Publicidade
Publicidade
30/06/2006
-
10h32
GABRIELA MANZINI
da Folha Online
O promotor de Justiça Nadir de Campos Júnior disse nesta sexta-feira que o retorno de Suzane von Richthofen à prisão, determinado na quinta-feira (29) pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) diminuiu as chances dos advogados da ré adotarem manobras para voltar a adiar o júri.
"Suzane volta para o sistema prisional como se tivesse sido presa no dia do crime. Nós [promotores de Justiça], agora, temos tranqüilidade para fazer o júri, porque os advogados com certeza não vão querer adiá-lo, afinal, ela não terá nenhum benefício a partir disso."
Suzane é ré confessa no processo que a acusa de ter planejado e matado os pais, ao lado de Daniel e Cristian Cravinhos, em 2002, em São Paulo. Daniel e Suzane eram namorados na época do crime.
No último dia 5, manobras dos advogados de ambas partes provocaram o adiamento do júri, reagendado para o próximo dia 17 de julho.
Para o promotor, o retorno de Suzane ao sistema penitenciário ainda garante que ela sairá do júri presa. "Suzane é diferente do Pimenta Neves. O STJ concluiu que ela é uma pessoa perigosa, que está amedrontando o irmão. Ele nunca esteve preso, ele teve o direito de recorrer em liberdade."
Em maio último, o jornalista Antonio Pimenta Neves foi condenado a 19 anos, dois meses e 12 dias de prisão por ter matado a ex-namorada --a também jornalista Sandra Gomide--, mas recorre em liberdade.
Prisão
Na quinta-feira, a 6ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu, por três votos a um, cassar a liminar que mantinha a ré em prisão domiciliar desde o final de maio. Com a decisão, ela voltou ao sistema prisional.
Os magistrados concordaram com a decisão de primeira instância que havia determinado a prisão de Suzane sob o argumento de que a liberdade dela é um risco para o irmão, Andreas. O irmão é uma das testemunhas-chave no caso e os dois competem pela gerência dos bens da família.
Defesa
De acordo com o advogado Mauro Otávio Nacif, Suzane recebeu a notícia de que retornaria ao sistema prisional "em prantos", "com muito sofrimento" e "com surpresa". Ela foi levada ainda na noite de quinta para o Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro (175 km a noroeste de São Paulo).
Segundo Nacif, "as alegações para levar Suzane de volta à cadeia são inverossímeis". "A primeira era que ela estaria ameaçando a vida do irmão. Nunca se apresentou qualquer evidência disso. A segunda era que ela estaria tentando o visto de viagem para a Alemanha, para fugir ao julgamento, fato negado pelas autoridades do país."
Julgamento
Os três réus no caso da morte dos Richthofen deveriam ter sido julgados no último dia 5. O júri foi adiado porque os advogados de Suzane abandonaram o plenário do 1º Tribunal do Júri antes da instauração da sessão, e os dos Cravinhos sequer compareceram.
Os advogados de Suzane alegaram ter deixado o plenário por causa da recusa do juiz em adiar a sessão devido à ausência de uma testemunha da defesa. Um dos advogados de Suzane disse, ao final da audiência, que ela ficou "contentíssima" com o adiamento.
Os advogados dos Cravinhos não compareceram porque, segundo eles, não tiveram contato com os clientes na semana anterior ao júri.
Entrevista
Também na quinta, o STJ decidiu retirar do processo a entrevista concedida por Suzane ao programa Fantástico, da TV Globo, em abril último. O MPF (Ministério Público Federal) havia recomendado anteriormente que a fita fosse retirada dos autos.
O programa causou polêmica porque mostrou Suzane recebendo instruções de seus advogados para chorar quando fosse entrevistada. Na reportagem, ela aparece com roupas de temática infantil e pantufas.
