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09/07/2002 - 18h22

Robert Gallo está otimista com os novos remédios contra a Aids

da Folha Online

O especialista americano Robert Gallo mostrou hoje estar otimista em relação às novas pesquisas de medicamentos que prometem revolucionar o tratamento da Aids, durante a 14ª Conferência Mundial de Aids, realizada em Barcelona (Espanha).

"A terapia da Aids avançõu muito nos últimos 10 anos. Como resultado, a doença não é mais uma sentença de morte para aqueles que têm acesso aos medicamentos", afirmou Gallo, diretor do Instituto de Virulogia Humana, com sede nos EUA.

"No entanto, pesquisadores estão constantemente buscando novas armas no arsenal de remédios contra o HIV, uma vez que a resistência do vírus aos remédios emerge rapidamente e muitos medicamentos têm tido sérios efeitos colaterais", explicou.

Gallo elogiou o T20 - novo medicamento que deverá ser lançado em breve na Europa e na América Latina.

Apresentado como "milagroso" ontem pelos laboratórios Trimeris e Roche, o T20 deverá ser lançado em breve na Europa e América do Norte.

Os especialistas acreditam que esse medicamento seja o mais complexo já produzido pela indústria farmacêutica contra o HIV.

O T20 age como um "inibidor de fusão", e é o primeiro remédio que impede o vírus da Aids de entrar nas células do organismo, diferentemente dos medicamentos usados atualmente. Estes atuam contra o vírus quando ele já está dentro das células do sistema imunológico (CD4).

De acordo com as pesquisas, o T20 fez a carga viral (taxa de vírus no sangue) cair abaixo dos níveis de detecção no dobro dos pacientes em relação a outros tratamentos.

Genéricos
O governo brasileiro está querendo levar seus medicamentos genéricos contra a Aids e a tecnologia usada na sua produção para algumas das nações mais pobres do mundo.

O novo programa inclui a criação de laboratórios governamentais, que doariam medicamentos genéricos e incentivariam sua produção em países do Terceiro Mundo, que não têm condições de adquiri-los no mercado comercial.

Para tornar os remédios mais acessíveis aos pobres, o Brasil ameaçou quebrar as patentes da indústria farmacêutica, no ano passado. Como resultado, houve redução dos preços dos medicamentos e a diminuição da margem de lucro dos produtores.

Agora, o Brasil já está em condições de oferecer seus genéricos de combate ao HIV a dez dos países mais pobres do mundo.

De acordo com o coordenador do Programa Brasileiro de Aids do Ministério da Saúde, Paulo Roberto Teixeira, o governo vai destinar, em 2003, R$ 2,5 milhões para implantar dez projetos-pilotos na África, na Ásia, na América Latina e no Caribe.

O dinheiro vai ser usado na distribuição de remédios e na aplicação da tecnologia e da logística brasileira em outros países.

Vacina
O otimismo dos especialistas também é motivado pelo anúncio de uma vacina contra a Aids, que poderá estar pronta até 2005. Desenvolvida pelo laboratório norte-americano VaxGen, o produto está sendo testado em 8.000 pessoas, em três continentes, e seus resultados iniciais já poderão ser conhecidos no início de 2003.

O chefe do laboratório, Donald Francis, disse que a vacina já foi testada com sucesso em chimpanzés e mostrou otimismo quanto a sua possível aplicação em humanos. Para que o produto obtenha licença, a vacina deve se mostrar eficaz em pelo menos um terço dos pacientes.

A empresa tem duas vacinas em teste - a AidsVax B/B e a AidsVaxB/E. Elas foram projetadas para induzir o sistema imunológico humano a produzir anticorpos que evitariam a infecção pelo HIV, o vírus que causa a Aids.

Caso os medicamentos sejam licenciados, a VaxGen disse que poderia produzi-los em escala comercial a partir do final de 2004 ou do início de 2005, em sua sede de São Francisco, nos Estados Unidos.

Com agências internacionais

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