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08/08/2006
-
10h13
CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo
O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), disse ontem não temer a nova onda de ataques, mas reconheceu que os novos atentados pegaram o governo de surpresa. Nega, no entanto, que tenha faltado trabalho de inteligência à polícia paulista.
FOLHA - O governo foi pego de surpresa pelos novos ataques?
CLÁUDIO LEMBO - Ele estava aguardando [corrige], nós estávamos aguardando alguma situação nova em torno do Dia dos Pais, mas não achávamos que seria já. E houve essa surpresa na noite de ontem.
FOLHA - Essa surpresa não revela falta de trabalho de inteligência?
LEMBO - Não, não, temos as escutas todas, mas não havia idéia de ataque imediato nesses dias. Havia todo um trabalho de segurança, tanto que houve um confronto direto com eles. Dois foram mortos, dois feridos e cinco foram presos.
FOLHA - Como foram dadas as ordens para os ataques?
LEMBO - Não sei te responder. Existem muitas variáveis e sempre tem um grupo pronto para praticar um ato qualquer. Se veio ordem, se foi espontâneo, é difícil de responder. Acho que eles estão perdendo o controle do tráfico. Está cerceado o tráfico e, com isso, há um desespero financeiro, que gera esses ataques loucos.
FOLHA - O secretário Saulo continuará à frente da segurança?
LEMBO - Fica, e que bom que fique. E não se encontra amedrontado. Ao contrário, ele ataca, vai para defesa da sociedade com segurança e firmeza.
FOLHA - Hoje o dia amanheceu tenso com os ataques, mas o governo fez festa na entrega de carros policiais. Não era o caso de ter adiado?
LEMBO - Não. Era um evento programado, mais de 700 viaturas. Nós liberamos logo as viaturas que já estão em uso. Não houve festa nenhuma. Houve só entrega das viaturas e um esclarecido do que havia acontecido pelo secretário de Segurança Pública. Festa zero. Não vi festa nenhuma.
FOLHA - O ministro Thomaz Bastos voltou a oferecer ajuda do Exército...
LEMBO - Gostaria muito de ver o Exército nas fronteiras. Entre o que capturamos nesta noite, tem uma metralhadora .12. Isso entra pelas fronteiras, não é equipamento brasileiro. Portanto, ele poderia ver bem as fronteiras e ficar menos nos tapetes de São Paulo. [Além disso,] são 200 homens disponíveis. Eles são úteis para o Exército, é até uma questão de solidariedade com o Exército.
FOLHA - Essa questão não está politizada demais?
LEMBO - Eu acho. Mas, da minha parte, não. Vocês têm visto um equilíbrio muito grande, uma consciência firme. Não estou amedrontado. Estou firme combatendo o crime. Se alguém está amedrontado, não deveria estar em São Paulo. Ou, então, não deveria exercer cargos públicos. Um homem público nunca fica amedrontado. Um homem público, perante os momentos difíceis, deve se sentir mais forte, firme quando é agredido ou exigido.
FOLHA - O sr. se sente mais forte após os ataques?
LEMBO - Me sinto mais forte sim pela solidariedade que São Paulo tem me dado, pela solidariedade que a polícia tem me oferecido. Me sinto emocionalmente e fisicamente muito forte e sem nenhum medo.
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Lembo diz que foi pego de surpresa, mas que se sente mais forte
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da Folha de S.Paulo
O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), disse ontem não temer a nova onda de ataques, mas reconheceu que os novos atentados pegaram o governo de surpresa. Nega, no entanto, que tenha faltado trabalho de inteligência à polícia paulista.
FOLHA - O governo foi pego de surpresa pelos novos ataques?
CLÁUDIO LEMBO - Ele estava aguardando [corrige], nós estávamos aguardando alguma situação nova em torno do Dia dos Pais, mas não achávamos que seria já. E houve essa surpresa na noite de ontem.
Rodrigo Paiva/Folha Imagem |
O governador de São Paulo, Cláudio Lembo |
LEMBO - Não, não, temos as escutas todas, mas não havia idéia de ataque imediato nesses dias. Havia todo um trabalho de segurança, tanto que houve um confronto direto com eles. Dois foram mortos, dois feridos e cinco foram presos.
FOLHA - Como foram dadas as ordens para os ataques?
LEMBO - Não sei te responder. Existem muitas variáveis e sempre tem um grupo pronto para praticar um ato qualquer. Se veio ordem, se foi espontâneo, é difícil de responder. Acho que eles estão perdendo o controle do tráfico. Está cerceado o tráfico e, com isso, há um desespero financeiro, que gera esses ataques loucos.
FOLHA - O secretário Saulo continuará à frente da segurança?
LEMBO - Fica, e que bom que fique. E não se encontra amedrontado. Ao contrário, ele ataca, vai para defesa da sociedade com segurança e firmeza.
FOLHA - Hoje o dia amanheceu tenso com os ataques, mas o governo fez festa na entrega de carros policiais. Não era o caso de ter adiado?
LEMBO - Não. Era um evento programado, mais de 700 viaturas. Nós liberamos logo as viaturas que já estão em uso. Não houve festa nenhuma. Houve só entrega das viaturas e um esclarecido do que havia acontecido pelo secretário de Segurança Pública. Festa zero. Não vi festa nenhuma.
FOLHA - O ministro Thomaz Bastos voltou a oferecer ajuda do Exército...
LEMBO - Gostaria muito de ver o Exército nas fronteiras. Entre o que capturamos nesta noite, tem uma metralhadora .12. Isso entra pelas fronteiras, não é equipamento brasileiro. Portanto, ele poderia ver bem as fronteiras e ficar menos nos tapetes de São Paulo. [Além disso,] são 200 homens disponíveis. Eles são úteis para o Exército, é até uma questão de solidariedade com o Exército.
FOLHA - Essa questão não está politizada demais?
LEMBO - Eu acho. Mas, da minha parte, não. Vocês têm visto um equilíbrio muito grande, uma consciência firme. Não estou amedrontado. Estou firme combatendo o crime. Se alguém está amedrontado, não deveria estar em São Paulo. Ou, então, não deveria exercer cargos públicos. Um homem público nunca fica amedrontado. Um homem público, perante os momentos difíceis, deve se sentir mais forte, firme quando é agredido ou exigido.
FOLHA - O sr. se sente mais forte após os ataques?
LEMBO - Me sinto mais forte sim pela solidariedade que São Paulo tem me dado, pela solidariedade que a polícia tem me oferecido. Me sinto emocionalmente e fisicamente muito forte e sem nenhum medo.
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