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20/04/2007 - 09h05

PF apura se advogado tem conta no exterior

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LEONARDO SOUZA
ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O advogado Virgílio Medina, irmão do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Paulo Medina, está entre os principais alvos da Operação Hurricane por suspeita de movimentar contas no exterior.

Segundo gravações telefônicas e documentos apreendidos pela PF, Virgílio teria negociado, por R$ 1 milhão, decisão proferida por seu irmão que resultou na liberação de 900 máquinas caça-níqueis. A PF levantou indícios de que o ministro poderia integrar a quadrilha de venda de sentenças para bingueiros e bicheiros.

A polícia obteve autorização judicial para entrar no escritório de advocacia utilizado por Virgílio em Brasília. Entre o material, estava a agenda dele, com referências a contas de banco e dados de declaração de Imposto de Renda.

"Estão anotados diversos dados pessoais e alguns que podem sugerir convergência com os dados já analisados, como menção à necessidade de "fechar contas BB e Citibank", "transferir telefones res. (residenciais?)", "verificar IR (Renato e Paulo)" e "checar contas do ex (exterior?)'", escreveram os policiais, levantando a suspeita de que Virgílio poderia movimentar contas fora do país.

"Em relação à anotação "checar contas do ex", percebe-se, pela análise superficial de documentos encontrados no escritório, que Virgílio Medina mantém diversos contatos com pessoas de fora do país", acrescentam os investigadores.

Outro lado

A Folha não localizou até o fechamento desta edição o advogado de Virgílio Medina. Em nome de Paulo Medina, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro disse que não há a menor hipótese de o ministro ter contas ou movimentado recursos no exterior. "O ministro está 100% tranqüilo sobre isso", afirmou. Ele atacou a qualidade do trabalho da PF.

A PF pretende solicitar ao STF (Supremo Tribunal Federal) um rastreamento de operações financeiras internacionais de pessoas ligadas à máfia, segundo a Folha apurou.

No escritório utilizado por Virgílio, a PF fotografou também um cartão de visita do ministro Paulo Medina, anexado a um bilhete, com os dizeres: "Aos amigos Marcelo e Vítor 1 --Encaminhar pedido de inscrição p/ ministro Paulo Medina no endereço do cartão anexo. Contato: Dr.. Fernando Rodrigues [...]. Anexar as certidões que irão chegar de BH e SP mais as do RJ".

Fernando Rodrigues é assessor de Paulo Medina no STJ. No pedido de diligências e prisões temporárias feito ao STF, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, escreveu que há indícios de que Rodrigues pode ter intermediado decisões do ministro.

Num dos diálogos gravados pela PF, Paulo Medina e seu irmão conversam e citam Rodrigues. "Paulo Medina liga e pergunta como ele esta lá. Virgílio diz que está tudo jóia. Paulo Medina diz que está em Curitiba num shopping lá. Virgílio diz que hoje falou com Fernando [...]. Paulo Medina pergunta se está sem novidades. Virgílio responde que está sem novidades. Paulo Medina pergunta se não teve nada não. Virgílio diz que não está precisando de nada, que está tudo sob controle, tudo certinho."

A PF gravou conversa na qual pessoas aparentemente ligadas ao esquema falam em pagar R$ 1 milhão ao desembargador José Eduardo Carreira Alvim (TRF-2ª Região).

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