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19/07/2006 - 14h01

Daniel chora e Suzane Richthofen dá ordens a advogados durante júri

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GABRIELA MANZINI
TATHIANA BARBAR
da Folha Online

O comportamento dos réus do caso Richthofen chama a atenção do público que assiste ao julgamento, iniciado na segunda-feira (17) no plenário do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, no fórum da Barra Funda (zona oeste de São Paulo). Daniel Cravinhos tem chorado em diversas ocasiões, enquanto a filha das vítimas, Suzane von Richthofen, 22, tem sido vista dando ordens aos advogados.

Suzane, o então namorado dela, Daniel, e o irmão dele, Cristian, são réus confessos no processo que os acusa de ter planejado e matado os pais dela, Manfred e Marísia von Richthofen, na casa em que a família morava, na zona sul de São Paulo, em outubro de 2002.

O júri começou com os interrogatórios dos réus, na segunda. Em seguida, as testemunhas passaram a prestar depoimento. O décimo depoimento acabou por volta das 13h desta quarta.

Daniel tem chorado em diversas ocasiões. Ele chegou a pedir lenços de papel à sua advogada, Gislaine Jabur, para secar o rosto e o nariz, e copos d'água. Suzane, sentada ao lado do jovem, se mostrou incomodada com o choro e afastou sua cadeira.
André Porto/Folha Imagem
Suzane von Richthofen chega ao fórum da Barra Funda para terceiro dia do julgamento
Suzane von Richthofen chega ao fórum da Barra Funda para terceiro dia do julgamento


Em seu interrogatório, no primeiro dia, ele esteve visivelmente nervoso. Mesmo assim, falou de forma pausada e correta, usando, inclusive, expressões formais, que poderiam denunciar que o discurso havia sido ensaiado. Enquanto falava, ele manteve as mãos --algemadas-- entre as pernas.

Nesta quarta, ele trocou um olhar amistoso com a testemunha Sérgio Gargiulo, que era seu amigo pessoal e chegou a ir a um churrasco na casa de Suzane antes do crime. Em plenário, quando tem Suzane ao seu lado direito e o irmão, ao lado esquerdo, Daniel mantém os ombros curvados e a cabeça baixa.

Suzane

No plenário, Suzane tem um comportamento diferente de Daniel. Ela mantém uma postura praticamente estática, com o queixo enterrado no peito e os cabelos sobre o rosto. Em alguns momentos, porém, ela ergue a cabeça com determinação e chama pelos advogados. "Vem aqui agora", ela diz, com os lábios travados e a testa franzida.

Durante a sessão, Suzane conversa freqüentemente com seu ex-tutor legal e advogado, Denivaldo Barni. Ele alisa os cabelos da moça e beija sua testa, enquanto a ouve. Foi Barni quem acolheu Suzane em sua casa, enquanto ela esteve em liberdade provisória e em prisão domiciliar. Barni era amigo e colega de Manfred na Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A).

Em seu interrogatório, também no primeiro dia de júri, Suzane, embora estivesse algemada, ergueu as mãos para gesticular. Quando começou a falar, dizendo que contaria "sua história", ela adotou um tom pausado e infantil, que concordava com sua postura, já que ela tinha os pés plantados no chão e virados para dentro.

No decorrer da narrativa, no entanto, Suzane pareceu ter relaxado e passou a interpretar os diálogos aos quais se referia. "Lá [na casa de Daniel], ele começou a cheirar tíner, a cheirar cola. Ele dizia 'vai, Su, cheira, é legal'. E lá ia eu, e lá ia eu. Fazendo tudo e obedecendo. Tudo com ele era a base de muita, muita droga."

Suzane fez questão de ressaltar o uso do verbo "obedecer", que repetiu dezenas de vezes. O método está alinhado com a tese de sua defesa, que pretende provar que a ré estava sob o poder de Daniel --por meio do consumo de drogas e do sexo-- quando cometeu o crime.

Suzane e os irmãos Cravinhos foram denunciados (acusados formalmente) por duplo homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; e fraude processual, por terem alterado a cena do crime.

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