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10/04/2006 - 21h56

Juiz ordenou prisão de Suzane por temer pela vida do irmão dela

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da Folha Online

O juiz substituto da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Richard Francisco Chequini, que decretou a prisão preventiva da ex-estudante Suzane von Richthofen, 22, nesta segunda-feira, entendeu que deixá-la livre representaria colocar a vida do irmão dela, Andreas von Richthofen, em risco.

O novo pedido de prisão de Suzane foi feito pelo promotor Roberto Tardelli com base na informação de que ela entrou na Justiça para requerer sua parte na herança dos pais. Tardelli afirma que Suzane também pediu parte do dinheiro do seguro de vida dos pais.

Em sua sentença, o juiz afirma que o fato de Suzane pedir o dinheiro a despeito da ação que a acusa de ter matado os pais traduz "um verdadeiro risco para testemunha do feito [o irmão de Suzane, Andreas], bem como para aplicação da lei penal."

Suzane e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos são réus confessos no caso do assassinato dos pais dela, Manfred e Marísia von Richthofen, ocorrido em outubro de 2002. Na época, Suzane era namorada de Daniel. O julgamento dos três está marcado para o próximo dia 5 de junho.

Em entrevista concedida na delegacia, Barni disse que a justificativa da prisão de Suzane foi um "mal-entendido" e que ele entendia que "estava na hora" de ela pleitear a administração dos bens dos pais. "Hoje ela é uma menina sozinha, julgada pela vida, sem alimentos, sem moradia, sem nada, sem nada."

Prisão

Suzane apresentou-se espontaneamente na noite desta segunda no 89ºDP (Portal do Morumbi). Ela chegou acompanhada do advogado Denivaldo Barni, com quem ela mora. Vestia uma bermuda jeans e estava coberta por um casaco azul de capuz, para evitar os jornalistas que a aguardavam. A ex-estudante caminhou abraçada a Barni, entre o carro e a delegacia.

A ex-estudante estava em liberdade provisória desde junho de 2005, beneficiada por uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Tardelli já havia voltado a pedir a prisão de Suzane no início deste ano, sob a alegação de que ela estava foragida. O argumento, porém, não foi aceito pela Justiça. Naquela ocasião, os Cravinhos --que também haviam obtido liberdade provisória-- voltaram a ser presos.

Entrevista

Outro motivo apresentado por Tardelli para a nova prisão de Suzane foi a entrevista concedida por ela ao "Fantástico", da TV Globo.

A entrevista aconteceu em duas partes: no apartamento de Barni, com quem ela mora, no Morumbi (zona oeste de São Paulo); e na casa de amigos de Suzane, em Itirapina (213 km a noroeste de São Paulo), onde o microfone da emissora captou as orientações do advogado dela, Mário Sérgio de Oliveira, e Barni.

Os dois disseram a Suzane para chorar, interromper a entrevista e a dizer que não agüentava mais falar sobre o assunto. Foi o que aconteceu. "Chora", diz Barni a Suzane, ao que ela responde: "Não vou conseguir". Segundo a Globo, ela interrompeu a entrevista onze vezes para chorar, mas em nenhuma delas havia sinais de lágrimas.

"Ele [Daniel] me manipulava. Me dava muita, muita, muita droga. Dizia que se eu o amasse era para fazer isso ou aquilo", afirmou Suzane na casa de Barni. Momentos depois, a reportagem exibiu as instruções do advogado Oliveira orientando Suzane a culpar Daniel Cravinhos. "Diz que ele obrigava você a fazer."

Ao mostrar fotos de seus pais e de seu irmão, Andreas, Suzane disse sentir saudades de todos. "Eu queria voltar aos 15 anos, quando não conhecia ninguém daquela família". Suzane se referia aos Cravinhos.

Também nesta segunda, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) disse que instaurou uma sindicância para avaliar a atuação dos advogados de Suzane, Oliveira e Barni. Oliveira faz parte do Tribunal de Ética da OAB, já deverá ser afastado.

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