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22/05/2006
-
09h33
FERNANDA BASSETTE
ANDRÉ CARAMANTE
da Folha de S.Paulo
Fuga, resistência à prisão, troca de tiros com policiais e morte. Essa é a seqüência descrita no boletim de ocorrência sobre a morte de três jovens, por volta das 2h10 de ontem, por PMs. No terreno baldio do Parque Vitória (zona norte de São Paulo) onde ocorreram as mortes, as marcas de sangue no chão, rentes ao muro, indicam que os três rapazes estavam contra a parede.
Nenhum policial foi baleado. O registro do caso informa que os mortos tinham duas pistolas, uma espingarda e um revólver e estavam em um Peugeot roubado. Os PMs, armados com revólveres, deram 20 tiros.
O governo diz que esse caso não tem relação com as mortes de 109 suspeitos de participação na onda de ataques do PCC. Mas ainda não informou de que forma essas 109 pessoas teriam participado dos ataques.
O IML recebeu, junto com os três jovens, um quarto corpo, recolhido no mesmo bairro, mas sem informações das circunstâncias da morte.
Maria Augusta de Jesus Rodrigues, 40, mãe de Vagner Rodrigues Pimentel, 20, um dos três mortos na ação, disse que na última terça dois policiais ameaçaram seu filho. "Disseram que bonzinho nesse mundo era só Deus. Depois falaram que, se pegassem meu filho pela rua depois da meia-noite, não seria nada bom para ele."
"Tem um triângulo no coração do meu filho", disse a mãe de Rodrigo Storolli Mendes, 25, referindo-se aos três tiros que o jovem levou na altura do tórax.
Mendes era casado e tinha um filho de dois anos. A mulher dele, que assim como a sogra não quis dar o nome, disse que, dias antes, ele teria ouvido de policiais do bairro que iriam "sentar o dedo" (matar).
Citada no boletim de ocorrência como a vítima que teria reconhecido Mendes como autor do roubo do carro, no dia 17, a estudante Carolina Guerra, 22, apresentou duas versões. Num primeiro contato por telefone, à tarde, disse desconhecer o caso. À noite, ela confirmou que foi ao hospital e viu o corpo, mas diz não ter certeza se o acusado participou do roubo do veículo, na zona norte.
O Peugeot pertence à filha de um médico, Adagmar Andriollo, 57, e, segundo ele próprio, ontem, ao ser entregue, não tinha marcas de tiro. O médico não quis dizer quem dirigia o veículo no dia do roubo.
Colaborou MARCELO GUTIERRES
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ANDRÉ CARAMANTE
da Folha de S.Paulo
Fuga, resistência à prisão, troca de tiros com policiais e morte. Essa é a seqüência descrita no boletim de ocorrência sobre a morte de três jovens, por volta das 2h10 de ontem, por PMs. No terreno baldio do Parque Vitória (zona norte de São Paulo) onde ocorreram as mortes, as marcas de sangue no chão, rentes ao muro, indicam que os três rapazes estavam contra a parede.
Nenhum policial foi baleado. O registro do caso informa que os mortos tinham duas pistolas, uma espingarda e um revólver e estavam em um Peugeot roubado. Os PMs, armados com revólveres, deram 20 tiros.
O governo diz que esse caso não tem relação com as mortes de 109 suspeitos de participação na onda de ataques do PCC. Mas ainda não informou de que forma essas 109 pessoas teriam participado dos ataques.
O IML recebeu, junto com os três jovens, um quarto corpo, recolhido no mesmo bairro, mas sem informações das circunstâncias da morte.
Maria Augusta de Jesus Rodrigues, 40, mãe de Vagner Rodrigues Pimentel, 20, um dos três mortos na ação, disse que na última terça dois policiais ameaçaram seu filho. "Disseram que bonzinho nesse mundo era só Deus. Depois falaram que, se pegassem meu filho pela rua depois da meia-noite, não seria nada bom para ele."
"Tem um triângulo no coração do meu filho", disse a mãe de Rodrigo Storolli Mendes, 25, referindo-se aos três tiros que o jovem levou na altura do tórax.
Mendes era casado e tinha um filho de dois anos. A mulher dele, que assim como a sogra não quis dar o nome, disse que, dias antes, ele teria ouvido de policiais do bairro que iriam "sentar o dedo" (matar).
Citada no boletim de ocorrência como a vítima que teria reconhecido Mendes como autor do roubo do carro, no dia 17, a estudante Carolina Guerra, 22, apresentou duas versões. Num primeiro contato por telefone, à tarde, disse desconhecer o caso. À noite, ela confirmou que foi ao hospital e viu o corpo, mas diz não ter certeza se o acusado participou do roubo do veículo, na zona norte.
O Peugeot pertence à filha de um médico, Adagmar Andriollo, 57, e, segundo ele próprio, ontem, ao ser entregue, não tinha marcas de tiro. O médico não quis dizer quem dirigia o veículo no dia do roubo.
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