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09/03/2006
-
10h07
RAPHAEL GOMIDE
da Folha de S.Paulo, no Rio
A operação montada pelo Exército provocou a mobilização de líderes da facção criminosa CV (Comando Vermelho) para que as armas sejam entregues, segundo uma pessoa ligada à facção.
Segundo afirmou ontem à Folha, membros da facção foram os autores do roubo e seus líderes os estão pressionando a devolver as armas, porque a venda de droga está prejudicada. O assalto foi uma tentativa do CV de recuperar armamento --oito fuzis-- perdido na frustrada invasão da Rocinha, em fevereiro.
Os dez fuzis e a pistola roubados, segundo relatado à Folha, não estão em um morro, mas em uma favela plana do Rio, em área próxima ao quartel do Estabelecimento Central de Transporte, em São Cristóvão (zona norte), de onde foram levadas. As principais favelas planas nessa área são Manguinhos, Jacarezinho e Barreira do Vasco, todas dominadas pelo CV. O Exército está em Manguinhos e em Jacarezinho.
"As armas já estão para aparecer. O prejuízo que a ação do Exército está causando [ao tráfico de drogas] já dava para comprar muito mais do que dez fuzis", disse a pessoa, que deu entrevista sob a condição de anonimato.
A intenção do Exército é justamente asfixiar o comércio de drogas para forçar o tráfico a entregar o armamento. Segundo ele, o CV, sem dinheiro, optou por uma ação de risco para obter as armas. Cada fuzil tem valor estimado em R$ 15 mil. Outra conseqüência identificada pela pessoa ouvida pela Folha é a interrupção do contrabando de armas e drogas devido aos bloqueios do Exército nas estradas de acesso ao Rio.
Parte da ação psicológica do Exército, a distribuição de panfletos em toda a cidade, está tendo efeito. Em locais cuja venda de droga é dominada pelo CV, os criminosos têm medo de que venham a ser alvo da ação.
Se as armas de fato forem devolvidas em breve, será a repetição do que já aconteceu em outras ocasiões de roubos semelhantes em unidades das Forças Armadas. Um desses casos foi em julho de 2004, quando três fuzis foram desviados do Museu Histórico do Exército no Forte de Copacabana.
Três dias após 70 homens da Polícia do Exército ocuparem o Vidigal, os fuzis foram achados por meio de denúncia anônima.
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da Folha de S.Paulo, no Rio
A operação montada pelo Exército provocou a mobilização de líderes da facção criminosa CV (Comando Vermelho) para que as armas sejam entregues, segundo uma pessoa ligada à facção.
Segundo afirmou ontem à Folha, membros da facção foram os autores do roubo e seus líderes os estão pressionando a devolver as armas, porque a venda de droga está prejudicada. O assalto foi uma tentativa do CV de recuperar armamento --oito fuzis-- perdido na frustrada invasão da Rocinha, em fevereiro.
Os dez fuzis e a pistola roubados, segundo relatado à Folha, não estão em um morro, mas em uma favela plana do Rio, em área próxima ao quartel do Estabelecimento Central de Transporte, em São Cristóvão (zona norte), de onde foram levadas. As principais favelas planas nessa área são Manguinhos, Jacarezinho e Barreira do Vasco, todas dominadas pelo CV. O Exército está em Manguinhos e em Jacarezinho.
"As armas já estão para aparecer. O prejuízo que a ação do Exército está causando [ao tráfico de drogas] já dava para comprar muito mais do que dez fuzis", disse a pessoa, que deu entrevista sob a condição de anonimato.
A intenção do Exército é justamente asfixiar o comércio de drogas para forçar o tráfico a entregar o armamento. Segundo ele, o CV, sem dinheiro, optou por uma ação de risco para obter as armas. Cada fuzil tem valor estimado em R$ 15 mil. Outra conseqüência identificada pela pessoa ouvida pela Folha é a interrupção do contrabando de armas e drogas devido aos bloqueios do Exército nas estradas de acesso ao Rio.
Parte da ação psicológica do Exército, a distribuição de panfletos em toda a cidade, está tendo efeito. Em locais cuja venda de droga é dominada pelo CV, os criminosos têm medo de que venham a ser alvo da ação.
Se as armas de fato forem devolvidas em breve, será a repetição do que já aconteceu em outras ocasiões de roubos semelhantes em unidades das Forças Armadas. Um desses casos foi em julho de 2004, quando três fuzis foram desviados do Museu Histórico do Exército no Forte de Copacabana.
Três dias após 70 homens da Polícia do Exército ocuparem o Vidigal, os fuzis foram achados por meio de denúncia anônima.
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