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18/07/2006 - 15h30

Bate-boca e ironia marcam depoimento de irmão de Suzane

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GABRIELA MANZINI
TATHIANA BARBAR
da Folha Online

O depoimento do universitário Andreas von Richthofen, 19, durante o segundo dia do julgamento dos acusados pela morte de seus pais, Marísia e Manfred, ocorrido em outubro de 2002, foi marcado por bate-boca envolvendo ele, os advogados dos réus e os representantes do Ministério Público de São Paulo.

Suzane von Richthofen, filha das vítimas, Daniel e Cravinhos começaram a ser julgados segunda-feira (17) pelo crime. No primeiro dia, os réus foram interrogados. Nesta terça, o juiz Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri, ouve as testemunhas do caso.

Andreas, que esteve tranqüilo durante os interrogatórios feitos pelo juiz e pelo Ministério Público, tratou um dos advogados de sua irmã, Mauro Octávio Nacif, de forma irônica e até agressiva. "Meu pai era um homem muito mais digno do que muita gente aqui", disse.
André Porto/Folha Imagem
Suzane deixa carceragem do 89 DP, onde passou a noite, e segue para julgamento
Suzane deixa carceragem do 89 DP, onde passou a noite, e segue para julgamento


Nacif questionou o universitário sobre uma arma encontrada por seu tio no quintal da casa de Andreas. Segundo o universitário, a arma pertencia a sua irmã e estava guardada em um urso de pelúcia na casa onde ocorreu o crime. Suzane pediu a ele, após ser presa, para que a retirasse do local. Andreas, então, enterrou a arma, encontrada no dia seguinte por seu tio e entregue ao Ministério Público.

No momento em que Andreas foi interrogado sobre como seu tio soube do local onde a arma estaria enterrada, o universitário respondeu a Nacif que "um passarinho verde" teria contado a ele.

Chantagem

Durante o depoimento, Andreas ainda negou o conteúdo de um bilhete escrito por ele, à mão, e que a imprensa noticiou como um perdão a sua irmã.

Ele afirmou ter sofrido "chantagem emocional" por parte de Suzane para escrever o bilhete. Na ocasião, ela estava presa e o universitário foi visitá-la.

O bilhete dizia, entre outras coisas, que ele sentia saudades de Suzane e que não fazia freqüentes visitas porque seu tio não deixava.

Família

O universitário também negou as declarações dadas por Daniel, ontem, de que Suzane era agredida pelos pais e vítima de violência sexual.

Ao juiz Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri, Andreas considerou sem relevância os atritos com os pais. "A relação era boa. Lógico que tinha atritos, todo mundo tem, mas nada de excepcional."

Ele admitiu que se sentia ameaçado pela irmã. "Dizem por aí que ela é psicopata. Eu não sei, mas de uma pessoa assim a gente pode esperar qualquer coisa."

Em abril, o médico Miguel Abdalla, tio de Suzane e Andreas, informou à Justiça que, quando em liberdade, a jovem foi vista "rondando" a casa onde vive com sua mãe e o sobrinho. Andreas disse que não foi orientado a registrar um boletim de ocorrência, mas que "teve vontade".

Acareação

Após o depoimento das testemunhas --16, no total--, os acusados pelo crime deverão participar de uma acareação. Segundo o juiz, apenas Suzane e Daniel ficarão frente a frente.

Para a Promotoria, a acareação pode ajudar a esclarecer 15 pontos, como por exemplo, quem teve a idéia do crime.

Manfred e Marísia foram assassinados com golpes de barra de ferro em 30 de outubro de 2002, enquanto dormiam. Atualmente, a casa da família está coberta de pichações de ataque aos assassinos.

Suzane e os irmãos Cravinhos foram denunciados (acusados formalmente) por duplo homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; e fraude processual, por terem alterado a cena do crime.

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