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03/05/2006 - 01h53

Dona de haras diz que Pimenta Neves matou sua namorada "como um bicho"

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LÚCIA BAKOS
da Folha Online

A dona do haras Setti, Marlei Setti, rebateu nesta quarta-feira a afirmação de que o jornalista Antonio Pimenta Neves estaria desorientado quando matou a ex-namorada --a também jornalista Sandra Gomide-- em 2000, no haras, localizado em Ibiúna (64 km a oeste de São Paulo). No processo criminal, a defesa de Pimenta Neves alega que ele cometeu o crime sob forte emoção e não premeditou o assassinato.

"Ele estava muito calmo, não teve medo nenhum. Ele nem se preocupou com as crianças e os adultos que também estavam no haras. E saiu como se tivesse matado um bicho", disse.

A afirmação da empresária --que afirma ter presenciado o crime-- foi divulgada hoje, em entrevista ao "Jornal da Noite", da TV Bandeirantes.

Pimenta Neves será levado a júri popular em Ibiúna, a partir desta quarta-feira. O julgamento deve durar três dias.

Durante o programa, Marlei afirmou ao apresentador, o jornalista Roberto Cabrini, que no momento do crime, ela estava a cerca de cinco metros de distância do casal que discutia e, por isso, teria ouvido alguns trechos da discussão.

"Ele [Pimenta] disse que queria falar com ela [Sandra] e, ela dizia que não tinha mais nada para falar. Foi quando ele a pegou pelo braço e, em seguida, deu os tiros. Gritei e ele apontou a arma para mim. Gritei de novo e achei que iria atirar, mas ele abaixou a arma e saiu andando. Ele estava muito calmo", lembrou.

Outro lado

O programa também exibiu trechos de uma entrevista por telefone --gravada há meses--entre o apresentador Cabrini e Pimenta Neves. Nela, o jornalista afirma que cometeu o crime em momento de profundo estresse.

"Naquele momento, eu era um personagem. Estava extremamente estressado", disse o jornalista, afirmando que teria se sentido usado no relacionamento amoroso com Sandra.

"Olha, para ser franco, eu me senti usado sim. Acho que houve um certo abuso de confiança, que me deixava perplexo".

Questionado sobre a hipótese de Sandra ter se relacionado com Pimenta Neves em função de seu status profissional, ele disse acreditar que desconhecia a real personalidade de sua namorada.

"É provável. Algumas pessoas acham que eu fiquei cego em relação à personalidade dela. Se fiquei cego, como podia ver?", questionou.

Já sobre o motivo que o levou a procurá-la, no dia do assassinato, o jornalista disse que a intenção era cobrar explicações sobre o porquê de Sandra ter registrado um boletim de ocorrência contra ele.

"Eu queria saber a razão daquilo. Ela não respondeu. Houve uma discussão toda. Quis conversar, mas ela me deu um empurrão... A única coisa que me lembro foram os tiros..."

O jornalista ainda afirmou que, "a partir de um certo instante" passou a andar armado. "Tinha arma em casa, registrada, mas não saia com ela. Passei a andar armado quando comecei a fazer matérias complicadas. Recebia ameaças por telefone, e-mail".

No dia do crime, Pimenta Neves também disse que "estava desorientado". "Tanto que sai devagar [após atirar]. Estava sem controle muscular", afirmou.

O término da entrevista sobre o caso, no programa "Jornal da Noite", terá prosseguimento nesta quinta-feira (4).

Crime

Sandra Gomide, 32, foi morta em com dois tiros à queima-roupa, em um haras. Dois dias depois, Pimenta Neves confessou a autoria do crime à polícia.

O jornalista ficou sete meses preso. Em março de 2001, o STF (Supremo Tribunal Federal)concedeu uma liminar permitindo que Pimenta Neves aguardasse o julgamento em liberdade. Para o STF, ele não representa risco à sociedade.

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