Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
13/07/2006 - 08h29

Grampo flagrou a ordem para os ataques do PCC

Publicidade

ANDRÉ CARAMANTE
KLEBER TOMAZ
da Folha de S.Paulo

A polícia paulista soube, por volta das 22h de anteontem, da nova ordem da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para retomar a onda de ataques no Estado de São Paulo. Mas não conseguiu evitar a ação dos criminosos: oito pessoas foram assassinadas, mais de 100 ônibus incendiados, 12 agências bancárias, dois supermercados, uma concessionária de carros e uma loja de eletrodomésticos atacados.

Somadas aos ataques iniciados em 12 de maio, a nova onda de ações deixou o seguinte saldo: num total de 373 atentados, 42 membros das forças de segurança do Estado e quatro civis foram assassinados, enquanto 92 pessoas acusadas de ligação com as ações da facção foram mortas pelas polícias.

Policiais descobriram, por meio de uma interceptação telefônica feita no aparelho celular de um preso do CDP 1 de Franco da Rocha, que os "soldados" do PCC tinham recebido ordens para que novos ataques contra o Estado fossem iniciados. O alerta geral para todos os policiais do Estado foi passado às 22h45.

"Alerta geral para a iminência de novos ataques" foi o que os policiais ouviram pelos rádios das polícias Civil e Militar em todas as bases operacionais de São Paulo.

Departamentos especializados da Polícia Civil, como o Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado), também receberam o alerta do "salve geral" (ordem dos líderes do PCC) para que os ataques fossem iniciados.

Um dos casos mais graves ocorreu na noite de terça-feira na favela do Boi Malhado, região da Vila Nova Cachoeirinha (zona norte de São Paulo), onde o PM Odair José Lorenzi, 29, foi morto com a irmã, Rita de Cássia Lorenzi, 39. Ninguém ficou ferido nos atentados a prédios particulares, mas as ações assustaram as vizinhanças dos estabelecimentos.

Até as 23h30 de ontem, dez suspeitos de participação em ações ordenadas pelo PCC haviam sido presos. Cinco deles, ao lado de um adolescente, iriam atacar um agente penitenciário, que chamou a PM. Outros quatro foram presos na Vila Formosa (zona leste), com armas e coletes à prova de bala.

O secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, falou que, desde anteontem, o PCC tem nova estratégia: atacar mais alvos civis, como supermercados, bancos e ônibus para tentar desestabilizar a sociedade, causando sensação de insegurança.

A ordem é a mesma dada pelos líderes do grupo em 12 de maio, quando o PCC iniciou os ataques: atacar "calças azuis" (agentes penitenciários ou carcereiros, mas não os seus parentes), "calças cinzas" (PMs), "preto e branco" (policiais civis) e os "capas pretas" (juízes e promotores).

Prisão de BH

Doze trechos de grampos telefônicos da polícia com a transcrição do "salve geral" revelam que a ordem dos presos também era "matar todos os policiais, civis e militares, além de agentes, e em incendiar carros, caixas eletrônicos, cinemas, grandes supermercados, empresas e ônibus".

Também pedia aos criminosos para colocarem faixas com dizeres "opressões carcerárias." E ordenava: "Já solta na banguela. Já pode começar", que significa iniciar os ataques.

Após saberem do teor do documento, delegacias de Santos e de São Paulo
decretaram grau de risco 1, o mais grave, que determinou a volta dos carros e policiais às bases para fazerem segurança armada no local.

As escutas feitas pela polícia ocorreram meia hora após a prisão de Emivaldo da Silva Santos, o BH, apontado como o "gerente" do PCC no ABC.

A Delegacia Seccional de São Bernardo não descartou a hipótese de que ele pretendia coordenar as ações na capital.

Leia mais
  • PCC mantém ataques, e empresas de ônibus param em São Paulo
  • ONG de presos culpa tortura por ataques
  • Prefeitura suspende rodízio de veículos nesta quinta-feira em SP

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o PCC
  • Leia a cobertura completa sobre os ataques do PCC
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página