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01/02/2006 - 22h31

Recém-nascida é encontrada embaixo de carro no MA

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KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza

Com apenas três dias de vida, uma recém-nascida encontrou um jeito de salvar sua própria vida: pelo choro. Só assim ela pôde ser encontrada embaixo de um carro, no centro de São Luís (MA), onde havia sido abandonado pela mãe, uma adolescente de 17 anos que já tem outros dois filhos.

O bebê, do sexo feminino e ainda sem nome, nasceu no dia 21 de janeiro, com cerca de quatro quilos. Quando foi encontrado sob o carro, direto no asfalto da rua barão de Itapery, no início da tarde do último dia 24, vestia uma camiseta e uma calça e estava enrolado apenas em uma fralda.

Se não fosse o choro, a menina poderia ter sido atropelada, segundo os depoimentos das duas pessoas que a encontraram. Agora, a criança está sob a guarda da 1ª Vara da Infância, onde deverá ficar até uma decisão da Justiça.

A delegada Rosa Maria Nava, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, disse que a mãe da criança só foi encontrada depois de um rastreamento em maternidades.

"Procuramos todas as mães que tiveram bebês do sexo feminino naqueles dias", disse.

À polícia, a adolescente afirmou que não podia ficar com o bebê porque o seu pai, com quem vive, é muito agressivo e a ameaçava.

Ela afirmou que o pai da criança, o pedreiro Carlos Henrique Ribeiro dos Santos, 27 --que também é o pai de seus outros dois filhos e que cuida do mais novo--, nem sabia de sua nova gravidez.

A adolescente contou que deixou a casa dele em abril do ano passado e que só depois disso descobriu que esperava outro filho.

"Meu pai trancava toda a família em casa, por isso não tinha nem como eu contar que estava grávida", disse, em depoimento.

Apesar de abandonar a recém-nascida, a adolescente não foi detida.

Reconstituição

Na reconstituição do caso, realizada logo depois da identificação da mãe da criança, a adolescente disse que, ao sair do hospital, na periferia de São Luís, decidiu levar o bebê a outro hospital, no centro, para tentar deixá-lo com alguém.

Para chegar a esse outro hospital, ela afirmou que teve de tomar um ônibus e amamentar a criança.

Ela ainda contou que não deu a menina a ninguém porque havia muitos policiais no local e, por isso, teria ficado com medo. O local do abandono é próximo ao segundo hospital em que esteve.

Ela também afirmou que não deixou a criança debaixo do carro, mas ao lado, porque havia sombra e o dia estava quente. As duas pessoas que encontraram a menina afirmam, por sua vez, que ela estava embaixo de um Monza.

No inquérito, ainda não está definido se a adolescente será indiciada por abandono ou por tentativa de homicídio.

Caso seja provado que o pai do bebê não sabia mesmo da gravidez, a Justiça poderá dar a ele a guarda da criança, segundo a delegada.

Outros casos

Outros casos envolvendo bebês foram registrados nos últimos dias.

Na madrugada desta quarta-feira, uma recém-nascida foi encontrada em uma calçada na rua das Gaivotas, no bairro Vila Clóris, em Belo Horizonte (MG). Ela possuía apenas uma identificação umbilical, de número 292, que poderá ser usada na localização da mãe.

Também nesta quarta-feira, uma mulher de 30 anos foi presa em flagrante sob suspeita de ter colocado a filha recém-nascida em uma sacola plástica e a jogado em um canal próximo de casa, em Canoas (RS). A criança morreu.

No último sábado (28), uma criança, do sexo feminino e de dois meses de vida, foi encontrada boiando na lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), dentro de um saco plástico preto preso a um pedaço de madeira, poucas horas depois de ter recebido alta médica. A mãe, que está presa, admitiu tê-la entregue a uma moradora de rua, junto com R$ 5.

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