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07/07/2006 - 12h09

Agentes penitenciários de SP ameaçam impedir visitas no sábado

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da Folha Online

Agentes penitenciários do Estado de São Paulo ameaçam paralisar as atividades a partir da 0h deste sábado (8), em protesto contra a morte do quinto agente morto desde a semana passada. Um carcereiro também foi assassinado e dois outros agentes penitenciários foram vítimas de tentativa de homicídio, no mesmo período.

O diretor representante do Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo), Paulo Gilberto de Araújo, 54, era agente de segurança penitenciária em Guarulhos e foi assassinado por volta das 6h30 desta sexta-feira na Casa Verde, zona norte de São Paulo.

A orientação do Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo) à categoria é a de impedir a entrada de visitantes nas unidades prisionais no sábado.

O governador Cláudio Lembo (PFL) informou, por meio de sua assessoria, que quem se pronunciará sobre a morte dos agentes e as medidas a serem tomadas neste caso é a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária). O secretário Antonio Ferreira Pinto disse, por meio de sua assessoria, que não vai se pronunciar sobre o assunto.

Nesta quinta-feira (6), agentes penitenciários de ao menos 22 unidades do sistema em São Paulo paralisaram as atividades, pela morte de Genivaldo Lourenço da Silva, assassinado na quarta-feira (5) durante uma fuga na Penitenciária 1 de Franco da Rocha (Grande São Paulo).

O Sindasp informou que a cada agente penitenciário morto a categoria fará paralisação de 24 horas. Segundo informações do Sifuspesp, o clima é tenso nos presídios porque agentes têm recebido ameaças veladas de que seriam as próximas vítimas do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Mais um

O crime mais recente contra um agente penitenciário ocorreu na Casa Verde (zona norte da cidade). Paulo Gilberto de Araújo foi abordado por ocupantes de um carro escuro na porta de sua casa. Os criminosos atiraram e fugiram sem deixar pistas.

Vizinhos ouviram o barulho dos tiros e chamaram a polícia. A vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Há suspeitas de envolvimento da facção criminosa PCC nos ataques. O fichário com fotos, nomes, endereços e escala de trabalho de agentes penitenciários que atuam no complexo Campinas-Hortolândia desapareceu do arquivo localizado na administração do presídio, de acordo com o sindicato da categoria.

O desaparecimento dos documentos pode ter ocorrido durante a megarrebelião ocorrida em maio --que envolveu 82 unidades prisionais. No motim, os presos invadiram o escritório da administração. Por causa do desaparecimento dos documentos e da ameaça, o Sifuspesp orientou os agentes para que saiam do trabalho em grupo, mudem o itinerário do retorno e evitem parar no caminho de casa.

Os ataques contra os agentes começaram no final do mês passado. No último dia 26, uma suposta tentativa de ataque contra agentes penitenciários planejada pelo PCC foi frustrada pela polícia. Na ação, 13 suspeitos foram mortos por policiais na região de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).

Vítimas

Na madrugada de quinta (6), um agente penitenciário foi ferido a tiros na rua Conde de Sarzedas, na Liberdade (região central de São Paulo).

Na quinta, o agente penitenciário Genivaldo Lourenço da Silva foi morto durante uma fuga de presos na Penitenciária 1 de Franco da Rocha (Grande São Paulo).

Na noite do último dia 2, Otacílio do Couto, 41, foi morto no Jardim Joamar (zona norte de São Paulo), quando falava em um telefone público. Os tiros foram disparados por ocupantes de uma Parati vermelha. Couto trabalhava no CDP do Belém (zona leste de São Paulo).

Também na noite do dia 2, outro agente identificado como Joselito Francisco da Silva foi alvo de uma tentativa de homicídio, em Guarulhos (Grande São Paulo). Ele é agente no CDP da cidade.

No dia 1º de julho, dois criminosos mataram o agente Eduardo Rodrigues no bairro Jardim João 23 (zona oeste de São Paulo). Ele era funcionário da Penitenciária Feminina de Santana (zona norte de São Paulo).

No dia 29 de junho, o carcereiro Gilmar Francisco da Silva, 41, foi morto a tiros no Jardim Panamericano (zona norte de São Paulo).

No dia 28 de junho, o agente Nilton Celestino, 41, que trabalhava no sistema prisional desde 1991, foi morto na porta de sua casa, em Itapecerica da Serra (Grande São Paulo).

Com Agência Folha e Folha de S.Paulo

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