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06/02/2006
-
17h50
da Folha Online
O Ministério Público de São Paulo indicou nesta segunda-feira que os organizadores da apresentação do grupo mexicano RBD ocorrida sábado (4) podiam ter previsto a presença de um público muito superior ao estimado inicialmente. O evento pretendia ter 7.000, mas teve 20 mil pessoas.
Em portaria que formalizou a instauração de um inquérito civil para apurar o caso, o promotor da Infância e Juventude Motauri de Souza afirma que, no dia anterior, mais de 7.000 pessoas estiveram no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), apenas para recepcionar a banda.
O número equivale ao estimado para o evento, que incluiria distribuição de autógrafos e um show. De acordo com a Polícia Militar, ao todo, mais de 20 mil pessoas estavam no estacionamento onde ocorreu a apresentação.
Outro indício do grande público que deveria ter sido levado em consideração pela organização do evento, ainda segundo o promotor, foram os tumultos ocorridos em shows da banda feitos nos Estados Unidos.
Souza atesta ainda que a Subprefeitura da Capela do Socorro (zona sul de São Paulo) não havia autorizado a realização do show.
Também nesta segunda, a Polícia Civil convocou vítimas e testemunhas do tumulto para prestar depoimento.
Na portaria, o promotor fixa o prazo de dez dias para o Grupo Pão de Açúcar e a Gravadora EMI --responsáveis pelo show-- encaminharem, entre outros documentos, o contrato e as autorizações fornecidas por órgãos públicos para a realização do evento, além de cópias de laudos do Contru e do Corpo de Bombeiros "atestando as condições de segurança do imóvel".
Por meio de uma nota divulgada à imprensa, as duas empresas comunicaram na tarde desta segunda a abertura de uma sindicância interna, também com o propósito de investigar as circunstâncias do tumulto. Elas informaram ainda que continuarão "prestando total assistência às vítimas e a seus familiares".
Em entrevista à Folha Online, Souza disse esperar que os trabalhos sejam concluídos em até 60 dias. "Vamos colher provas documentais para saber se a estrutura era adequada, se o local comportava o público e se havia autorização, para uma possível ação indenizatória."
Tumulto
O RBD veio a São Paulo promover seus dois álbuns com a trilha sonora da novela "Rebelde", exibida pelo SBT. O tumulto ocorreu pouco depois de a banda subir ao palco, por volta das 11h de sábado.
Na tentativa de se aproximar do grupo, os fãs iniciaram um empurra-empurra e prensaram os que estavam à frente contra as grades de proteção. Fãs disseram que os que estavam atrás não conseguiam ouvir as músicas. Várias pessoas caíram e foram pisoteadas.
Cláudia Cristiane de Oliveira Souza, 38, Fernanda Silva Pessoa, 13, e Jennifer Xavier Mattos, 11, morreram. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, 41 pessoas foram socorridas por ambulâncias, entre elas as três que morreram.
De acordo com a Polícia Militar, 10 mil pessoas estavam no local. Em nota divulgada no fim de semana, hipermercado Extra e a gravadora EMI, responsáveis pelo evento, lamentaram o fato e disseram que a estrutura montada era suficiente para atender o público.
"Não houve quaisquer razões externas que pudessem colaborar para o acidente, fato gerado exclusivamente pela aglomeração dos fãs localizados próximo ao palco", diz um trecho da nota.
A prefeitura afirma que não havia alvará para o evento. Segundo o promotor, os organizadores deveriam ter solicitado ao Juizado da Infância e da Juventude uma permissão para um evento que reuniria crianças. O grupo Pão de Açúcar não soube informar se o pedido foi feito.
Familiares das três pessoas que morreram pretendem processar os organizadores do evento e estudam pedir de indenização.
Apresentação cancelada
A participação do grupo RBD no programa "Domingo Legal", que aconteceria ao vivo ontem foi cancelada. Segundo o SBT, a decisão foi tomada pela direção da emissora.
No início do programa, o apresentador Gugu Liberato afirmou que a participação havia sido cancelada em respeito às pessoas que morreram. A decisão frustrou várias pessoas que esperavam encontrar o grupo na entrada dos estúdios da emissora, na rodovia Anhangüera, em Osasco (Grande São Paulo). Na platéia do programa, cerca de 60% dos espectadores eram fãs do grupo.
No lugar da apresentação do grupo no palco, o "Domingo Legal" exibiu um depoimento no qual os integrantes do RBD lamentaram as mortes e prometeram voltar ao país.
Sucesso
O sucesso da banda no Brasil começou com a estréia da novela juvenil, exibida pelo SBT.
O grupo, formado pelos atores da novela, desembarcou em São Paulo na manhã de sexta-feira (3) e foi recebido por cerca de 7.000 fãs no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo).
Os atores da trama que formam o grupo são Anahí (Mia), Dulce María (Roberta), Christian Chavez (Giovanni), Christopher Uckemann (Diego), Mayte Perroni (Lupita) e Alfonso Herrera (Miguel). O grupo é um fenômeno de audiência e vendas de CDs.
Atualmente, a novela, exibida de segunda a sábado, às 18h45, é mania nacional entre os jovens e vem registrando de 12 a 15 pontos de média, com picos de 17.
