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03/11/2006
-
08h59
da Folha Online
Uma semana depois do início da crise no tráfego aéreo brasileiro, a situação nos principais aeroportos do país começou a se normalizar nesta sexta-feira. Na madrugada de quinta (2), feriado de Finados, o tráfego aéreo entrou em colapso, terminais ficaram lotados e a Aeronáutica decidiu intervir na operação-padrão dos controladores.
Na manhã desta sexta, atrasos ainda ocorrem, mas em número menor aos registrados nos últimos dias. Segundo funcionários de aeroportos ouvidos pela reportagem, além da força-tarefa convocada pela Aeronáutica para restabelecer o tráfego aéreo, o feriado prolongado e conseqüente redução do movimento contribuiu para esvaziar os aeroportos e amenizar os problemas.
Ao contrário do registrado na quinta, quando os saguões ficaram lotados --após o tráfego aéreo parar durante a madrugada--, as filas para embarque são consideradas normais nesta sexta. Em alguns terminais, passageiros de vôos cancelados e remanejados para outras aeronaves foram encaminhados para a sala de embarque.
Desde a última sexta-feira (27), os controladores de tráfego aéreo implantaram uma operação-padrão que elevou a distância entre os aviões e reduziu para 14 o número de aeronaves vigiadas por controlador. Os profissionais afirmam que a medida foi tomada em adequação às recomendações internacionais de segurança. Ela provocou, porém, uma seqüência de atrasos e cancelamentos de vôos em praticamente todos os aeroportos brasileiros.
Entre a noite de quarta-feira (1º) e desta quinta, passageiros revoltados com a demora e a falta de informação promoveram invasões a balcões de companhias aéreas e até aviões. Ontem, a espera chegou a 21 horas --o vôo 1844 da Gol, previsto para chegar de Aracaju (SE) às 20h30 de anteontem pousou às 17h05 de ontem no aeroporto internacional de São Paulo, em Cumbica (Guarulhos).
Para evitar mais problemas, a TAM cancelou ontem a venda de passagens em todo o país para vôos nacionais e internacionais.
Força-tarefa
Na manhã de quinta, a Aeronáutica decidiu adotar uma medida emergencial para tentar conter a crise: convocou 149 controladores do Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), em Brasília --o não-cumprimento da convocação poderia resultar em punição e prisão.
Controladores que trabalharam durante a madrugada não puderam deixar o local. A Aeronáutica diz que todos foram obrigados a permanecer no Cindacta pela manhã para uma reunião, mas aqueles que não foram convocados estão liberados.
A decisão do comando da FAB (Força Aérea Brasileira) foi um aquartelamento, na opinião do fundador da associação dos controladores de vôo e ex-presidente da entidade, Ulisses Fontenele. Para a Aeronáutica, porém, houve só uma convocação.
Segundo relatos repassados a Fontenele por alguns dos controladores no Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa e Controle de Tráfego Aéreo), em Brasília, todos foram informados que só poderiam deixar a sede do 6º Comar (Comando Aéreo Regional) no domingo. Somente após a notícia se espalhar pelo país, segundo ele, é que a FAB resolveu pôr fim ao aquartelamento.
Além da força-tarefa, a Aeronáutica ainda acionou mais 18 militares para reforçar o efetivo.
Negociação
Na quinta-feira, o ministro da Defesa, Waldir Pires, admitiu pela primeira vez que a União deverá negociar com representantes dos controladores antigas reivindicações como a criação de uma carreira, a concessão de gratificações e a desmilitarização da área.
Nos últimos dias, o governo federal anunciou outras medidas para tentar conter a crise. Entre as ações estão o remanejamento de rotas; a criação de um grupo de profissionais do setor para avaliar as prioridades dos vôos; e a ampliação do horário que encerra as operações do aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo) das 23h para a 1h30.
Além disso, medida provisória autoriza a contratação temporária de até 60 controladores de tráfego aéreo civis, que ficarão nos cargos até 31 de dezembro de 2007.
