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21/07/2006
-
09h22
da Folha Online
O julgamento do caso Richthofen entra na fase final nesta sexta-feira. A Promotoria afirmou que vai pedir 50 anos de prisão para Suzane von Richthofen, 22, e os irmãos Daniel, 25, e Cristian Cravinhos, 30, réus confessos no processo que os acusa de ter planejado e matado os pais dela, Manfred e Marísia, em 2002, em São Paulo.
No Brasil, o tempo máximo de reclusão é de 30 anos. Réus condenados a mais de 20 anos de prisão em júri popular têm direito a um novo julgamento.
Segundo o promotor Roberto Tardelli, a pena de 50 anos corresponde ao crime de duplo-homicídio --por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas. Deverá haver acréscimos referentes ao crime de fraude processual --pelo fato de os réus terem alterado a cena do crime para forjar um latrocínio (roubo seguido de morte).
Enquanto Suzane diz ter sido influenciada pelo então namorado, Daniel, a participar do crime, os irmãos assumem a autoria das mortes, mas acusam a jovem de ser a mentora.
A expectativa é que a sentença seja conhecida entre a noite desta sexta e a madrugada de sábado (22). Considerado o mais esperado do ano em São Paulo, o julgamento começou na última segunda-feira, quando foram interrogados os réus.
Júri
Na sessão desta sexta será realizado o debate entre acusação e defesa. Primeiro, o Ministério Público terá três horas para acusar os réus. Depois, as defesas de Suzane e dos irmãos Cravinhos dividirão um espaço de três horas. Em seguida, a Promotoria e as defesas terão uma hora cada uma para réplica e tréplica. Os jurados --quatro homens e três mulheres-- se reúnem após os debates. Eles responderão a um questionário e, com base nas respostas, o juiz Alberto Anderson Filho, presidente do 1º Tribunal do Júri, estabelecerá a pena.
O quarto dia do júri, na quinta-feira (20), foi destinado à leitura das peças processuais solicitadas pelo Ministério Público e pelas defesas dos réus. Foram lidos depoimentos prestados pelas testemunhas do caso ainda na fase processual e exibidos a filmagem da reconstituição e uma série de reportagens acerca do crime e dos depoimentos dados pelos acusados.
Logo que as reconstituições começaram a ser apresentadas, Daniel começou a chorar. Depois, pediu para deixar o plenário, e foi seguido pelo irmão, Cristian. Suzane saiu duas vezes rapidamente, e uma terceira, permanecendo ausente até o final da sessão.
Reviravolta
Na quarta-feira, terceiro dia do julgamento, o principal fato da sessão foi o novo depoimento de Cristian, que confessou ter mentido no interrogatório. Agora, ele mudou a versão e assumiu ter participado do crime, ao contrário do depoimento anterior, quando disse que apenas o irmão, Daniel, havia golpeado as vítimas até a morte. Ele responsabilizou Suzane por ter planejado o crime.
O novo interrogatório foi pedido pelo Ministério Público, que alegou que a confissão pode acarretar em uma redução da pena imputada a ele. Uma acareação deveria ser feita entre os réus, mas foi cancelada.
Ao final do depoimento, o juiz suspendeu o julgamento por alguns minutos, pois o réu chorava muito. Em seguida, o pai do rapaz, Astrogildo, que assistia ao interrogatório da platéia, seguiu para abraçar o filho. Os jurados foram retirados do plenário.
Horas antes de Cristian mudar sua versão, a mãe --Nadja Cravinhos de Paula e Silva-- prestou depoimento. Ela disse ter perdoado os filhos e Suzane pelo crime.
"Eles fizeram uma coisa muito grave, mas estão arrependidos. A Justiça é necessária, dói, mas é necessária. Mas cada um tem que pagar pelo que fez, e não pelo que não fez", disse Nadja. Antes de deixar o plenário, ela pediu ao juiz para abraçar Daniel e Cristian, e foi atendida.
Crime
Manfred e Marísia foram assassinados com golpes de barra de ferro em 30 de outubro de 2002, enquanto dormiam, em casa, no Brooklin (zona sul de São Paulo).
O julgamento deveria ter ocorrido em junho, mas a sessão foi adiada depois que os advogados de Suzane abandonaram o plenário, antes da instauração do júri, em protesto contra a decisão do juiz que presidia a sessão, Alberto Anderson Filho, de ignorar a ausência de uma testemunha da defesa e prosseguir com os trabalhos.
Já os advogados dos irmãos Cravinhos sequer compareceram ao tribunal. Eles alegaram cerceamento da defesa, pois não haviam conseguido encontrar-se com os clientes na semana anterior à data.
Colabororaram GABRIELA MANZINI e TATHIANA BARBAR, da Folha Online e LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online
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Defesa diz que espera absolvição de Suzane von Richthofen
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Júri do caso Richthofen entra na fase final nesta sexta-feira
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O julgamento do caso Richthofen entra na fase final nesta sexta-feira. A Promotoria afirmou que vai pedir 50 anos de prisão para Suzane von Richthofen, 22, e os irmãos Daniel, 25, e Cristian Cravinhos, 30, réus confessos no processo que os acusa de ter planejado e matado os pais dela, Manfred e Marísia, em 2002, em São Paulo.
No Brasil, o tempo máximo de reclusão é de 30 anos. Réus condenados a mais de 20 anos de prisão em júri popular têm direito a um novo julgamento.
Segundo o promotor Roberto Tardelli, a pena de 50 anos corresponde ao crime de duplo-homicídio --por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas. Deverá haver acréscimos referentes ao crime de fraude processual --pelo fato de os réus terem alterado a cena do crime para forjar um latrocínio (roubo seguido de morte).
André Porto/Folha Imagem |
Algemada, Suzane deixa o 89 DP, onde passou a noite, e vai para júri |
Enquanto Suzane diz ter sido influenciada pelo então namorado, Daniel, a participar do crime, os irmãos assumem a autoria das mortes, mas acusam a jovem de ser a mentora.
A expectativa é que a sentença seja conhecida entre a noite desta sexta e a madrugada de sábado (22). Considerado o mais esperado do ano em São Paulo, o julgamento começou na última segunda-feira, quando foram interrogados os réus.
Júri
Na sessão desta sexta será realizado o debate entre acusação e defesa. Primeiro, o Ministério Público terá três horas para acusar os réus. Depois, as defesas de Suzane e dos irmãos Cravinhos dividirão um espaço de três horas. Em seguida, a Promotoria e as defesas terão uma hora cada uma para réplica e tréplica. Os jurados --quatro homens e três mulheres-- se reúnem após os debates. Eles responderão a um questionário e, com base nas respostas, o juiz Alberto Anderson Filho, presidente do 1º Tribunal do Júri, estabelecerá a pena.
Ayrton Vignola/Folha Imagem |
Irmãos Cravinhos deixam o 2ºDP e seguem para o fórum da Barra Funda |
O quarto dia do júri, na quinta-feira (20), foi destinado à leitura das peças processuais solicitadas pelo Ministério Público e pelas defesas dos réus. Foram lidos depoimentos prestados pelas testemunhas do caso ainda na fase processual e exibidos a filmagem da reconstituição e uma série de reportagens acerca do crime e dos depoimentos dados pelos acusados.
Logo que as reconstituições começaram a ser apresentadas, Daniel começou a chorar. Depois, pediu para deixar o plenário, e foi seguido pelo irmão, Cristian. Suzane saiu duas vezes rapidamente, e uma terceira, permanecendo ausente até o final da sessão.
Reviravolta
Na quarta-feira, terceiro dia do julgamento, o principal fato da sessão foi o novo depoimento de Cristian, que confessou ter mentido no interrogatório. Agora, ele mudou a versão e assumiu ter participado do crime, ao contrário do depoimento anterior, quando disse que apenas o irmão, Daniel, havia golpeado as vítimas até a morte. Ele responsabilizou Suzane por ter planejado o crime.
O novo interrogatório foi pedido pelo Ministério Público, que alegou que a confissão pode acarretar em uma redução da pena imputada a ele. Uma acareação deveria ser feita entre os réus, mas foi cancelada.
Ao final do depoimento, o juiz suspendeu o julgamento por alguns minutos, pois o réu chorava muito. Em seguida, o pai do rapaz, Astrogildo, que assistia ao interrogatório da platéia, seguiu para abraçar o filho. Os jurados foram retirados do plenário.
Horas antes de Cristian mudar sua versão, a mãe --Nadja Cravinhos de Paula e Silva-- prestou depoimento. Ela disse ter perdoado os filhos e Suzane pelo crime.
"Eles fizeram uma coisa muito grave, mas estão arrependidos. A Justiça é necessária, dói, mas é necessária. Mas cada um tem que pagar pelo que fez, e não pelo que não fez", disse Nadja. Antes de deixar o plenário, ela pediu ao juiz para abraçar Daniel e Cristian, e foi atendida.
Crime
Manfred e Marísia foram assassinados com golpes de barra de ferro em 30 de outubro de 2002, enquanto dormiam, em casa, no Brooklin (zona sul de São Paulo).
O julgamento deveria ter ocorrido em junho, mas a sessão foi adiada depois que os advogados de Suzane abandonaram o plenário, antes da instauração do júri, em protesto contra a decisão do juiz que presidia a sessão, Alberto Anderson Filho, de ignorar a ausência de uma testemunha da defesa e prosseguir com os trabalhos.
Já os advogados dos irmãos Cravinhos sequer compareceram ao tribunal. Eles alegaram cerceamento da defesa, pois não haviam conseguido encontrar-se com os clientes na semana anterior à data.
Colabororaram GABRIELA MANZINI e TATHIANA BARBAR, da Folha Online e LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online
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