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09/06/2006 - 13h41

Presos fazem "rebelião branca" em unidades de São Paulo

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da Folha Online
da Agência Folha, em São José dos Campos

Pouco menos de um mês depois de uma onda de motins atingir 82 unidades prisionais do Estado de São Paulo, os detentos ligados à facção PCC voltam a dar uma demonstração de força. Em uma espécie de "rebelião branca", eles se recusam, nesta semana, a sair das unidades para se apresentar em audiências judiciais nos fóruns.

Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária, as ações ocorrem em diversas unidades do Estado, mas não há registro de ocorrências de indisciplina, como tumultos ou rebeliões. Não há confirmação sobre o número de penitenciárias onde ocorre o movimento.

O protesto começou na manhã da última quarta (7), véspera da data marcada para o depoimento do chefe do PCC (Primeiro Comando da Capital), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, aos deputados da CPI do Tráfico de Armas. Ele foi ouvido ontem, na penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo).

De acordo com levantamento do Tribunal de Justiça, das 1.041 requisições para transporte de presos para audiências, 476 não foram cumpridas entre segunda e quinta-feira.

O movimento organizado dos presos foi reconhecido pela SAP (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária). Em nota, a secretaria informou que presos "se recusaram a sair para apresentações judiciais", e que "os motivos da não-apresentação serão cobrados pelos juízes competentes".

Um promotor público disse à reportagem, sob a condição de anonimato, que na segunda-feira um julgamento por júri popular foi cancelado em Taubaté (130 km de São Paulo) porque o acusado, que está preso, se recusou a ir ao fórum.

Segundo esse promotor, o detento foi ouvido e contou que recebeu do PCC a ordem para não sair do presídio. Ainda não se sabe qual é o objetivo da facção com o "protesto pacífico".

Marcola

Marcola foi ouvido por oito parlamentares que integram a CPI, por aproximadamente quatro horas. Ele ficou irritado com a presença da imprensa.

De acordo com o relator da CPI, deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), o depoimento de Marcola ajudou a confirmar a tese de que a principal rota para entrada de armas no Brasil é pela fronteira com o Paraguai.

Durante o depoimento, Marcola recusou-se a responder algumas perguntas, sob pena de "ameaçar sua integridade".

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