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23/05/2007 - 10h03

Investigados citam 3 governadores do PT

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

Três governadores do PT são citados por integrantes da quadrilha investigada pela Operação Navalha. Wellington Dias (PI) é citado por um dos presos como participante de reuniões nas quais foram discutidas duas obras no Piauí cujas licitações teriam sido direcionadas para a Gautama, apontada como a cabeça do esquema.

Além de Dias, aparecem nas gravações telefônicas que fazem parte do inquérito sigiloso tocado pela Polícia Federal os governadores Jaques Wagner (BA), descrito em diálogos como conhecido de Zuleido Veras, dono da Gautama, e Marcelo Déda (SE), que teria recebido pleitos do esquema por meio do vice, Belivaldo Chagas (PSB).

As menções aos três governadores são tratadas de forma lateral nos relatórios de inteligência da PF. Isso porque, apesar dos diálogos, a PF não reúne indícios de que os governadores participaram ou tiveram conhecimento de atitudes ilícitas.

A situação se iguala à de Teotonio Vilela Filho (PSDB-AL) --também citado, mas não incriminado diretamente pela PF--, mas difere da do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), apontado pela PF como integrante do esquema.

As citações a Wellington Dias são feitas pelo lobista da área de energia Sérgio Luiz Pompeu Sá, preso pela PF. O lobista diz, em conversa com uma funcionária da Gautama, ter se encontrado em 12 de julho de 2006 com Wellington para discutir uma obra do programa Luz para Todos que, segundo a PF, teve a licitação fraudada e superfaturamento de R$ 2 milhões.

No mesmo dia, Sérgio conta ao dono da Gautama que se reuniu em Brasília com Wellington e com o então ministro Silas Rondeau (Minas e Energia). O lobista diz que combinou com o governador a execução de obra na BR-020 que seria direcionada para a Gautama e para sua empresa, a Engemix.

"O Wellington Dias disse que quando assinar o convênio com a União, de delegação, aí ele se comprometeu, ele pessoalmente, ir no Lula e pedir para ser incluído no PPI (Projeto Piloto de Investimentos)", diz o lobista Sérgio Sá na conversa.

Sobre Marcelo Déda, os grampos trazem diálogos entre o vice-governador do Estado, Belivaldo Chagas, e o conselheiro do Tribunal de Contas de Sergipe Flávio Conceição de Oliveira Neto, também preso.

"Em razão da troca de governo, Flávio Conceição passou a estreitar sua aproximação com o vice-governador, Belivaldo Chagas, a fim de obter vantagem para a organização criminosa", diz o relatório.

"Eu conversei com Jaques"

O encontro em que Zuleido Veras combinou com o prefeito de Camaçari, Luiz Carlos Caetano (PT), a realização de obras no município aconteceu na sede da empresa Leiaute Propaganda, cujo diretor-presidente, Sidônio Palmeira, foi o marqueteiro da campanha vitoriosa de Jaques Wagner na Bahia. Ao fim do encontro, a PF flagrou um diálogo telefônico de Veras com o filho Rodolpho: "Eu conversei até com Jaques".

No relatório da PF, Zuleido Veras aparece, em 8 de maio de 2006, telefonando para o celular do prefeito de Camaçari.

"Zuleido se identifica como sendo Zuleido da Gautama, diz que quer falar com [o] prefeito... Ilário [pessoa que atendeu ao telefonema] diz que o telefone é do prefeito, mas não está com ele agora, diz que vai entrar em contato com ele e passa o número de Zuleido... Zuleido diz [que] quem forneceu o número 9174-9174 foi Jaques Wagner", diz o relatório da PF.

No dia seguinte, Zuleido e Caetano se encontraram na Leiaute. Após o encontro, Veras fala com o filho. "Zuleido fala que com Caetano foi bem... foi uma reunião com ele sozinho... Rodolpho fala que está ótimo... Zuleido fala "eu tinha botado ontem essa reunião com JW [Jaques Wagner]... então aconteceu hoje ao meio-dia... tô saindo de lá agora". (...) Zuleido fala que amanhã arremata com ele [o prefeito]."

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