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06/10/2006
-
11h27
da Folha Online
"Tráfego a 13 milhas agora, nível 140". Esse foi o último contato feito pelos controladores de vôo do aeroporto internacional Indira Gandhi, em Nova Déli, aos tripulantes do vôo 1907 da Kazakhstan Airlines. O ano era 1996, a data, 12 de novembro.
O alerta final dos controladores repetia a informação já fornecida de que um outro vôo, um boeing 747 da Saudi Arabia Airlines, estava na mesma rota aérea, em sentido contrário, e se aproximava perigosamente do 1907.
O aviso foi inútil: momentos mais tarde, os dois aviões se chocaram no ar. Os destroços caíram, em chamas, em uma área rural da Índia. Todas as 312 pessoas que estavam a bordo das aeronaves morreram no acidente.
O acidente guarda semelhanças com o que envolveu o vôo 1907 da Gol, que causou a morte de 154 pessoas no dia 29 de setembro último, em Mato Grosso. Além do número do vôo, ambas as quedas foram motivadas pelo choque de duas aeronaves, uma maior e outra menor.
Só que, ao contrário do acidente de 1996, no choque entre o Boeing 737/800 da Gol e o jato Legacy, a aeronave menor conseguiu pousar e evitar a morte dos passageiros. Desde o acidente, considerado o maior da aviação brasileira, as especulações apontam que os sistemas anticolisão das duas aeronaves não funcionaram porque o piloto Joseph Lepore e o co-piloto Jan Paul Paladino, do Legacy, haviam desligado o transponder (comunicador), ou porque os equipamentos simplesmente falharam.
Kazakhstan 1907
O vôo 1907 da Kazakhstan Airlines havia partido de Chimkent, no Cazaquistão, em uma aeronave tipo Ilyushin 76, às 18h40. Levava 37 pessoas a bordo. O boeing 747 saudita decolou de Nova Déli às 18h32 na mesma aerovia (rota aérea seguida pelos aviões) do 1907.
Como o vôo 1907 estava se aproximando pelo outro lado, o controlador de vôo do aeroporto disse para o boeing: "mantenha altitude 140, aguarde para subir". Um pouco depois, o 1907 avisou ter alcançado a altitude de 150. O controlador respondeu: "Mantenha 150. Tráfego identificado às 12 horas (à frente), no boeing 747 da Saudi, a 14 milhas". A equipe do 1907 solicitou confirmação da distância do outro vôo, ao que o controlador respondeu: "14 milhas agora, 1907".
Nenhuma resposta se seguiu. O controlador fez então o alerta, que seria o último a ser ouvido pelos tripulantes do vôo: "Tráfego a 13 milhas, nível 140".
Momentos depois, os dois aviões colidiram. Aparentemente, o 1907 havia descido abaixo da altitude autorizada e não continuou a comunicação com a torre de controle do aeroporto.
O relato da colisão, que consta dos acidentes registrados na "Aviation Safety Network", da organização internacional Fundação de Segurança de Vôos, conclui que o motivo do choque foi uma descida não-autorizada do vôo 1907 da Kazakhstan Airlines, assim como sua falha em manter a altitude. Se as recomendações tivessem sido seguidas, os dois aviões teriam passado a uma distância segura e o acidente teria sido evitado.
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"Tráfego a 13 milhas agora, nível 140". Esse foi o último contato feito pelos controladores de vôo do aeroporto internacional Indira Gandhi, em Nova Déli, aos tripulantes do vôo 1907 da Kazakhstan Airlines. O ano era 1996, a data, 12 de novembro.
O alerta final dos controladores repetia a informação já fornecida de que um outro vôo, um boeing 747 da Saudi Arabia Airlines, estava na mesma rota aérea, em sentido contrário, e se aproximava perigosamente do 1907.
O aviso foi inútil: momentos mais tarde, os dois aviões se chocaram no ar. Os destroços caíram, em chamas, em uma área rural da Índia. Todas as 312 pessoas que estavam a bordo das aeronaves morreram no acidente.
O acidente guarda semelhanças com o que envolveu o vôo 1907 da Gol, que causou a morte de 154 pessoas no dia 29 de setembro último, em Mato Grosso. Além do número do vôo, ambas as quedas foram motivadas pelo choque de duas aeronaves, uma maior e outra menor.
Só que, ao contrário do acidente de 1996, no choque entre o Boeing 737/800 da Gol e o jato Legacy, a aeronave menor conseguiu pousar e evitar a morte dos passageiros. Desde o acidente, considerado o maior da aviação brasileira, as especulações apontam que os sistemas anticolisão das duas aeronaves não funcionaram porque o piloto Joseph Lepore e o co-piloto Jan Paul Paladino, do Legacy, haviam desligado o transponder (comunicador), ou porque os equipamentos simplesmente falharam.
Kazakhstan 1907
O vôo 1907 da Kazakhstan Airlines havia partido de Chimkent, no Cazaquistão, em uma aeronave tipo Ilyushin 76, às 18h40. Levava 37 pessoas a bordo. O boeing 747 saudita decolou de Nova Déli às 18h32 na mesma aerovia (rota aérea seguida pelos aviões) do 1907.
Como o vôo 1907 estava se aproximando pelo outro lado, o controlador de vôo do aeroporto disse para o boeing: "mantenha altitude 140, aguarde para subir". Um pouco depois, o 1907 avisou ter alcançado a altitude de 150. O controlador respondeu: "Mantenha 150. Tráfego identificado às 12 horas (à frente), no boeing 747 da Saudi, a 14 milhas". A equipe do 1907 solicitou confirmação da distância do outro vôo, ao que o controlador respondeu: "14 milhas agora, 1907".
Nenhuma resposta se seguiu. O controlador fez então o alerta, que seria o último a ser ouvido pelos tripulantes do vôo: "Tráfego a 13 milhas, nível 140".
Momentos depois, os dois aviões colidiram. Aparentemente, o 1907 havia descido abaixo da altitude autorizada e não continuou a comunicação com a torre de controle do aeroporto.
O relato da colisão, que consta dos acidentes registrados na "Aviation Safety Network", da organização internacional Fundação de Segurança de Vôos, conclui que o motivo do choque foi uma descida não-autorizada do vôo 1907 da Kazakhstan Airlines, assim como sua falha em manter a altitude. Se as recomendações tivessem sido seguidas, os dois aviões teriam passado a uma distância segura e o acidente teria sido evitado.
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