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O Ministério Público de São Paulo indicou nesta segunda-feira que os organizadores da apresentação do grupo mexicano RBD ocorrida sábado (4) podiam ter previsto a presença de um público muito superior ao estimado inicialmente. O evento pretendia ter 7.000, mas teve 20 mil pessoas.
Em portaria que formalizou a instauração de um inquérito civil para apurar o caso, o promotor da Infância e Juventude Motauri de Souza afirma que, no dia anterior, mais de 7.000 pessoas estiveram no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), apenas para recepcionar a banda.
O número equivale ao estimado para o evento, que incluiria distribuição de autógrafos e um show. De acordo com a Polícia Militar, ao todo, mais de 20 mil pessoas estavam no estacionamento onde ocorreu a apresentação.
Folha Imagem |
Atores da novela mexicana "Rebelde" exibida no SBT |
Souza atesta ainda que a Subprefeitura da Capela do Socorro (zona sul de São Paulo) não havia autorizado a realização do show.
Também nesta segunda, a Polícia Civil convocou vítimas e testemunhas do tumulto para prestar depoimento.
Na portaria, o promotor fixa o prazo de dez dias para o Grupo Pão de Açúcar e a Gravadora EMI --responsáveis pelo show-- encaminharem, entre outros documentos, o contrato e as autorizações fornecidas por órgãos públicos para a realização do evento, além de cópias de laudos do Contru e do Corpo de Bombeiros "atestando as condições de segurança do imóvel".
Por meio de uma nota divulgada à imprensa, as duas empresas comunicaram na tarde desta segunda a abertura de uma sindicância interna, também com o propósito de investigar as circunstâncias do tumulto. Elas informaram ainda que continuarão "prestando total assistência às vítimas e a seus familiares".
Em entrevista à Folha Online, Souza disse esperar que os trabalhos sejam concluídos em até 60 dias. "Vamos colher provas documentais para saber se a estrutura era adequada, se o local comportava o público e se havia autorização, para uma possível ação indenizatória."
Tumulto
O RBD veio a São Paulo promover seus dois álbuns com a trilha sonora da novela "Rebelde", exibida pelo SBT. O tumulto ocorreu pouco depois de a banda subir ao palco, por volta das 11h de sábado.
Na tentativa de se aproximar do grupo, os fãs iniciaram um empurra-empurra e prensaram os que estavam à frente contra as grades de proteção. Fãs disseram que os que estavam atrás não conseguiam ouvir as músicas. Várias pessoas caíram e foram pisoteadas.
Cláudia Cristiane de Oliveira Souza, 38, Fernanda Silva Pessoa, 13, e Jennifer Xavier Mattos, 11, morreram. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, 41 pessoas foram socorridas por ambulâncias, entre elas as três que morreram.
De acordo com a Polícia Militar, 10 mil pessoas estavam no local. Em nota divulgada no fim de semana, hipermercado Extra e a gravadora EMI, responsáveis pelo evento, lamentaram o fato e disseram que a estrutura montada era suficiente para atender o público.
"Não houve quaisquer razões externas que pudessem colaborar para o acidente, fato gerado exclusivamente pela aglomeração dos fãs localizados próximo ao palco", diz um trecho da nota.
A prefeitura afirma que não havia alvará para o evento. Segundo o promotor, os organizadores deveriam ter solicitado ao Juizado da Infância e da Juventude uma permissão para um evento que reuniria crianças. O grupo Pão de Açúcar não soube informar se o pedido foi feito.
Bruno Miranda/Folha Imagem |
Objetos ficam jogados após tumulto em apresentação |
Familiares das três pessoas que morreram pretendem processar os organizadores do evento e estudam pedir de indenização.
Apresentação cancelada
A participação do grupo RBD no programa "Domingo Legal", que aconteceria ao vivo ontem foi cancelada. Segundo o SBT, a decisão foi tomada pela direção da emissora.
No início do programa, o apresentador Gugu Liberato afirmou que a participação havia sido cancelada em respeito às pessoas que morreram. A decisão frustrou várias pessoas que esperavam encontrar o grupo na entrada dos estúdios da emissora, na rodovia Anhangüera, em Osasco (Grande São Paulo). Na platéia do programa, cerca de 60% dos espectadores eram fãs do grupo.
No lugar da apresentação do grupo no palco, o "Domingo Legal" exibiu um depoimento no qual os integrantes do RBD lamentaram as mortes e prometeram voltar ao país.
Sucesso
O sucesso da banda no Brasil começou com a estréia da novela juvenil, exibida pelo SBT.
O grupo, formado pelos atores da novela, desembarcou em São Paulo na manhã de sexta-feira (3) e foi recebido por cerca de 7.000 fãs no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo).
Os atores da trama que formam o grupo são Anahí (Mia), Dulce María (Roberta), Christian Chavez (Giovanni), Christopher Uckemann (Diego), Mayte Perroni (Lupita) e Alfonso Herrera (Miguel). O grupo é um fenômeno de audiência e vendas de CDs.
Atualmente, a novela, exibida de segunda a sábado, às 18h45, é mania nacional entre os jovens e vem registrando de 12 a 15 pontos de média, com picos de 17.
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