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24/05/2007
-
17h50
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
A CPI do Apagão Aéreo no Senado adiou para a próxima semana o depoimento dos controladores de vôo que estavam trabalhando no dia em que o Boeing da Gol se chocou com o jato Legacy --acidente que deixou 154 mortos em setembro do ano passado. O relator da CPI, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), considera fundamental o depoimento dos controladores para esclarecer as causas do acidente.
Demóstenes reconhece, no entanto, que os controladores poderão ficar calados durante o depoimento --já que a Constituição Federal permite que não respondam aos questionamentos de CPI porque estão sob investigação judicial.
"As contradições apresentadas pelos depoimentos que tivemos até aqui mostram que houve falha humana tanto dos controladores quanto dos pilotos do Legacy. Eu acho que os controladores sempre trabalharam sobrecarregados, mas aproveitaram do atual momento para demonstrar descontentamento", disse o relator.
A CPI convocou o suboficial João Batista da Silva, controlador de vôo em São José dos Campos (SP), e o terceiro-sargento Roberto Freire, do efetivo do Cindacta-5 (Manaus), além de controladores do Distrito Federal que trabalhavam no dia do acidente.
Inicialmente marcados para hoje, os depoimentos foram adiados porque um dos controladores apresentou atestado médico à CPI --o que levou Demóstenes a adiar o conjunto dos depoimentos.
Contradição
Em depoimento hoje à CPI do Apagão do Senado, o presidente da Associação Brasileira de Controladores de Tráfego Aéreo, Wellington Rodrigues, confirmou que dois aviões chegaram perto de uma colisão em Brasília, há cerca de 15 dias.
Ao contrário de Rodrigues, o brigadeiro Ramón Borges Cardoso, diretor do DCEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), disse na manhã de hoje à CPI do Apagão da Câmara que não houve risco de colisão entre as aeronaves.
"Mandei investigar e não existe nenhuma informação nos últimos 15 dias de risco de colisão de duas aeronaves de grande porte", afirmou.
Segundo Rodrigues --que é controlador de vôo militar--, as aeronaves estavam a uma distância de 100 a 200 pés uma da outra, enquanto a distância recomendada é de mil pés. Em depoimento à CPI do Apagão da Câmara na terça-feira, Rodrigues já havia afirmado que um Airbus e um Boeing quase colidiram, mas não apresentou detalhes sobre as aeronaves.
Bin Ladens
Rodrigues também defendeu hoje durante depoimento à CPI a desmilitarização dos controladores de vôo. Ele afirmou ainda que a categoria não deve ser punida pela crise aérea que atingiu o país. "Atribui-se a culpa aos controladores sem termos a culpa. Ficamos como sabotadores e bin Ladens. O controlador sempre foi chamado de anjo da guarda e agora virou vilão", disse.
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Demóstenes reconhece, no entanto, que os controladores poderão ficar calados durante o depoimento --já que a Constituição Federal permite que não respondam aos questionamentos de CPI porque estão sob investigação judicial.
"As contradições apresentadas pelos depoimentos que tivemos até aqui mostram que houve falha humana tanto dos controladores quanto dos pilotos do Legacy. Eu acho que os controladores sempre trabalharam sobrecarregados, mas aproveitaram do atual momento para demonstrar descontentamento", disse o relator.
A CPI convocou o suboficial João Batista da Silva, controlador de vôo em São José dos Campos (SP), e o terceiro-sargento Roberto Freire, do efetivo do Cindacta-5 (Manaus), além de controladores do Distrito Federal que trabalhavam no dia do acidente.
Inicialmente marcados para hoje, os depoimentos foram adiados porque um dos controladores apresentou atestado médico à CPI --o que levou Demóstenes a adiar o conjunto dos depoimentos.
Contradição
Em depoimento hoje à CPI do Apagão do Senado, o presidente da Associação Brasileira de Controladores de Tráfego Aéreo, Wellington Rodrigues, confirmou que dois aviões chegaram perto de uma colisão em Brasília, há cerca de 15 dias.
Ao contrário de Rodrigues, o brigadeiro Ramón Borges Cardoso, diretor do DCEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), disse na manhã de hoje à CPI do Apagão da Câmara que não houve risco de colisão entre as aeronaves.
"Mandei investigar e não existe nenhuma informação nos últimos 15 dias de risco de colisão de duas aeronaves de grande porte", afirmou.
Segundo Rodrigues --que é controlador de vôo militar--, as aeronaves estavam a uma distância de 100 a 200 pés uma da outra, enquanto a distância recomendada é de mil pés. Em depoimento à CPI do Apagão da Câmara na terça-feira, Rodrigues já havia afirmado que um Airbus e um Boeing quase colidiram, mas não apresentou detalhes sobre as aeronaves.
Bin Ladens
Rodrigues também defendeu hoje durante depoimento à CPI a desmilitarização dos controladores de vôo. Ele afirmou ainda que a categoria não deve ser punida pela crise aérea que atingiu o país. "Atribui-se a culpa aos controladores sem termos a culpa. Ficamos como sabotadores e bin Ladens. O controlador sempre foi chamado de anjo da guarda e agora virou vilão", disse.
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