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09/06/2006
-
11h57
da Folha Online
da Folha de S.Paulo
O relator da CPI do Tráfico de Armas, deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), disse que o depoimento do chefe do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, comprovou que a facção criminosa controla presídios de São Paulo.
Marcola foi ouvido na quinta-feira (8), por oito integrantes da CPI, na penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), onde está preso. Ele demonstrou irritação com a presença de fotógrafos. Foi contraditório e chegou a ser irônico com os deputados.
Para Pimenta, em seu depoimento, o chefe da facção mostrou como o PCC (Primeiro Comando da Capital) assumiu o controle das unidades prisionais e "montou um arsenal capaz de fazer frente ao das forças policiais", de acordo com a Agência Câmara.
O depoimento também teria ajudado a confirmar que a principal rota para entrada de armas no Brasil é pela fronteira com o Paraguai.
Depoimento
Em suas declarações, Marcola não citou o nome da facção criminosa PCC e negou envolvimento com a onda de violência que atingiu São Paulo entre os dias 12 e 19 de maio --o maior ataque contra as forças de segurança já ocorrido no Estado.
Apesar disso, Marcola deu detalhes sobre a suposta negociação feita com o governo estadual para pôr fim aos atentados --o acordo é negado pelo governo. Ao mesmo tempo, negou ter fechado o acordo, segundo membros da comissão.
"Ele é totalmente contraditório. Nega o acordo, mas dá detalhes da negociação. Diz que não é chefe, mas fala como se estivesse no controle", afirmou Paulo Pimenta.
O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) disse que Marcola confirmou ter recebido da comitiva de autoridades do Estado que o visitou na cadeia durante os ataques a oferta de dois celulares para que informasse a presos de outros presídios que estava bem.
Disse, ainda, que a advogada Iracema Vasciaveo, que representaria familiares de presos, teria levado os aparelhos. A ligação teria sido feita por outro detento, Luiz Henrique Fernandes, o LH, que estava com ele.
A possibilidade do acordo entre a facção criminosa e o governo paulista foi um dos motivos que levou a CPI a ouvir o criminoso.
Gravação
Ele também negou ter recebido de seus advogados a gravação de declarações de delegados de São Paulo dadas em uma reunião secreta da CPI. Dois advogados teriam comprado uma cópia da gravação, por R$ 200, de um funcionário da Câmara.
"Não detalhamos especificamente a questão daqueles advogados. Mas saímos com a convicção de que existem, sim, advogados cumprindo um papel de interligação de informações dentro do sistema. Portanto, eles servem às organizações criminosas não como seus representantes, mas como integrantes desse sistema", disse Paulo Pimenta.
Marcola não respondeu algumas perguntas, sob pena de "ameaçar sua integridade". Ele relatou que os presos pertencentes às facções obedecem regras de conduta e, quando não o fazem, "são justiçados".
Com Agência Câmara
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da Folha de S.Paulo
O relator da CPI do Tráfico de Armas, deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), disse que o depoimento do chefe do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, comprovou que a facção criminosa controla presídios de São Paulo.
Marcola foi ouvido na quinta-feira (8), por oito integrantes da CPI, na penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), onde está preso. Ele demonstrou irritação com a presença de fotógrafos. Foi contraditório e chegou a ser irônico com os deputados.
R.Cassimiro/Folha Imagem |
Marcola esconde o rosto durante depoimento à CPI do Tráfico de Armas, em prisão de SP |
Para Pimenta, em seu depoimento, o chefe da facção mostrou como o PCC (Primeiro Comando da Capital) assumiu o controle das unidades prisionais e "montou um arsenal capaz de fazer frente ao das forças policiais", de acordo com a Agência Câmara.
O depoimento também teria ajudado a confirmar que a principal rota para entrada de armas no Brasil é pela fronteira com o Paraguai.
Depoimento
Em suas declarações, Marcola não citou o nome da facção criminosa PCC e negou envolvimento com a onda de violência que atingiu São Paulo entre os dias 12 e 19 de maio --o maior ataque contra as forças de segurança já ocorrido no Estado.
Apesar disso, Marcola deu detalhes sobre a suposta negociação feita com o governo estadual para pôr fim aos atentados --o acordo é negado pelo governo. Ao mesmo tempo, negou ter fechado o acordo, segundo membros da comissão.
"Ele é totalmente contraditório. Nega o acordo, mas dá detalhes da negociação. Diz que não é chefe, mas fala como se estivesse no controle", afirmou Paulo Pimenta.
O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) disse que Marcola confirmou ter recebido da comitiva de autoridades do Estado que o visitou na cadeia durante os ataques a oferta de dois celulares para que informasse a presos de outros presídios que estava bem.
Disse, ainda, que a advogada Iracema Vasciaveo, que representaria familiares de presos, teria levado os aparelhos. A ligação teria sido feita por outro detento, Luiz Henrique Fernandes, o LH, que estava com ele.
A possibilidade do acordo entre a facção criminosa e o governo paulista foi um dos motivos que levou a CPI a ouvir o criminoso.
Gravação
Ele também negou ter recebido de seus advogados a gravação de declarações de delegados de São Paulo dadas em uma reunião secreta da CPI. Dois advogados teriam comprado uma cópia da gravação, por R$ 200, de um funcionário da Câmara.
"Não detalhamos especificamente a questão daqueles advogados. Mas saímos com a convicção de que existem, sim, advogados cumprindo um papel de interligação de informações dentro do sistema. Portanto, eles servem às organizações criminosas não como seus representantes, mas como integrantes desse sistema", disse Paulo Pimenta.
Marcola não respondeu algumas perguntas, sob pena de "ameaçar sua integridade". Ele relatou que os presos pertencentes às facções obedecem regras de conduta e, quando não o fazem, "são justiçados".
Com Agência Câmara
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