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18/05/2006 - 17h07

TJ pede fita de suposta entrevista com Marcola à Bandeirantes

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da Folha Online

A juíza Isaura Cristina Barreira, do Decrim (Departamento de Execuções Criminais) do TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo, determinou nesta quarta-feira que a Rede Bandeirantes envie nos próximos cinco dias uma cópia da fita da entrevista do jornalista Roberto Cabrini supostamente feita com o líder do PCC, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola.

Por meio de um telefone celular, Cabrini e o suposto líder do PCC falaram sobre os ataques realizados pela facção criminosa. O entrevistado afirmou que a facção determinou a realização da megaoperação porque "os direitos dos presos não foram cumpridos".

Marcola foi levado sábado (13) à penitenciária de Presidente Bernardes (620 km a oeste de São Paulo), considerada a unidade mais segura do país, e colocado sob o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), que estabelece normas mais rígidas para os presos.

Como o RDD pressupõe que Marcola esteja isolado, em seu despacho, a juíza determinou também que a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária preste informações sobre o caso. Mais cedo, a secretaria havia emitido uma nota pedindo outra cópia da entrevista à emissora.

Entrevista

O telefonema entre Cabrini e um interlocutor que se identificou como Marcola foi exibida na quarta-feira (17), no "Jornal da Noite", da TV Bandeirantes. No final da entrevista, ele negou ter feito acordo com autoridades para encerrar os ataques: "da minha parte não [houve acordos]", respondeu quando questionado sobre esta possibilidade.

"Eles [autoridades] removeram diversos presos, feriram a lei e não pudemos usufruir de nenhum direito. Por isso acabamos tomando esta atitude, para chamar a atenção", afirmou o entrevistado durante a conversa.

Ele também falou sobre o não-cumprimento do banho de sol dos detentos e a impossibilidade de receber visitas dos advogados.

Segundo o interlocutor, a decisão de iniciar os ataques teria sido feita na sexta-feira (12), por diversos membros da facção. "Foi uma decisão conjunta, em que cada um deu sua opinião." Em uma resposta vaga aos ataques no metrô e a ônibus, o entrevistado disse: "o que foi visto foi feito".

"Os ataques pararam, foram usados para resolver uma situação quando precisamos. Mas eles [autoridades] não estão querendo parar. Estão agindo de forma brutal, matando, declarando uma guerra e esquecendo que, assim, deixam a sociedade à mercê", disse.

Outro lado

Na noite desta quinta, Cabrini foi ao "Jornal da Band" prestar informações sobre as circunstâncias em que teria conseguido entrar em contato com Marcola por meio do telefone celular.

O jornalista disse que foi autorizado por integrantes da cúpula da facção --também por meio de telefones celulares-- a falar com o líder do PCC. Ele chegou a mencionar que, nas ligações em que negociou a concessão da entrevista, os criminosos evitavam dizer o nome de Marcola.

De acordo com Cabrini, pessoas próximas a Marcola foram consultadas por ele e identificaram a voz que aparece na entrevista como a do líder do PCC. Uma destas pessoas seria a advogada do próprio Marcola.

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