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28/03/2007 - 14h54

Alckmin se prepara para eleições de 2008 e critica Lula

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FABIANA FUTEMA
Editora de Brasil da Folha Online

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse nesta quarta-feira que vai trabalhar para ajudar o PSDB a ter um bom desempenho nas eleições municipais de 2008. Ele desconversou sobre sua eventual candidatura à Prefeitura de São Paulo, mas defendeu que o PSDB fortaleça sua presença nos municípios do país.

Andre Luiz Mello/AP Photo
Geraldo Alckmin critica paralisia do governo Lula e diz que país perde muito tempo
Geraldo Alckmin critica paralisia do governo Lula e diz que país perde muito tempo
"O Brasil tem mais de 5.500 municípios. Não se faz partido sem base. O PSDB foi fundado em 1988 e quase desapareceu em 1990 porque ficou sem base. O PSDB nasceu na Constituinte, um partido congressual, sem ter base. Em 1990, Mário Covas nem conseguiu ir para o segundo turno em São Paulo", afirmou ele hoje num seminário promovido pela Lidem (Grupo de Mulheres Líderes Empresariais), em São Paulo.

Para ajudar o PSDB nas eleições de 2008, Alckmin disse que pretende visitar todas as prefeituras do país assim que retornar ao Brasil, no final de maio. Ele faz um curso de políticas públicas, em Harvard (EUA).

"Pretendo sim trabalhar todo o Brasil, todas as prefeituras. Porque é o governo local que pode melhorar a vida do povo. As pessoas vivem no município. O partido precisa ter base. Se não tem base, não tem sustentabilidade política. O PSDB precisa se preparar para isso."

O tucano desconversou, quando questionado sobre sua eventual candidatura à Prefeitura de São Paulo. "Essa questão de eleição não está colocada. Eleição é só no ano que vem. Ainda faltam dois anos", respondeu Alckmin.

O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse nesta semana que a candidatura de Alckmin era "inevitável". Alckmin afirmou que a negociação da candidatura e das alianças serão todas discutidas no próximo ano.

Questionado sobre a disposição de disputar a presidência do PSDB, Alckmin respondeu que isso não está nos seus planos. "Não coloco isso como objetivo. Vou ajudar [o partido], mas não preciso ser presidente."

Na viagem que fará pelo país, Alckmin deve aproveitar a oportunidade para agradecer os votos recebidos nas eleições presidenciais de 2006, quando foi derrotado no segundo turno pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva. "Volto [para os EUA] no domingo. Fico mais dois meses lá e aí volto definitivamente. Vou percorrer o país, agradecer os votos, ouvir o povo e ajudar o PSDB."

Mesmo sem ser candidato, Alckmin não evitou críticas ao governo do presidente Lula, que o derrotou nas eleições presidenciais de outubro. "O Brasil está perdendo tempo num mundo que é muito rápido. Meio ano e nem o ministério foi concluído."

Ele defendeu a realização das reformas tributária, política, trabalhista e a conclusão da previdenciária neste ano. "Se as reformas estruturantes que impedem, que são os nós do crescimento e do emprego, não forem feitas neste ano, se perderam quatro anos. Essa é a hora de fazer as reformas."

Alckmin criticou ainda a proposta de trégua feita pelo Planalto para a oposição. "Quando vi Lula dizer que iria propor ao PSDB uma trégua de dois anos [...]. Ele não entendeu a lógica democrática. É tão patriótico ser governo quanto ser oposição. A tarefa da oposição é criticar, propor. O bom governo se beneficia da oposição."

Reforma política

Alckmin defendeu hoje a reforma política. "Em todo lugar do mundo os países têm dois partidos, três, no máximo. O Brasil tem 30. Não existem 30 ideologias. O que existe é língua de trapo, partido de aluguel."

Ele festejou a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que impôs ontem a fidelidade partidária para os políticos eleitos para os Legislativos em todos os seus níveis. Pela decisão do TSE, os eleitos no pleito proporcional (deputados estaduais, deputados federais e vereadores) que trocaram de partido podem perder seus mandatos. É que o tribunal entende que o mandato pertence ao partido, e não ao eleito.

"A reforma política é importante para a fidelidade partidária. Hoje [ontem] teve uma boa notícia do TSE [que impôs a fidelidade partidária para alguns políticos]. 37 deputados mudaram de partido. Tomaram posse em 1º de fevereiro. Estamos em 28 de março, foi um por dia", disse ele criticando o troca-troca partidário.

Renovação do PSDB

Alckmin se reúne hoje à noite com integrantes da Executiva do PSDB, além de senadores e deputados tucanos, em Brasília. Ele vai para lá de carona com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB).

O ex-governador defendeu mudanças no posicionamento do partido, como a aproximação dos movimentos sociais. "O manifesto de fundação do PSDB dizia: longe das benesses do poder e perto do pulsar das ruas nasce a social democracia brasileira. Saímos do governo federal de José Sarney e estadual de [Orestes] Quércia e fundamos um partido. Fui a sétima assinatura. Por isso sempre defendi amassar barro."

O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), defendeu ontem a renovação da legenda tucana. "O PSDB precisa, não apenas renovar o seu discurso e o seu programa, mas fazer um mea culpa e uma análise sobre por que ele se distanciou de setores tão importantes da vida nacional, de regiões tão importantes do Brasil, como o Nordeste."

CPI do Apagão Aéreo

Alckmin disse que defende o fim da crise do controle do tráfego aéreo. "Sou a favor que essa questão se resolva", respondeu ele ao ser questionado se era favorável à instalação de uma CPI para investigar o problema.

"Vou dar exemplo de um vôo em que acidentalmente eu estava dentro, da Delta Ailrines. Era para chegar às 7h, chegamos 13h15 [de sábado]. Ficamos quase três horas no Rio. Essa questão do apagão aéreo é a parte visível."

Ele aproveitou a deixa para alfinetar o desempenho de Lula na área de infra-estrutura. "Estamos tendo uma crise de logística, de portos, de infra-estrutura, de energia. Há uma grande preocupação com energia. Se o país crescer mais forte vai ter problema de energia."

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