumentar próprio salário é falta de ética dos deputados
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da Folha Online, em Brasília
A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) condenou nesta quinta-feira a decisão dos deputados de reajustar os próprios salários em 26,49%. O aumento --também concedido aos senadores, presidente da República, vice-presidente e ministros do governo-- ainda precisa ser analisado pelos plenários das duas Casas Legislativas, mas já foi aprovado pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.
O presidente da CNBB, d. Geraldo Majella, disse que os deputados demonstraram "insensibilidade" quanto ao uso do dinheiro público. "É bom que se compare o reajuste que os deputados se concederam ao que deram para o salário dos trabalhadores", disse. E ironizou: "Abaixaram um pouco".
No final do ano passado, os parlamentares tentaram elevar os seus salários em 90%, equiparando o valor aos proventos dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), mas recuaram diante da repercussão negativa.
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), reagiu às críticas da CNBB. "Não admite que tachem o conjunto da Câmara como não tendo um comportamento ético. Se eles têm essa opinião, que façam uma nota para podermos responder".
Para o vice-presidente da CNBB, d. Antonio Celso de Queirós, a decisão de reajustar os próprios salários demonstra falta de ética dos parlamentares. "Não tem ética aumentar os próprios salários desse jeito. Passa para a sociedade a impressão de que os que podem ganhar mais ganham", disse.
Dom Odílio Scherer, secretário-geral da CNBB e agora arcebispo de São Paulo, também condenou o fato de os deputados "poderem decidir em causa própria" e parafraseou o presidente Lula que considerou seus ministros heróis por receberem salários no valor de R$ 8.362,80. "Heróis são os que sobrevivem com o salário mínimo", afirmou.
Pelo projeto aprovado hoje, o salário do presidente Lula sobe de R$ 8.885,48 para R$ 11.239,24. O vice-presidente e os ministros passarão a receber R$ 10.578,11 contra R$ 8.362,80. Para os parlamentares, o subsídio mensal sobe de R$ 12.847,20 para R$ 16.250,42.
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