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28/03/2007
-
09h16
KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza
Movimentos sociais contrários à transposição do rio São Francisco devem engrossar as mobilizações do MST no chamado "abril vermelho" para tentar adiar o início das obras, programadas para maio, agora que o Ibama concedeu a última licença que faltava.
As entidades, espalhadas por todo o Nordeste, inclusive em regiões tidas como beneficiárias da transposição de águas (na área setentrional), querem difundir informações sobre os supostos malefícios do projeto para aumentar a opinião pública contrária à obra, antes que ela seja iniciada.
Para isso, um vídeo produzido pela Frente Cearense por uma Nova Cultura da Água e Contra a Transposição, que integra cerca de 180 entidades do Estado, deverá ser distribuído a todo o país.
O trabalho mostra toda a área a ser atingida pela transposição, desde a bacia do rio até o porto do Pecém, onde parte da água deve desembocar, no Ceará.
"Entre as denúncias que fazemos, está a de que essa água irá passar longe das áreas realmente secas do Estado, que é a dos Inhamuns, o Sertão Central, a região Norte. Os políticos mentem ao dizer que não existe oposição ao projeto no Ceará, ninguém fez consulta nenhuma aqui", diz Magnólia Said, uma das coordenadoras da Frente.
Entidades da Bahia, Estado onde as lideranças políticas majoritariamente vinham se manifestando contrárias à obra, temem que o novo ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que tem sua base eleitoral principalmente no interior do Estado, ofereça contrapartidas aos municípios "doadores" de água para ganhar adesões pró-transposição.
"Sabemos que tudo isso envolve muito dinheiro, até porque política funciona assim, com contrapartidas, mas acreditamos que a opinião contrária à obra está muito consolidada e vamos continuar lutando para ampliar o acesso a informações sobre o que é o projeto de fato", disse Rubens Siqueira, do Conselho Pastoral da Terra da Bahia.
Como estratégia de mobilização, as entidades contrárias à obra têm dialogado com políticos locais de oposição ao governo federal, sobretudo os que ainda se mantêm no PFL, em Sergipe e na Bahia, mesmo após a derrota eleitoral do ano passado (nos dois Estados houve vitória do PT).
"Infelizmente, estamos falando de um projeto de governo, e esse governo é do PT. Assim, a discussão torna-se, sim, muito partidarizada", disse Clarice Maia, da Articulação do São Francisco.
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da Agência Folha, em Fortaleza
Movimentos sociais contrários à transposição do rio São Francisco devem engrossar as mobilizações do MST no chamado "abril vermelho" para tentar adiar o início das obras, programadas para maio, agora que o Ibama concedeu a última licença que faltava.
As entidades, espalhadas por todo o Nordeste, inclusive em regiões tidas como beneficiárias da transposição de águas (na área setentrional), querem difundir informações sobre os supostos malefícios do projeto para aumentar a opinião pública contrária à obra, antes que ela seja iniciada.
Para isso, um vídeo produzido pela Frente Cearense por uma Nova Cultura da Água e Contra a Transposição, que integra cerca de 180 entidades do Estado, deverá ser distribuído a todo o país.
O trabalho mostra toda a área a ser atingida pela transposição, desde a bacia do rio até o porto do Pecém, onde parte da água deve desembocar, no Ceará.
"Entre as denúncias que fazemos, está a de que essa água irá passar longe das áreas realmente secas do Estado, que é a dos Inhamuns, o Sertão Central, a região Norte. Os políticos mentem ao dizer que não existe oposição ao projeto no Ceará, ninguém fez consulta nenhuma aqui", diz Magnólia Said, uma das coordenadoras da Frente.
Entidades da Bahia, Estado onde as lideranças políticas majoritariamente vinham se manifestando contrárias à obra, temem que o novo ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que tem sua base eleitoral principalmente no interior do Estado, ofereça contrapartidas aos municípios "doadores" de água para ganhar adesões pró-transposição.
"Sabemos que tudo isso envolve muito dinheiro, até porque política funciona assim, com contrapartidas, mas acreditamos que a opinião contrária à obra está muito consolidada e vamos continuar lutando para ampliar o acesso a informações sobre o que é o projeto de fato", disse Rubens Siqueira, do Conselho Pastoral da Terra da Bahia.
Como estratégia de mobilização, as entidades contrárias à obra têm dialogado com políticos locais de oposição ao governo federal, sobretudo os que ainda se mantêm no PFL, em Sergipe e na Bahia, mesmo após a derrota eleitoral do ano passado (nos dois Estados houve vitória do PT).
"Infelizmente, estamos falando de um projeto de governo, e esse governo é do PT. Assim, a discussão torna-se, sim, muito partidarizada", disse Clarice Maia, da Articulação do São Francisco.
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