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03/05/2006
-
11h59
GABRIELA MANZINI
enviada da Folha Online a Ibiúna
O jornalista Antonio Pimenta Neves optou pelo silêncio durante interrogatório sobre a morte de sua ex-namorada, a também jornalista Sandra Gomide, nesta quarta-feira, inicío de seu julgamento. O crime ocorreu em agosto de 2000, em um haras em Ibiúna (64 km a oeste de São Paulo), cidade onde ocorre o júri.
"O réu optou pelo silêncio. Se ele não fala depois de seis anos, ele confessa que assassinou [Sandra Gomide] da maneira que está na denúncia, ou seja, de maneira torpe e sem possibilitar defesa", disse o assistente de acusação, Sergei Cobra.
A defesa do jornalista tentou, no início da audiência, anular o julgamento. O advogado Frederico Muller alegou que o júri deve ser anulado pois não houve tempo suficiente para examinar as provas; porque ainda cabem recursos contra a qualificação do homicídio --por motivo torpe--; e porque Pimenta Neves se sente constrangido pela presença da imprensa.
O juiz que preside a audiência, Diego Ferreira Mendes, negou o pedido. Ele também expediu um comunicado à imprensa no qual informa que o jornalista não quer que sua imagem e voz sejam registradas.
Pimenta Neves, 69, confessou o crime. No dia 20 de agosto de 2000, ele deu dois tiros na ex-namorada em um haras na cidade. O primeiro atingiu as costas de Sandra, à época com 32 anos. O segundo, no ouvido, foi à queima-roupa.
O jornalista ficou sete meses preso. Em março de 2001, o STF concedeu uma liminar permitindo a Pimenta Neves aguardar o julgamento em liberdade. Para o STF, ele não representa risco à sociedade.
Motivo torpe
A defesa de Pimenta Neves contestou na Justiça e tentou afastar a qualificadora de motivo torpe --por ciúme-- do homicídio. No processo criminal, a defesa afirmou que ele agiu sob forte emoção e não premeditou o assassinato.
Em depoimento à polícia paulista, o jornalista disse, em 2000, que foi traído "pessoalmente e profissionalmente" por Sandra Gomide, segundo os seus advogados na época.
Na terça (2), o jornalista sofreu duas derrotas judiciais. O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu arquivar um pedido de habeas corpus que pretendia adiar o julgamento enquanto outro recurso --um agravo regimental movido no STJ (Superior Tribunal de Justiça)-- não fosse julgado.
Na decisão, segundo o STF, o ministro decidiu que não pode reconhecer um habeas corpus que não tenha sido apreciado antes pelo TJ.
No mesmo dia, o próprio agravo foi recusado pelos magistrados da 6ª Turma do STJ. Ele pretendia retirar a qualificação por motivo torpe da acusação.
Também na terça, a defesa de Pimenta Neves entrou com um habeas corpus no TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo solicitando que, em caso de condenação, o jornalista tenha o direito de recorrer da pena em liberdade provisória. O pedido foi negado no final da tarde pelo desembargador Carlos Bueno.
Julgamento
O julgamento do jornalista deve durar três dias, de acordo com previsão do TJ. Três homens e quatro mulheres compõem o júri.
Pimenta Neves chegou ao fórum --no centro da cidade-- por volta das 8h, e um grupo que aguardava nas proximidades protestou com gritos de "assassino".
A segurança ao redor do fórum foi reforçada pela Polícia Militar. A rua foi interditada.
Apenas quatro familiares do réu e quatro da vítima poderão acompanhar o júri.
Com Folha de S.Paulo
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enviada da Folha Online a Ibiúna
O jornalista Antonio Pimenta Neves optou pelo silêncio durante interrogatório sobre a morte de sua ex-namorada, a também jornalista Sandra Gomide, nesta quarta-feira, inicío de seu julgamento. O crime ocorreu em agosto de 2000, em um haras em Ibiúna (64 km a oeste de São Paulo), cidade onde ocorre o júri.
"O réu optou pelo silêncio. Se ele não fala depois de seis anos, ele confessa que assassinou [Sandra Gomide] da maneira que está na denúncia, ou seja, de maneira torpe e sem possibilitar defesa", disse o assistente de acusação, Sergei Cobra.
A defesa do jornalista tentou, no início da audiência, anular o julgamento. O advogado Frederico Muller alegou que o júri deve ser anulado pois não houve tempo suficiente para examinar as provas; porque ainda cabem recursos contra a qualificação do homicídio --por motivo torpe--; e porque Pimenta Neves se sente constrangido pela presença da imprensa.
Caio Guatelli/Folha Imagem |
Pimenta Neves no fórum de Ibiúna, onde ocorre julgamento |
O juiz que preside a audiência, Diego Ferreira Mendes, negou o pedido. Ele também expediu um comunicado à imprensa no qual informa que o jornalista não quer que sua imagem e voz sejam registradas.
Pimenta Neves, 69, confessou o crime. No dia 20 de agosto de 2000, ele deu dois tiros na ex-namorada em um haras na cidade. O primeiro atingiu as costas de Sandra, à época com 32 anos. O segundo, no ouvido, foi à queima-roupa.
O jornalista ficou sete meses preso. Em março de 2001, o STF concedeu uma liminar permitindo a Pimenta Neves aguardar o julgamento em liberdade. Para o STF, ele não representa risco à sociedade.
Motivo torpe
A defesa de Pimenta Neves contestou na Justiça e tentou afastar a qualificadora de motivo torpe --por ciúme-- do homicídio. No processo criminal, a defesa afirmou que ele agiu sob forte emoção e não premeditou o assassinato.
Em depoimento à polícia paulista, o jornalista disse, em 2000, que foi traído "pessoalmente e profissionalmente" por Sandra Gomide, segundo os seus advogados na época.
Na terça (2), o jornalista sofreu duas derrotas judiciais. O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu arquivar um pedido de habeas corpus que pretendia adiar o julgamento enquanto outro recurso --um agravo regimental movido no STJ (Superior Tribunal de Justiça)-- não fosse julgado.
Na decisão, segundo o STF, o ministro decidiu que não pode reconhecer um habeas corpus que não tenha sido apreciado antes pelo TJ.
No mesmo dia, o próprio agravo foi recusado pelos magistrados da 6ª Turma do STJ. Ele pretendia retirar a qualificação por motivo torpe da acusação.
Também na terça, a defesa de Pimenta Neves entrou com um habeas corpus no TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo solicitando que, em caso de condenação, o jornalista tenha o direito de recorrer da pena em liberdade provisória. O pedido foi negado no final da tarde pelo desembargador Carlos Bueno.
Julgamento
O julgamento do jornalista deve durar três dias, de acordo com previsão do TJ. Três homens e quatro mulheres compõem o júri.
Pimenta Neves chegou ao fórum --no centro da cidade-- por volta das 8h, e um grupo que aguardava nas proximidades protestou com gritos de "assassino".
A segurança ao redor do fórum foi reforçada pela Polícia Militar. A rua foi interditada.
Apenas quatro familiares do réu e quatro da vítima poderão acompanhar o júri.
Com Folha de S.Paulo
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