Com Folha de S.Paulo
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Uma semana depois do início da crise no tráfego aéreo brasileiro, a situação nos principais aeroportos do país começou a se normalizar nesta sexta-feira. Na madrugada de quinta (2), feriado de Finados, o tráfego aéreo entrou em colapso, terminais ficaram lotados e a Aeronáutica decidiu intervir na operação-padrão dos controladores.
Na manhã desta sexta, atrasos ainda ocorrem, mas em número menor aos registrados nos últimos dias. Segundo funcionários de aeroportos ouvidos pela reportagem, além da força-tarefa convocada pela Aeronáutica para restabelecer o tráfego aéreo, o feriado prolongado e conseqüente redução do movimento contribuiu para esvaziar os aeroportos e amenizar os problemas.
Folha Imagem |
Passageiros dos vôos internacionais dormem no aeroporto internacional de SP, em Cumbica |
Ao contrário do registrado na quinta, quando os saguões ficaram lotados --após o tráfego aéreo parar durante a madrugada--, as filas para embarque são consideradas normais nesta sexta. Em alguns terminais, passageiros de vôos cancelados e remanejados para outras aeronaves foram encaminhados para a sala de embarque.
Desde a última sexta-feira (27), os controladores de tráfego aéreo implantaram uma operação-padrão que elevou a distância entre os aviões e reduziu para 14 o número de aeronaves vigiadas por controlador. Os profissionais afirmam que a medida foi tomada em adequação às recomendações internacionais de segurança. Ela provocou, porém, uma seqüência de atrasos e cancelamentos de vôos em praticamente todos os aeroportos brasileiros.
Entre a noite de quarta-feira (1º) e desta quinta, passageiros revoltados com a demora e a falta de informação promoveram invasões a balcões de companhias aéreas e até aviões. Ontem, a espera chegou a 21 horas --o vôo 1844 da Gol, previsto para chegar de Aracaju (SE) às 20h30 de anteontem pousou às 17h05 de ontem no aeroporto internacional de São Paulo, em Cumbica (Guarulhos).
Para evitar mais problemas, a TAM cancelou ontem a venda de passagens em todo o país para vôos nacionais e internacionais.
Força-tarefa
Na manhã de quinta, a Aeronáutica decidiu adotar uma medida emergencial para tentar conter a crise: convocou 149 controladores do Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), em Brasília --o não-cumprimento da convocação poderia resultar em punição e prisão.
Controladores que trabalharam durante a madrugada não puderam deixar o local. A Aeronáutica diz que todos foram obrigados a permanecer no Cindacta pela manhã para uma reunião, mas aqueles que não foram convocados estão liberados.
A decisão do comando da FAB (Força Aérea Brasileira) foi um aquartelamento, na opinião do fundador da associação dos controladores de vôo e ex-presidente da entidade, Ulisses Fontenele. Para a Aeronáutica, porém, houve só uma convocação.
Segundo relatos repassados a Fontenele por alguns dos controladores no Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa e Controle de Tráfego Aéreo), em Brasília, todos foram informados que só poderiam deixar a sede do 6º Comar (Comando Aéreo Regional) no domingo. Somente após a notícia se espalhar pelo país, segundo ele, é que a FAB resolveu pôr fim ao aquartelamento.
Além da força-tarefa, a Aeronáutica ainda acionou mais 18 militares para reforçar o efetivo.
Negociação
Na quinta-feira, o ministro da Defesa, Waldir Pires, admitiu pela primeira vez que a União deverá negociar com representantes dos controladores antigas reivindicações como a criação de uma carreira, a concessão de gratificações e a desmilitarização da área.
Nos últimos dias, o governo federal anunciou outras medidas para tentar conter a crise. Entre as ações estão o remanejamento de rotas; a criação de um grupo de profissionais do setor para avaliar as prioridades dos vôos; e a ampliação do horário que encerra as operações do aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo) das 23h para a 1h30.
Além disso, medida provisória autoriza a contratação temporária de até 60 controladores de tráfego aéreo civis, que ficarão nos cargos até 31 de dezembro de 2007.
Com Folha de S.Paulo
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