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02/05/2007 - 09h23

CNBB ataca opção econômica, mas modera restrições a Lula

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MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Indaiatuba

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou ontem, na abertura de sua 45ª Assembléia Geral, um documento em que critica a política econômica do governo federal por privilegiar o pagamento dos juros da dívida pública e não atender "necessidades básicas dos trabalhadores e o desenvolvimento do país".

Veiculado a uma semana da chegada ao Brasil do papa Bento 16 --que vai se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximo dia 10 de maio--, o documento da CNBB, intitulado "Mensagem aos Trabalhadores e Trabalhadoras", inclui temas que preocupam o novo papa --como a discussão dos meios para atrair os jovens para a Igreja Católica-- e segue uma linha de crítica mais moderada do que a de edições anteriores do encontro.

O texto diz que "algumas políticas públicas" têm garantido transferência de renda, oferta de empregos e recomposição do poder de compra do salário mínimo, mas aponta a "preocupação" dos bispos com a "persistência do desemprego, o subemprego, a informalidade, o trabalho infantil, as migrações internas e para outros países'.

O texto é assinado pelo presidente da CNBB, d. Geraldo Majella Agnelo, pelo vice, d. Antonio Celso de Queirós, e pelo secretário-geral, d. Odilo Scherer.

No trecho sobre a política econômica, o documento diz que privilegiar o pagamento dos juros da dívida pública "compromete um orçamento capaz de atender às necessidades básicas dos trabalhadores e ao desenvolvimento do país".

Para o arcebispo de Vitória da Conquista (BA) e futuro arcebispo de Mariana (MG), d. Geraldo Lyrio Rocha, 65, um dos bispos mais cotados para ser eleito presidente da CNBB, o pagamento dos juros das dívidas pública e externa "representa uma sangria para países em desenvolvimento ou pobres": "Os pagamentos dessas dívidas são feitos à custa do sacrifício de toda uma nação, sobretudo das camadas mais pobres e trabalhadoras", disse.

O arcebispo também criticou a política de reforma agrária: "Está havendo um esforço de reforma agrária, mas há descaso em relação aos assentados".

Eleições

Os bispos iniciaram ontem as articulações em torno dos nomes da nova direção da CNBB (presidente, vice e secretário-geral), que será escolhida durante o encontro, que vai até o próximo dia 9, em Indaiatuba (SP). Além de d. Geraldo Lyrio, outro cogitado para presidir a entidade é o novo arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, 57, atual secretário-geral.

"Todos os bispos são candidatos", disse d. Odilo, sem negar nem confirmar a candidatura. D. Geraldo afirmou que a eleição na CNBB "não é uma luta pelo poder". "Todos são candidatos e eleitores", afirmou.

Uma prévia do pleito deverá ser feita até amanhã entre os representantes de 17 regionais da CNBB. Foram instaladas no plenário do encontro 15 urnas eletrônicas, que serão usadas pela primeira vez em uma eleição na entidade.

O resultado deve sair no início da próxima semana. Para o cargo de secretário-geral, os mais cotados são d. Dimas Lara Barbosa, bispo auxiliar do Rio de Janeiro, e d. Pedro Stringhini, bispo auxiliar de São Paulo.

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