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26/10/2006
-
18h27
PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília
A saturação do controle de tráfego registrado na quarta-feira (25) nas proximidades do aeroporto de Brasília preocupou as autoridades responsáveis por essa atividade e o governo, ainda sob o efeito da queda do boeing da Gol, que causou a morte dos 154 ocupantes no mês passado. O motivo dessa saturação foi o aumento do tráfego de aeronaves de pequeno porte nos últimos dias na região.
"Acendeu a luz amarela", resumiu o presidente da Infraero (estatal que administra aeroportos), brigadeiro José Carlos Pereira, após participar de reunião sobre o assunto no Palácio do Planalto, convocada pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Também participaram do encontro o ministro da Defesa, Waldir Pires, o comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno, e diretores da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Segundo Pereira, a situação ocorreu porque o número de aeronaves, entre vôos regulares e particulares, que trafegam pelo setor 5 de Brasília (entre Brasília e São Paulo) superou o limite de vôos por controlador, que é de 14, segundo norma internacional de segurança.
Para evitar que um controlador ficasse responsável pelo monitoramento de mais de 14 vôos no mesmo instante, o que poderia afetar a segurança dos vôos, as aeronaves em terra precisaram ter seus horários de decolagem atrasados, e as que estavam voando foram orientadas a reduzir a velocidade, gerando confusão nos aeroportos.
O número de vôos em questão não reflete apenas os pousos e decolagens em Brasília, mas também o sobrevôo de aeronaves que passam pela região para destinos diversos, mas que também são monitoradas.
A "saturação", que provocou atrasos que variaram de 20 minutos a até duas horas, em Brasília, em Congonhas (SP) e em também em outros aeroportos, já havia sido registrada durante três dias na semana passada, deixando o governo e especialmente a aeronáutica em alerta.
Alternativas
Durante a reunião desta quinta, duas alternativas uma de curto e outra de médio prazo, foram levantadas para solucionar o problema.
O presidente da Infraero informou que a Aeronáutica irá deslocar inicialmente controladores de outras regiões para reforçar o setor saturado em Brasília. Entretanto, ele mesmo explicou que esses novos controladores precisarão de oito a dez dias de treinamento para se adaptarem ao setor.
Pereira admitiu ainda que os oito controladores afastados temporariamente após o acidente envolvendo o vôo da Gol, no dia 29 de setembro, estão fazendo falta no controle do espaço aéreo de Brasília, que conta com aproximadamente 190 controladores, divididos em quatro turnos.
Segundo ele, o ideal seria que ao menos quatro desses controladores fossem liberados rapidamente, o que depende de exames médicos e psicológicos.
A solução de médio prazo, no entanto, dependerá de investimentos não só em recursos humanos (a contratação de novos controladores), mas também de infra-estrutura e tecnologia.
A idéia, que será melhor avaliada pela Aeronáutica, é subdividir o setor saturado (cinco) em dois. Para isso, no entanto, será preciso instalar antenas de comunicação e destinar uma nova faixa de freqüência de rádio, o que poderá custar até R$ 10 milhões.
A Aeronáutica, a Anac e a Infraero estão se preparando para evitar que a saturação no controle do espaço aéreo se repita durante o feriado prolongado na próxima semana. De acordo com o brigadeiro, o aeroporto de Brasília (infra-estrutura física) deverá atingir até o fim deste ano o limite de sua capacidade, que é de 3.800 passageiros por hora.
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Saturação do controle de tráfego aéreo preocupa governo
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da Folha Online, em Brasília
A saturação do controle de tráfego registrado na quarta-feira (25) nas proximidades do aeroporto de Brasília preocupou as autoridades responsáveis por essa atividade e o governo, ainda sob o efeito da queda do boeing da Gol, que causou a morte dos 154 ocupantes no mês passado. O motivo dessa saturação foi o aumento do tráfego de aeronaves de pequeno porte nos últimos dias na região.
"Acendeu a luz amarela", resumiu o presidente da Infraero (estatal que administra aeroportos), brigadeiro José Carlos Pereira, após participar de reunião sobre o assunto no Palácio do Planalto, convocada pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Também participaram do encontro o ministro da Defesa, Waldir Pires, o comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno, e diretores da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Segundo Pereira, a situação ocorreu porque o número de aeronaves, entre vôos regulares e particulares, que trafegam pelo setor 5 de Brasília (entre Brasília e São Paulo) superou o limite de vôos por controlador, que é de 14, segundo norma internacional de segurança.
Para evitar que um controlador ficasse responsável pelo monitoramento de mais de 14 vôos no mesmo instante, o que poderia afetar a segurança dos vôos, as aeronaves em terra precisaram ter seus horários de decolagem atrasados, e as que estavam voando foram orientadas a reduzir a velocidade, gerando confusão nos aeroportos.
O número de vôos em questão não reflete apenas os pousos e decolagens em Brasília, mas também o sobrevôo de aeronaves que passam pela região para destinos diversos, mas que também são monitoradas.
A "saturação", que provocou atrasos que variaram de 20 minutos a até duas horas, em Brasília, em Congonhas (SP) e em também em outros aeroportos, já havia sido registrada durante três dias na semana passada, deixando o governo e especialmente a aeronáutica em alerta.
Alternativas
Durante a reunião desta quinta, duas alternativas uma de curto e outra de médio prazo, foram levantadas para solucionar o problema.
O presidente da Infraero informou que a Aeronáutica irá deslocar inicialmente controladores de outras regiões para reforçar o setor saturado em Brasília. Entretanto, ele mesmo explicou que esses novos controladores precisarão de oito a dez dias de treinamento para se adaptarem ao setor.
Pereira admitiu ainda que os oito controladores afastados temporariamente após o acidente envolvendo o vôo da Gol, no dia 29 de setembro, estão fazendo falta no controle do espaço aéreo de Brasília, que conta com aproximadamente 190 controladores, divididos em quatro turnos.
Segundo ele, o ideal seria que ao menos quatro desses controladores fossem liberados rapidamente, o que depende de exames médicos e psicológicos.
A solução de médio prazo, no entanto, dependerá de investimentos não só em recursos humanos (a contratação de novos controladores), mas também de infra-estrutura e tecnologia.
A idéia, que será melhor avaliada pela Aeronáutica, é subdividir o setor saturado (cinco) em dois. Para isso, no entanto, será preciso instalar antenas de comunicação e destinar uma nova faixa de freqüência de rádio, o que poderá custar até R$ 10 milhões.
A Aeronáutica, a Anac e a Infraero estão se preparando para evitar que a saturação no controle do espaço aéreo se repita durante o feriado prolongado na próxima semana. De acordo com o brigadeiro, o aeroporto de Brasília (infra-estrutura física) deverá atingir até o fim deste ano o limite de sua capacidade, que é de 3.800 passageiros por hora.
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