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16/11/2006
-
00h24
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
Um grupo de controladores de vôo trabalha para tentar dar mais motivação aos colegas de profissão, principalmente aos mais novos, desmotivados pelas condições de trabalho da categoria e pela falta de um plano de carreira.
"O que a gente quer é amenizá-los porque o perigo fica muito alto quando estão exaltados", disse um dos controladores que atua em Brasília, mas não quis ser identificado.
Segundo ele, não existe mais diálogo com o comando do Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo) e que a tensão tem se agravado devido às convocações de emergência que ocorreram nos últimos dois feriados.
A FAB (Força Aérea Brasileira) suspendeu às 18h30 desta quarta-feira o aquartelamento de 149 controladores de tráfego aéreo do Cindacta 1. O "plano de reunião", como é definido pela FAB, havia sido acionado na terça-feira para pôr fim aos atrasos que atingiam os vôos em todo o país, causados pela falta de operadores.
A maior parte dos controladores em atuação no Brasil é formada por sargentos e eles respondem a oficiais militares. Eles acreditam que a estrutura está errada e querem mudar isso, mesmo sabendo que será uma batalha longa, já que precisa passar pelo Congresso Nacional. "Nós não nos consideramos militar", avaliou um deles.
Uma das principais queixas é que, além da falta de um plano de carreira, eles precisam cumprir tarefas militares, como participação em solenidades de formatura de oficiais e cerimônias de troca da bandeira. Por outro lado, caso ocorra um acidente e fique comprovado que um controlador teve alguma responsabilidade, ele responderá ao processo como um civil.
Os controladores também podem ser presos caso descumpram a ordem de um oficial, como o não comparecimento a um aquartelamento. Eles também só podem ser dispensados do trabalho se o atestado for dado por um dos médicos que atua no hospital da base militar, em Brasília.
A sugestão de um grupo de controladores de Brasília é unificar a estrutura que hoje está dividida em três: militares, Infraero e os da rede Dacta (Grupo Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo). Para elee, é importante uma nova estrutura, civil, e com um plano de carreira --o salário inicial hoje é de R$ 1600.
"Que motivação eu vou ter se daqui a dez anos vou continuar sargento?", questiona um deles.
A mudança, segundo eles, iria resultar em mais investimentos, inclusive por parte das empresas aéreas, que têm interesse em garantir a segurança nos vôos.
Já os militares ficariam apenas com o controle do espaço aéreo. "Não queremos mexer com eles."
Um dos ouvidos pela reportagem prevê que se não tiver sinal de mudança, haverá um forte número de baixas a partir do próximo ano. "De janeiro a junho nós vamos ter uma perda significativa. A insatisfação é geral."
Eles também fazem questão de ressaltar como o lado emocional é importante, e que essa não foi uma área priorizada em Brasília. O controle da região só recebeu psicólogos 30 dias após o acidente da Gol, o que colaborou para o número de afastamentos pelo trauma do acidente. Já no Rio e em Curitiba, esse trabalho é permanente.
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Grupo trabalha para motivar controladores de tráfego aéreo
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da Folha Online, em Brasília
Um grupo de controladores de vôo trabalha para tentar dar mais motivação aos colegas de profissão, principalmente aos mais novos, desmotivados pelas condições de trabalho da categoria e pela falta de um plano de carreira.
"O que a gente quer é amenizá-los porque o perigo fica muito alto quando estão exaltados", disse um dos controladores que atua em Brasília, mas não quis ser identificado.
Segundo ele, não existe mais diálogo com o comando do Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo) e que a tensão tem se agravado devido às convocações de emergência que ocorreram nos últimos dois feriados.
A FAB (Força Aérea Brasileira) suspendeu às 18h30 desta quarta-feira o aquartelamento de 149 controladores de tráfego aéreo do Cindacta 1. O "plano de reunião", como é definido pela FAB, havia sido acionado na terça-feira para pôr fim aos atrasos que atingiam os vôos em todo o país, causados pela falta de operadores.
A maior parte dos controladores em atuação no Brasil é formada por sargentos e eles respondem a oficiais militares. Eles acreditam que a estrutura está errada e querem mudar isso, mesmo sabendo que será uma batalha longa, já que precisa passar pelo Congresso Nacional. "Nós não nos consideramos militar", avaliou um deles.
Uma das principais queixas é que, além da falta de um plano de carreira, eles precisam cumprir tarefas militares, como participação em solenidades de formatura de oficiais e cerimônias de troca da bandeira. Por outro lado, caso ocorra um acidente e fique comprovado que um controlador teve alguma responsabilidade, ele responderá ao processo como um civil.
Os controladores também podem ser presos caso descumpram a ordem de um oficial, como o não comparecimento a um aquartelamento. Eles também só podem ser dispensados do trabalho se o atestado for dado por um dos médicos que atua no hospital da base militar, em Brasília.
A sugestão de um grupo de controladores de Brasília é unificar a estrutura que hoje está dividida em três: militares, Infraero e os da rede Dacta (Grupo Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo). Para elee, é importante uma nova estrutura, civil, e com um plano de carreira --o salário inicial hoje é de R$ 1600.
"Que motivação eu vou ter se daqui a dez anos vou continuar sargento?", questiona um deles.
A mudança, segundo eles, iria resultar em mais investimentos, inclusive por parte das empresas aéreas, que têm interesse em garantir a segurança nos vôos.
Já os militares ficariam apenas com o controle do espaço aéreo. "Não queremos mexer com eles."
Um dos ouvidos pela reportagem prevê que se não tiver sinal de mudança, haverá um forte número de baixas a partir do próximo ano. "De janeiro a junho nós vamos ter uma perda significativa. A insatisfação é geral."
Eles também fazem questão de ressaltar como o lado emocional é importante, e que essa não foi uma área priorizada em Brasília. O controle da região só recebeu psicólogos 30 dias após o acidente da Gol, o que colaborou para o número de afastamentos pelo trauma do acidente. Já no Rio e em Curitiba, esse trabalho é permanente.
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