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18/05/2007 - 07h39

PF transfere acusados de ligação com máfia das obras para Brasília

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ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

A Polícia Federal transferiu ontem para Brasília 23 dos 46 presos pela Operação Navalha, que desarticulou uma quadrilha que fraudava licitações para realização de obras públicas. A expectativa é que a PF comece a tomar ainda hoje os depoimentos dos presos.

A organização criminosa desviou, ao menos R$ 31,101 milhões dos cofres públicos nos últimos anos. O despacho da ministra Eliana Calmon, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), a que a Folha Online teve acesso, revela que a construtora Gautama recebeu dinheiro por obras que não realizou. Em um dos casos, o valor desviado do Ministério das Cidades foi de R$ 10 milhões.

Para conseguir a liberação do dinheiro, a empreiteira teria pago, pelo menos, R$ 1,057 milhão para governadores, secretários de Estado, servidores públicos e prefeitos. O valor das propinas varia de R$ 56 mil a R$ 240 mil.

Transferências

Os presos transferidos para Brasília saíram da Bahia, Alagoas, Piauí e Maranhão. Entre eles está o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares. Ele é acusado de receber um carro Citröen ano 2005, modelo C5 no valor de R$ 110.350, em junho de 2006. O dinheiro teria sido um "prêmio" foi pelo direcionamento da licitação na BR-402.

Outros 19 já estavam detidos em Brasília --cinco detidos em São Paulo e 14 de Brasília mesmo. Os demais --que não vieram no avião da Polícia Federal-- serão transferidos para Brasília em vôo comercial.

Também foram presos o filho do ex-governador João Alves Filho (DEM-SE), João Alves Neto, dois sobrinhos do governador Jackson Lago (PDT-MA) --Alexandre de Maia Lago e Francisco de Paula Lima Júnior--, além dos prefeitos de Sinop, Nilson Aparecido Leitão (PSDB-MT) e de Camaçari, Luiz Carlos Caetano (PT-BA).

A operação prendeu ainda o deputado distrital Pedro Passos (PMDB), o funcionário do Planejamento Ernani Soares Gomes Filho cedido para o gabinete do deputado Márcio Reinaldo Moreira (PP-MG), além do assessor especial do gabinete do ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) Ivo Almeida Costa e do superintendente de Produtos de Repasse da Caixa Econômica Federal Flávio José Pin.

Também foram detidos o secretário de Infra-Estrutura de Alagoas, Adeílson Teixeira Bezerra; o diretor do Detran de Alagoas, Márcio Menezes Gomes.

A PF também prendeu os donos e vários funcionários da empresa Gautama, que coordenaria o esquema de fraudes nos Estados de Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão, São Paulo e no Distrito Federal.

Há uma ordem de prisão contra Zaqueu de Oliveira Filho, servidor de Camaçari. Mas a PF ainda não conseguiu prendê-lo.

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