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13/12/2006 - 09h19

Polícia investiga elo entre escola de samba e o PCC

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KLEBER TOMAZ
da Folha de S.Paulo

A escola de samba Império da Casa Verde, bicampeã do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo, será investigada pela Polícia Civil por suspeita de receber dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Grampos telefônicos autorizados pela Justiça flagraram, segundo a polícia, membros da agremiação carnavalesca planejando ações criminosas diretamente com Sidney Rogério de Moraes, 39, considerado arrecadador da facção na zona norte da capital. Lá, o PCC movimentaria cerca de R$ 500 mil por mês. Moraes foi preso no último sábado.

De acordo com a polícia, três membros do Império da Casa Verde também pertencem ao PCC. Alexandre Constantino Furtado, 34, Rogério Sevilha Silva, 26, e Fábio Franco de Oliveira, 23, que seriam diretores da escola, foram indiciados juntamente com outras nove pessoas por envolvimento com a quadrilha de Moraes. Os dois primeiros acusados foram presos no sábado, enquanto o terceiro está foragido.

Segundo o delegado Fábio do Amaral Alcântara, do SIG (Setor de Investigações Gerais) da 4ª Delegacia Seccional, na Casa Verde (zona norte), as escutas também revelaram que os responsáveis pela Império da Casa Verde usavam esses três membros da escola para obter empréstimos financeiros de origem desconhecida.

"Devido ao envolvimento dessas três pessoas com o PCC , a escola de samba vai ter que dar muitas explicações sobre o dinheiro usado para fazer o Carnaval", afirmou Alcântara.

O delegado diz que numa das conversas interceptadas o diretor-geral da Império da Casa Verde, Júnior Marques, 30, pede para dois acusados buscarem dinheiro para a escola.

"O grampo revelou que a Império recebe dinheiro de origem desconhecida. O Júnior mandava o Fábio e o Alexandre pegá-lo. E como esses dois membros da Casa Verde trabalhavam para o PCC, não podemos deixar de investigar a origem do dinheiro que entra na escola", reforçou Alcântara.

Procurado pela Folha, o diretor-geral da escola afirmou que Furtado não é diretor da Império da Casa Verde, mas sim chefe de ala, e será desligado dela. Os outros dois homens apontados como membros da agremiação pertencem à comunidade, segundo Junior Marques.

Segundo a polícia, Furtado já teve passagens por outros delitos e Silva é investigado pelo Ministério Público por suspeita de participação em um seqüestro na Grande São Paulo.

Ao todo, 11 pessoas foram indiciadas por suspeita de crime de formação de quadrilha, associação ao tráfico de drogas, falsificação de documentos e extorsão mediante seqüestro.

Além dos dois membros da escola de samba detidos, a polícia prendeu também: José Rocha de Moraes, 38, Denis Damasceno dos Santos, 21, Helder da Silva Augusto, 38, Tiago de Moraes, 24, Marileide Aparecida Bastos dos Santos, 26, Maicon Sevilha da Silva, 20, e Rodrigo Ubirajara de Gouvea, 20. Já Márcio José Fornez, 23, é procurado pela polícia.

Segundo a polícia, o dinheiro movimentado pela facção criminosa é ilícito. Ele é obtido com a venda de rifas, tráfico de drogas, seqüestros, extorsões, clonagens de cartões de bancos, assaltos, furtos e da mensalidade de R$ 1.050 cobrada dos filiados do PCC.

Em 2005, a Império da Casa Verde foi alvo do Ministério Público, acusada de fazer apologia ao crime no desfile no Anhembi por exibir imagem do bicheiro Chico Ronda, fundador da escola, morto em 2003.

Outro lado

O diretor-geral da escola de samba Império da Casa Verde, Júnior Marques, 30, desligou ontem Alexandre Constantino Furtado, 34, que exercia a função de chefe de ala. O demitido foi preso e indiciado pela polícia por envolvimento com o PCC.

"A direção repudia qualquer coisa ligada a crime organizado ou facção criminosa. Eu não tenho nada a ver com isso. Por isso, o Alexandre será desligado da nossa agremiação", afirmou Júnior Marques.

Sobre os outros dois homens apontados pela polícia como integrantes da escola, o diretor-geral afirmou que os mesmos são apenas membros da comunidade da Casa Verde.

A respeito do dinheiro da escola, Marques falou que ele "é todo lícito."

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