Leia mais
Entenda o caso da morte do casal Richthofen
Suzane volta à prisão após decisão judicial; defesa vai recorrer
Especial
Leia a cobertura completa sobre o júri do caso Richthofen
Leia o que já foi publicado sobre a morte do casal Richthofen
Prisão de Suzane anula manobras de advogados, diz promotor
Publicidade
da Folha Online
O promotor de Justiça Nadir de Campos Júnior disse nesta sexta-feira que o retorno de Suzane von Richthofen à prisão, determinado na quinta-feira (29) pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) diminuiu as chances dos advogados da ré adotarem manobras para voltar a adiar o júri.
"Suzane volta para o sistema prisional como se tivesse sido presa no dia do crime. Nós [promotores de Justiça], agora, temos tranqüilidade para fazer o júri, porque os advogados com certeza não vão querer adiá-lo, afinal, ela não terá nenhum benefício a partir disso."
Suzane é ré confessa no processo que a acusa de ter planejado e matado os pais, ao lado de Daniel e Cristian Cravinhos, em 2002, em São Paulo. Daniel e Suzane eram namorados na época do crime.
A.Porto/ Folha Imagem |
Suzane von Richthofen e o advogado Denivaldo Barni, em maio deste ano |
Para o promotor, o retorno de Suzane ao sistema penitenciário ainda garante que ela sairá do júri presa. "Suzane é diferente do Pimenta Neves. O STJ concluiu que ela é uma pessoa perigosa, que está amedrontando o irmão. Ele nunca esteve preso, ele teve o direito de recorrer em liberdade."
Em maio último, o jornalista Antonio Pimenta Neves foi condenado a 19 anos, dois meses e 12 dias de prisão por ter matado a ex-namorada --a também jornalista Sandra Gomide--, mas recorre em liberdade.
Prisão
Na quinta-feira, a 6ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu, por três votos a um, cassar a liminar que mantinha a ré em prisão domiciliar desde o final de maio. Com a decisão, ela voltou ao sistema prisional.
Os magistrados concordaram com a decisão de primeira instância que havia determinado a prisão de Suzane sob o argumento de que a liberdade dela é um risco para o irmão, Andreas. O irmão é uma das testemunhas-chave no caso e os dois competem pela gerência dos bens da família.
Defesa
De acordo com o advogado Mauro Otávio Nacif, Suzane recebeu a notícia de que retornaria ao sistema prisional "em prantos", "com muito sofrimento" e "com surpresa". Ela foi levada ainda na noite de quinta para o Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro (175 km a noroeste de São Paulo).
Segundo Nacif, "as alegações para levar Suzane de volta à cadeia são inverossímeis". "A primeira era que ela estaria ameaçando a vida do irmão. Nunca se apresentou qualquer evidência disso. A segunda era que ela estaria tentando o visto de viagem para a Alemanha, para fugir ao julgamento, fato negado pelas autoridades do país."
Julgamento
Os três réus no caso da morte dos Richthofen deveriam ter sido julgados no último dia 5. O júri foi adiado porque os advogados de Suzane abandonaram o plenário do 1º Tribunal do Júri antes da instauração da sessão, e os dos Cravinhos sequer compareceram.
Os advogados de Suzane alegaram ter deixado o plenário por causa da recusa do juiz em adiar a sessão devido à ausência de uma testemunha da defesa. Um dos advogados de Suzane disse, ao final da audiência, que ela ficou "contentíssima" com o adiamento.
Os advogados dos Cravinhos não compareceram porque, segundo eles, não tiveram contato com os clientes na semana anterior ao júri.
Entrevista
Também na quinta, o STJ decidiu retirar do processo a entrevista concedida por Suzane ao programa Fantástico, da TV Globo, em abril último. O MPF (Ministério Público Federal) havia recomendado anteriormente que a fita fosse retirada dos autos.
O programa causou polêmica porque mostrou Suzane recebendo instruções de seus advogados para chorar quando fosse entrevistada. Na reportagem, ela aparece com roupas de temática infantil e pantufas.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice