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02/08/2006 - 10h02

PCC visa agora autoridades, diz promotor

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LETÍCIA SANDER
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Em sessão reservada a integrantes da CPI do Tráfico de Armas, o promotor André Luís Felício, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) de Presidente Prudente, afirmou ontem aos deputados que na última sexta foi interceptada uma mensagem de um integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em que ele manda "começar a seqüestrar autoridades".

A íntegra da mensagem diz: "É para começar a seqüestrar autoridades para resolver os problemas do sistema. Do jeito que está não está surtindo efeito. O braço armado vai começar a funcionar de vez. Acabou a paz".

O recado teria partido, segundo relato do promotor, do preso Júlio Cesar Guedes de Moraes, conhecido como "Julinho Carambola", detido em Presidente Venceslau.

A interceptação teria sido feita pela inteligência da Polícia Civil ao meio-dia da última sexta. O promotor teria afirmado aos parlamentares que "não dá para descartar" tentativas deste gênero por parte do PCC.

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A Folha teve acesso ontem aos depoimentos das advogadas Libânia Catarina Fernandes Costa e Valéria Dammous à Polícia Civil de São Paulo. Presas em 28 de junho, elas confessaram ter recebido pagamentos de até R$ 7.000, no caso da primeira, e de R$ 20 mil, no caso de Valéria, para repassar ordens entre integrantes do PCC.

Libânia revelou ainda um novo modo de operação da facção: eles pretendiam transmitir recados aos presos durante conversa em mensagens escritas colocadas sobre o seio.

Libânia Catarina diz que os pagamentos a ela eram feitos por meio de depósitos em sua conta no Banco do Brasil. Seus dados bancários indicam que, até março de 2006, ela tinha movimentado apenas R$ 6.247. Movimentação semelhante --de cerca de R$ 8.000-- foi registrada em 2002 e 2003. Em 2004, há um salto, e o valor sobe para R$ 186.881. Em 2005 cai para R$ 53.663.

Ordem para "virar"

Nas quatro páginas da transcrição do depoimento, Libânia conta que começou a trabalhar para o PCC no fim de maio deste ano. Ela diz que procurou o preso Orlando Mota Júnior, o Macarrão, em Presidente Venceslau, e que recebeu dele a ordem de mandar "virar" as penitenciárias de Araraquara e Itirapina 2 --fazer rebeliões.

Ela também diz ter combinado com Macarrão que iria ao presídio de Presidente Bernardes contatar Marcos Willians Camacho, o Marcola --um dos principais líderes do PCC.

A mando de Marcola, o contato se daria por meio do preso LH, como é conhecido Luiz Henrique Fernandes. Para esta ocasião, ela teria sido orientada a escrever mensagens no papel e colocá-las sobre o seio, de frente para o preso, para que ele lesse. Assim, a mensagem ficaria escondida das câmeras. O contato, porém, não aconteceu, pois ela foi presa antes.

Já Valéria Dammous justifica sua atuação dizendo ter percebido que "ganhava mais dinheiro trabalhando para o PCC do que exercendo suas funções de advogada". Ela estima ter recebido cerca de R$ 20 mil da facção. Ela confessou ter tido contato com Leonardo da Silva Fernandes, preso em Araraquara e, segundo ela, "chefe da área jurídica do PCC". Por telefone, ele indicava quem a advogada deveria procurar.

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