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11/03/2006 - 17h52

Moradores da Providência tentam seguir rotina apesar dos tiroteios

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da Folha Online, no Rio

Os moradores do morro da Providência tentam seguir a rotina apesar das trocas de tiros entre traficantes e Exército. Durante o confronto na manhã de hoje, muitos insistiam em sair para o trabalho e se recusavam a voltar para suas casas.

O morro da Providência é controlado pelo CV (Comando Vermelho), e os moradores já estão acostumados a disputas entre facções rivais do tráfico. Em novembro do ano passado, traficantes do morro do Zinco (Estácio, zona central), comandado pela ADA (Amigos dos Amigos), atacaram a tiros o morro. A ação foi uma resposta a um ataque do morro da Mineira, dominado pelo CV, ao morro da Coroa, da ADA.

Apesar do histórico de violência do morro, moradores se queixam da atuação do Exército. Reportagem publicada pela Folha ontem mostra a insatisfação dos moradores com medidas como toque de recolher a partir das 20h, crianças revistadas com grosseria, adultos estapeados, casas e comércios invadidos e depredados e proibição de uso da quadra de esportes.

Uma família do Ceará que não quis se identificar afirmou hoje que nunca viu uma situação como a de agora, com a ocupação do Exército. Uma das moradoras diz que só não sai do morro porque somente no Rio conseguiu ganhar dinheiro. Ela trabalha como gari.

Outra família que migrou do Ceará para o Rio de Janeiro afirma que não consegue mais dormir porque não há como distinguir os barulhos de fuzil, pistola e granada. Dizem que gostariam de sair do morro, mas que não tem para onde ir.

O morro da Providência é considerado oficialmente a primeira favela do Rio de Janeiro. Ele fica atrás da Central do Brasil e foi batizado no final do século 19 como morro da Favela, nome que se espalhou para outras comunidades carentes do Rio de Janeiro e do país. Os primeiros moradores do morro da Favela eram ex-combatentes da guerra de Canudos e chegaram ao local por volta de 1897.

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